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Se vocês precisarem de sinônimos para as palavras – talento, carisma e genialidade não procurem um dicionário. Apenas digam um nome: Michael Jackson
 
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 Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? -

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MensagemAssunto: Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? -   Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? - EmptyQui maio 20, 2010 7:12 pm

Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? -Primeira Parte

Título original: "Was Michael Jackson Framed?"
Por Mary Fischer
Fonte: GQ Magazine, 1994


Traduzido por Ghost
Revisado por Niemand



Antes de O.J. Simpson, foi Michael Jackson – outra amada celebridade negra aparentemente derrubada por alegações de escândalos em sua vida pessoal. Aquelas alegações – de que Jackson tinha molestado um garoto de 13 anos – resultaram em um processo multimilionário, investigações de dois grandes-júris e um circo na mídia inescrupulosa. Jackson, por sua vez, apresentou acusações de extorsão contra alguns de seus acusadores. Em última instância, a ação foi resolvida fora dos tribunais por uma soma que foi estimada em US $ 20 milhões; nenhuma acusação criminal foi registrada contra Jackson por parte da polícia ou os júris. Em agosto passado, Jackson estava nos noticiários outra vez, quando Lisa Marie Presley, filha de Elvis, anunciou que ela e o cantor haviam se casado.
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À medida que a poeira assenta sobre um dos piores episódios de excesso de mídia da nação, uma coisa é clara: O público americano nunca ouviu uma defesa de Michael Jackson. Até agora.

É, naturalmente, impossível provar uma negativa - isto é, provar que algo não aconteceu. Mas é possível analisar mais profundamente as pessoas que fizeram as acusações contra Jackson e, assim, ter um insight quanto a seu caráter e motivações. O que emerge dessa análise, baseada em documentos judiciais, registros de negócios e dezenas de entrevistas, é um argumento convincente de que Jackson não molestou ninguém e que ele pode ter sido vítima de um plano bem concebido para extorquir dinheiro dele.

Mais do que isso, a história que surge a partir desse território anteriormente inexplorado é radicalmente diferente do conto que tem sido promovido por tablóides e até mesmo jornalistas dos grandes órgãos de mídia. É uma história de ganância, ambição, equívocos por parte da polícia e da promotoria, uma mídia preguiçosa em busca de sensacionalismo e do uso de uma droga hipnótica poderosa. Pode ser também uma história sobre como um caso foi simplesmente inventado.

Nem Michael Jackson nem seus atuais advogados de defesa concordaram em ser entrevistados para este artigo. Se tivessem decidido enfrentar as acusações civis e irem a julgamento, o que se segue poderia ter servido como o núcleo da defesa de Jackson - bem como a base para continuar as acusações de extorsão contra seus próprios acusadores, o que poderia muito bem ter absolvido o cantor.

Os problemas de Jackson começaram quando seu carro quebrou na Wilshire Boulevard, em Los Angeles, em maio de 1992. Encalhado no meio da rua com muito trânsito, Jackson foi visto pela esposa de Mel Green, um funcionário da Rent-a-Wreck, uma agência não convencional de aluguel de carros, a uma milha de distância. Green foi resgatá-lo. Quando Dave Schwartz, o proprietário da companhia de aluguel de carros, soube que Green estava levando Jackson ao local, chamou sua esposa, June, e disse-lhe para vir com sua filha de 6 anos de idade e seu filho de seu casamento anterior. O menino, então com 12, era um grande fã de Jackson. Ao chegar, June Chandler Schwartz contou a Jackson sobre quando seu filho havia enviado a ele um desenho depois que o cabelo do cantor pegou fogo durante a filmagem de um comercial da Pepsi. Então, ela deu a Jackson número de sua casa.

"Era quase como se ela estivesse jogando [o menino] para cima dele", lembra Green. "Acho que Michael achou que devia algo ao menino, e foi aí que tudo começou".

Certos fatos sobre o relacionamento não se discutem. Jackson começou a ligar para o menino, e uma amizade se desenvolveu. Depois que Jackson retornou de uma turnê promocional, três meses mais tarde, June Schwartz Chandler e seu filho e filha tornaram-se convidados freqüentes de Neverland, rancho de Jackson no Condado de Santa Barbara. Durante o ano seguinte, Jackson cobriu o menino e sua família de atenção e presentes, incluindo video-games, relógios, uma farra de compras depois do expediente na Toys "R" Us e viagens ao redor do mundo - desde Las Vegas e Disney World até Mônaco e Paris.

Em março de 1993, Jackson e o menino estavam juntos freqüentemente e as “festinhas do pijama” começaram. June Chandler Schwartz também havia se tornado próxima de Jackson "e gostava demais dele", diz um amigo. "Ele era o homem mais gentil que ela já tinha encontrado". Excentricidades pessoais Jackson - desde suas tentativas de refazer seu rosto através de cirurgias plásticas até sua preferência pela companhia de crianças - têm sido amplamente relatadas. E, embora possa ser incomum um homem de 35 anos ter festas do pijama com uma criança de 13 anos de idade, a mãe do menino e outras pessoas próximas a Jackson nunca acharam estranho. O comportamento de Jackson é mais bem compreendido quando ele é colocado no contexto de sua própria infância.

"Ao contrário do que se poderia pensar, a vida de Michael não foi um passeio no parque", diz um dos seus advogados. A infância de Jackson foi essencialmente interrompida - e sua vida nada ortodoxa começou - quando ele tinha 5 anos, vivendo em Gary, Indiana. Michael passou a juventude em estúdios de ensaio, nos palcos se apresentando diante de milhões de estranhos e dormindo em uma seqüência interminável de quartos de hotel. Exceto por seus oito irmãos e irmãs, Jackson foi cercado por adultos que pressionaram-no incansavelmente, em particular, seu pai, Joe Jackson - um homem rigoroso, sem afeição e que, segundo relatos, espancava seus filhos.

As primeiras experiências de Jackson se traduziram em um tipo de desenvolvimento contido, muitos dizem, e ele se tornou uma criança no corpo de um homem. "Ele nunca teve uma infância", diz Bert Fields, ex-advogado de Jackson. "Ele está tendo uma agora. Seus companheiros são meninos de 12 anos. Eles fazem brigas de travesseiros e guerra de comida”. O interesse de Jackson por crianças também se traduziu em esforços humanitários. Ao longo dos anos, ele doou milhões para causas beneficentes, incluindo a sua própria Heal The World Foundation.

Mas há um outro contexto - o que tem a ver com os tempos em que vivemos - em que a maioria dos observadores avalia o comportamento de Jackson. "Dada a atual confusão e histeria sobre abuso sexual de crianças", diz o Dr. Phillip Resnick, um conhecido psiquiatra de Cleveland, “qualquer contato físico ou duradouro com uma criança pode ser visto como suspeito, e o adulto pode muito bem ser acusado de má conduta sexual".

A princípio, o envolvimento de Jackson com o garoto foi bem recebido por todos os adultos na vida do jovem - sua mãe, seu padrasto e até mesmo seu pai biológico, Evan Chandler (que também se recusou a ser entrevistado para este artigo). Evan Robert Charmatz, nascido no Bronx em 1944, Chandler relutantemente tinha seguido os passos de seu pai e irmãos e se tornado um dentista. "Ele odiava ser um dentista", diz um amigo da família. "Ele sempre quis ser um escritor". Depois de se mudar em 1973 para West Palm Beach para exercer a profissão de dentista, ele mudou seu sobrenome, achava que Charmatz “soava muito judáico", diz um ex-colega. Na esperança de alguma forma se tornar um roteirista, Chandler se mudou para Los Angeles nos anos setenta, com sua esposa, June Wong, uma euro-asiática atraente que havia trabalhado brevemente como modelo.

A carreira odontológica de Chandler teve seus momentos precários. Em dezembro de 1978, enquanto trabalhava para o Crenshaw Family Dental Center, uma clínica em uma área de baixa renda de L.A., Chandler fez restauração em dezesseis dentes de um paciente durante uma única visita. Em uma avaliação do trabalho, o Conselho de Examinadores Odontológicos, revelou "a ignorância e/ou ineficiência" em sua profissão. O conselho revogou sua licença, no entanto, a revogação foi suspensa, e o conselho, em vez disso, o suspendeu por noventa dias e o colocou em observação por dois anos e meio. Devastado, Chandler foi para a cidade de Nova York. Ele escreveu um roteiro de cinema, mas não conseguia vendê-lo.

Meses mais tarde, Chandler retornou a Los Angeles com sua esposa e realizou uma série de trabalhos de odontologia. Em 1980, quando seu filho nasceu, o casamento do casal estava em apuros. "Uma das razões para June deixar Evan foi seu temperamento", diz um amigo da família. Eles se divorciaram em 1985. O tribunal deu a custódia do menino para a mãe e ordenou que Chandler pagasse US$ 500,00 por mês em pensão alimentícia, mas uma análise dos documentos revela que, em 1993, quando surgiu o escândalo envolvendo Jackson, Chandler devia a sua ex-mulher US$68.000 - uma dívida que ela acabou perdoando.

Um ano antes de Jackson entrar na vida de seu filho, Chandler teve um segundo problema sério em sua profissão. Um de seus pacientes, uma modelo, processou-o por negligência odontológica depois que Chandler restaurou alguns de seus dentes. Chandler alegou que a mulher havia assinado um termo de consentimento em que ela reconhecia os riscos envolvidos. Mas quando Edwin Zinman, advogado dela, pediu para ver os registros originais, Chandler disse que haviam sido roubados do porta-malas de seu Jaguar. Ele forneceu um conjunto de cópias. Zinman, suspeitando, não pôde confirmar a autenticidade dos registros. "Que coincidência extraordinária eles serem roubados", diz Zinman. "Isso é como dizer 'O cachorro comeu meu dever de casa'". O processo acabou sendo resolvido fora do tribunal por uma quantia não revelada.

Apesar desses revezes, Chandler até então, tinha uma profissão bem sucedida em Beverly Hills. E ele teve sua primeira chance em Hollywood em 1992 quando ele co-escreveu o filme de Mel Brooks, Robin Hood: Men in Tights. Até que Michael Jackson entrasse na vida de seu filho, Chandler não tinha demonstrado muito interesse pelo menino. "Ele prometeu lhe comprar um computador para que eles pudessem trabalhar em roteiros juntos, mas ele nunca cumpriu", disse Michael Freeman, um ex-advogado de June Chandler Schwartz. A profissão de Chandler como dentista o mantinha ocupado, e ele tinha começado uma nova família, com duas crianças pequenas com sua segunda esposa, uma advogada do setor corporativo.

A princípio, Chandler recebeu bem e incentivou o relacionamento do seu filho com Michael Jackson, gabando-se dele para amigos e sócios. Quando Jackson e o menino ficaram com Chandler em maio de 1993, Chandler insistiu que Michael passasse mais tempo com seu filho em sua casa. Segundo algumas fontes, Chandler chegou a sugerir que Jackson ampliasse sua casa, assim, o cantor poderia ficar lá. Depois de ligar para o departamento de zoneamento e descobrir que isso não poderia ser feito, Chandler fez outra sugestão - que Jackson simplesmente lhe construísse uma casa nova.

Naquele mesmo mês, o menino, sua mãe e Jackson voaram para Mônaco para o World Music Awards. "Evan começou a ficar com ciúmes do envolvimento deles e sentiu-se deixado de lado", diz Freeman. Ao retornarem, Jackson e o menino ficaram novamente com Chandler, o que lhe agradou – foi uma visita de cinco dias, durante a qual eles dormiram em um quarto com o meio irmão do jovem. Embora Chandler tenha admitido que Jackson e o menino sempre estavam vestidos quando ele os via juntos na cama, ele alegou que foi nessa época que as suas suspeitas de abusos sexuais foram desencadeadas. Em nenhum momento Chandler alegou ter testemunhado qualquer má conduta sexual por parte de Jackson.

Chandler ficou cada vez mais instável, fazendo ameaças que afastavam Jackson, Dave Schwartz e June Chandler Schwartz. No início de julho de 1993, Dave Schwartz, que tinha sido amigável com Chandler até então, gravou secretamente uma longa conversa telefônica que ele teve com Chandler. Durante a conversa, Chandler falou de sua preocupação com seu filho e sua raiva de Jackson e de sua ex-mulher, a quem descreveu como "fria e insensível". Quando Chandler tentou "obter a sua atenção" para discutir as suas suspeitas sobre Jackson, diz ele na fita, ela lhe disse: "Vai se f****".

"Eu tinha uma boa comunicação com Michael", Chandler disse a Schwartz. "Nós éramos amigos. Eu gostava dele e o respeitava e tudo mais pelo que ele é. Não havia nenhuma razão para ele parar de me ligar. Eu me sentei na sala um dia e conversei com Michael e disse-lhe exatamente o que eu quero que deixe de acontecer nessa relação toda. O que eu quero".

Admitindo a Schwartz, que ele havia “sido preparado” sobre o que dizer e o que não dizer, Chandler nunca mencionou dinheiro durante a conversa. Quando Schwartz perguntou o que Jackson havia feito que deixou Chandler tão aborrecido, Chandler alegou apenas que "ele afastou a família. [O menino] foi seduzido pelo poder e pelo dinheiro desse cara".
Ambos repreenderam a si mesmos repetidamente, como maus pais para o garoto.

Em outra parte da fita, Chandler deixou claro que ele estava preparado para agir contra Jackson: "Já está definido", Chandler disse a Schwartz. "Há outras pessoas envolvidas que estão esperando pelo meu telefonema e que estão em determinadas posições. Eu paguei a elas para fazerem isso. Tudo está acontecendo de acordo com um certo plano que não é só meu. Uma vez que eu faça esta ligação, este cara [seu advogado, Barry K. Rothman, presumidamente] vai destruir todo mundo que estiver à vista de qualquer forma desonesta, canalha e cruel que ele puder. E eu dei-lhe plena autoridade para fazer isso".

Chandler então antecipou o que de fato aconteceria seis semanas mais tarde: "E se eu continuar com isso, vou ganhar muito. Não há como eu perder. Eu verifiquei todos os aspectos. Eu vou conseguir tudo que eu quero, e eles serão destruídos para sempre. June perderá [a guarda do filho...] e a carreira de Michael estará acabada”.

“Isso ajuda [o menino]?” perguntou Schwartz.

“Isso é irrelevante pra mim”, respondeu Chandler. “Isso vai ser maior do que nós todos juntos. A coisa toda vai afetar e destruir todo mundo que esteja pelo caminho. Vai ser um massacre se eu não conseguir o que eu quero”.

Em vez de ir à polícia, aparentemente a ação mais adequada em uma situação de suspeita de abuso sexual infantil, Chandler recorreu a um advogado. E não a qualquer advogado. Ele recorreu a Barry Rothman.

"Este advogado que eu encontrei, eu escolhi o filho da p*** mais sujo que eu poderia encontrar", Chandler disse na conversa gravada com Schwartz. "Tudo o que ele quer fazer é levar isso a público o mais rápido possível e da forma mais alarmante possível e humilhar tantas pessoas quanto puder. Ele é safado, ele é mau, ele é muito esperto, e ele está com fome de publicidade". (Através de seu advogado, Wylie Aitken, Rothman recusou-se a ser entrevistado para este artigo. Aitken concordou em responder perguntas gerais limitadas ao caso de Jackson, e, depois, apenas sobre aspectos que não envolviam Chandler ou o garoto).
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MensagemAssunto: Re: Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? -   Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? - EmptyQui maio 20, 2010 7:14 pm

Título original: "Was Michael Jackson Framed?"
Por Mary Fischer
Fonte: GQ Magazine, 1994


Traduzido por Ghost
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Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? - Gq01
Conhecer Rothman – diz um antigo colega que trabalhou com ele durante o caso de Jackson, e que manteve um diário daquilo que Rothman e Chandler disseram e fizeram no escritório de Rothman – é acreditar que Barry poderia ter "arquitetado esse plano todo, ponto final. Isto [fazer alegações contra Michael Jackson] está dentro dos limites de seu caráter, fazer algo assim". Informações fornecidas por clientes antigos, sócios e funcionários de Rothman revelam um padrão de manipulações e fraudes.
Rothman exerce advocacia em Century City. Certa vez, ele negociou contratos para músicas e concertos para Little Richard, Rolling Stones, The Who, ELO e Ozzy Osbourne. Discos de ouro e platina comemorando aqueles dias ainda estão pendurados nas paredes de seu escritório. Com sua barba castanho-acinzentado e bronzeado permanente - que ele mantém em uma cama de bronzeamento em sua casa - Rothman lembra "um duende" para um ex-cliente. Para um ex-empregado, Rothman é um "demônio", com "um temperamento terrível". Sua posse mais estimada, segundo conhecidos, é o seu Rolls-Royce Corniche de 1977, que tem a placa "BKR 1".

Ao longo dos anos, Rothman fez tantos inimigos que sua ex-esposa uma vez expressou surpresa a seu advogado por alguém “não ter lhe assassinado ainda”. Ele tem uma reputação de canalha. "Ele parece ser um caloteiro profissional... Ele não paga quase ninguém", concluiu o investigador Ed Marcus (em um relatório entregue ao Tribunal Superior de Los Angeles, como parte de uma ação judicial contra Rothman), depois de analisar o perfil financeiro do advogado, que exibia mais de trinta credores que estavam perseguindo-o. Além disso, mais de vinte ações cíveis envolvendo Rothman foram registradas no Superior Tribunal de Justiça, diversas reclamações foram feitas à Comissão do Trabalho e ações disciplinares em três incidentes foram abertas contra ele pela ordem dos advogados da Califórnia. Em 1992, ele foi suspenso por um ano, embora a suspensão tenha sido revogada e ele tenha sido colocado em observação.

Em 1987, Rothman devia US$16.800 em pensão alimentícia para os filhos. Através de seu advogado, sua ex-esposa, Joanne Ward, ameaçou penhorar os bens de Rothman, mas ele concordou em pagar a dívida. Um ano depois, como Rothman ainda não havia feito o pagamento, o advogado de Ward tentou penhorar a valiosa casa de Rothman em Sherman Oaks. Para sua surpresa, Rothman disse que já não era mais proprietário da casa; três anos antes, ele lavrou a escritura da propriedade para a Tinoa Operations Inc., uma empresa panamenha. Segundo o advogado de Ward, Rothman alegou que ele tinha US$ 200.000,00 em dinheiro da Tinoa em sua casa, quando, uma noite, ele foi assaltado à mão armada. A única maneira dele devolver o dinheiro para a Tinoa seria com a escritura de sua casa, disse ele. Ward e seu advogado suspeitaram que tudo aquilo não passava de uma artimanha de Rothman, mas eles nunca puderam provar isso. Foi só depois que o xerife mandou rebocar o Rolls Royce de Rothman que ele começou a pagar o que devia.

Documentos apresentados ao Tribunal Superior de Los Angeles parecem confirmar as suspeitas de Ward e seu advogado. Eles mostram que Rothman criou uma elaborada rede de contas bancárias no exterior e empresas de fachada, aparentemente para esconder alguns dos seus bens - em particular, a sua casa e grande parte dos US$531.000,00 decorrentes de sua eventual venda, em 1989. As empresas, incluindo Tinoa, podem ser ligadas a Rothman. Ele comprou uma empresa de fachada panamenha (uma empresa existente, mas não operacional) e arranjou as coisas de modo que, embora seu nome não aparecesse na lista de seus executivos, ele teria poder incondicional como procurador, o que o deixava no controle da movimentação de dinheiro.

Enquanto isso, os funcionários de Rothman não se saíam muito melhor do que sua ex-esposa. Ex-funcionários dizem que, às vezes, tinham que implorar pelos seus salários. E, às vezes, os cheques que ele dava voltavam. Ele não conseguia manter secretárias especializadas na área jurídica. "Ele menosprezava e humilhava-as", diz uma. Os trabalhadores temporários se davam pior. "Ele os empregava por duas semanas", acrescenta a secretária,” em seguida, os demitia aos berros, dizendo que eles eram estúpidos. Então, ele falava para a agência que estava insatisfeito com o funcionário e não pagaria". Algumas agências finalmente entenderam e faziam Rothman pagar em dinheiro antes de fazerem negócios com ele.

A medida disciplinar da ordem dos advogados de 1992 surgiu de um caso de conflito de interesses. Um ano antes, Rothman foi expulso de um caso por um cliente, Muriel Metcalf, a quem ele representava em um processo de custódia e pensão alimentícia; Metcalf posteriormente o acusou de superfaturar sua conta. Quatro meses depois que Metcalf o demitiu, Rothman, sem notificá-la, começou a representar a companhia de seu companheiro que havia saído de casa, Bob Brutzman.

O caso é revelador por outro motivo: ele mostra que Rothman teve alguma experiência lidando com alegações de abuso sexual infantil antes do escândalo envolvendo Jackson. Metcalf, enquanto Rothman ainda a representava, acusou Brutzman de molestar o filho deles (o que Brutzman negou). O fato de Rothman conhecer as acusações de Metcalf não o impediu de ir trabalhar para a empresa de Brutzman – movimento que lhe rendeu a medida disciplinar.

Em 1992, Rothman estava fugindo de diversos credores. A Folb Management, uma agência imobiliária corporativa, era um deles. Rothman devia à empresa US$ 53.000,00 em aluguel e juros por um escritório na Sunset Boulevard. A Folb entrou com um processo. Rothman, em seguida, rebateu, afirmando que a segurança do prédio era tão inadequada que, uma noite, assaltantes conseguiram roubar mais de US$6.900,00 em equipamentos de seu escritório. No decorrer do processo, o advogado da Folb disse ao tribunal, "O Sr. Rothman, não é o tipo de pessoa em cuja palavra se possa acreditar".
Em Novembro de 1992, o escritório de advocacia de Rothman faliu, listando treze credores – incluindo a Folb Management - com dívidas totalizando US$880.000,00 e bens não declarados. Depois de analisar os documentos da falência, um ex-cliente que Rothman estava processando por US$400.000,00 por custos judiciais, percebeu que Rothman tinha deixado de colocar na lista uma propriedade de US$ 133.000,00. O ex-cliente ameaçou denunciar Rothman por "fraude contra seus credores" [nota da revisora: a falência é declarada quando alguém prova ser incapaz de pagar seus credores, portanto, para que um processo de falência seja aceito é preciso que se comprove que a totalidade dos bens da pessoa perfaz um valor abaixo do total de sua dívidas, daí o interesse de alguém em esconder bens em um processo de falência] - um crime - se Rothman não encerrasse o processo contra ele. Encurralado, Rothman desistiu do processo em questão de horas.

Seis meses antes da declaração de falência, Rothman transferiu os documentos de seu Rolls Royce para a Majo, uma empresa fictícia que ele controlava. Três anos antes, Rothman havia declarado que o carro era propriedade de uma outra corporação – a Longridge Estates, uma subsidiária da Tinoa Operations, a empresa que detinha a escritura de sua casa. Nos documentos apresentados por Rothman, os endereços indicados para Longridge e Tinoa eram os mesmos, Cahuenga Boulevard, n. 1554 - que, como se vê, é o endereço de um restaurante chinês em Hollywood.

Foi com esse homem, em Junho de 1993, que Evan Chandler começou a realização de um “determinado plano” a que se referiu em sua conversa gravada com Dave Schwartz. Em uma formatura naquele mês, Chandler confrontou sua ex-esposa com suas suspeitas. "Ela pensou que era tudo bobagem", disse Michael Freeman, seu ex-advogado. Ela disse a Chandler que pretendia tirar seu filho da escola no outono para que eles pudessem acompanhar Jackson em sua turnê mundial "Dangerous". Chandler ficou irado e, segundo várias fontes, ameaçou ir a público com as provas que afirmava ter contra Jackson. "Que pai em sã consciência iria querer arrastar seu filho para os holofotes públicos?" perguntou Freeman. "Se algo como isso realmente ocorresse, você iria querer proteger o seu filho".

Jackson pediu ao seu então advogado, Bert Fields, para intervir. Um dos advogados mais proeminentes na indústria do entretenimento, Fields representava Jackson desde 1990 e tinha negociado para ele, com a Sony, o maior contrato da história da música – em que o cantor poderia lucrar US$ 700.000.000,00. Fields trouxe o investigador Anthony Pellicano para ajudar a resolver o caso. Pellicano age no “estilo siciliano”, sendo ferozmente leal a quem ele gosta, mas um adversário implacável quando se trata de seus inimigos.

Em 9 de julho de 1993, Dave Schwartz e June Chandler Schwartz mostraram a conversa gravada para Pellicano. "Depois de ouvir a fita durante dez minutos, eu sabia que era um caso de extorsão", diz Pellicano. Nesse mesmo dia, foi até o condomínio Jackson's Century City, onde o filho de Chandler e sua meia-irmã estavam. Sem Jackson lá, Pellicano "olhou nos olhos" do garoto e fez a ele "perguntas bem diretas": “Michael já tocou em você? Alguma vez você o viu nu na cama?". A resposta a todas as perguntas foi não. O menino negou repetidas vezes que alguma coisa ruim havia acontecido.

Em 11 de julho, depois que Jackson recusou-se a reunir-se com Chandler, o pai do menino e Rothman passaram para a próxima parte do plano – eles precisavam conseguir a custódia do menino. Chandler pediu à sua ex-mulher para deixar o rapaz ficar com ele para uma "visita de uma semana". Como Bert Fields disse mais tarde em uma declaração ao tribunal, June Chandler Schwartz permitiu que o menino fosse por causa de uma garantia dada por Rothman a Fields que o menino voltaria no tempo especificado, não esperando que a palavra de Rothman não tivesse valor algum e que Chandler não devolveria seu filho.

Wylie Aitken, advogado de Rothman, afirma que "na época em que [Rothman] deu sua palavra, era sua intenção devolver o menino". No entanto, uma vez que "ele soube que o menino seria levado para fora do país [para sair em turnê com o Jackson], eu não acho que o Sr. Rothman tinha outra escolha.". Mas a cronologia indica claramente que Chandler soube em junho, na formatura, que a mãe do menino planejava levar seu filho na turnê. A conversa telefônica gravada no início de julho, antes de Chandler assumir a custódia de seu filho, também parece confirmar que Chandler e Rothman não tinham a intenção de respeitar o acordo de visitação. "Eles [o menino e sua mãe] não sabem ainda," Chandler disse Schwartz, "mas eles não vão a lugar algum."

Em 12 de julho, um dia depois de Chandler assumir o controle de seu filho, ele fez sua ex-mulher assinar um documento preparado por Rothman que a impedia de tirar o menino de Los Angeles. Isto significava que o menino não poderia acompanhar Jackson na turnê. Sua mãe disse ao tribunal que assinou o documento sob coação. Chandler, segundo o que ela diz em um depoimento, a ameaçou dizendo que "eu não teria [o menino] de volta para mim.". A amarga batalha de custódia seguiu, tornando ainda mais complexas quaisquer acusações feitas por Chandler sobre má-conduta por parte de Jackson. (Em agosto deste ano [1994], o menino ainda estava morando com Chandler). Foi durante as primeiras semanas após Chandler assumir o controle de seu filho - que estava agora isolado de seus amigos, da mãe e do padrasto – que as alegações do menino começaram a tomar forma.

Ao mesmo tempo, Rothman, buscando o parecer de peritos para ajudar a estabelecer as acusações contra Jackson, ligou para o Dr. Mathis Abrams, um psiquiatra de Beverly Hills. Ao telefone, Rothman apresentou a situação a Abrams como hipotética. Em resposta e sem ter encontrado Chandler ou o seu filho, Abrams, em 15 de julho, enviou para Rothman uma carta de duas páginas na qual ele afirmava que "existiria uma suspeita razoável de que o abuso sexual pudesse ter ocorrido.". É importante notar que ele também afirmou que se isso fosse uma situação real e não hipotética, ele seria obrigado por lei a relatar o assunto para o Departamento de Serviços a Crianças (DCS) de Los Angeles.

De acordo com uma anotação do dia 27 de julho no diário mantido pela ex-colega de Rothman, óbvio que Rothman estava guiando Chandler no plano. "Rothman escreveu uma carta para Chandler, aconselhando-o sobre como denunciar abuso de crianças sem responsabilidade para o pai", diz a anotação. Neste ponto, ainda não haviam sido feitas exigências ou acusações formais, apenas afirmações veladas que se interligavam com a feroz batalha pela custódia.

Em 4 de agosto de 1993, porém, as coisas se tornaram muito claras. Chandler e seu filho encontraram-se com Jackson e Pellicano em uma suíte no Westwood Hotel Marquis. Ao ver Jackson, diz Pellicano, Chandler deu um abraço afetuoso no cantor (gesto, dizem alguns, que pareceria desmentir as suspeitas do dentista de que Jackson havia molestado seu filho), então ele colocou a mão no bolso, tirou a carta de Abrams e começou a ler alguns trechos. Quando Chandler leu às partes sobre abuso sexual infantil, o menino, diz Pellicano, abaixou a cabeça e, em seguida, olhou para Jackson, com uma expressão de surpresa, como se dissesse “eu não falei isso”. Quando o encontro acabou, Chandler apontou o dedo para Jackson, diz Pellicano, e avisou: “Eu vou arruinar você.”

Mais tarde, naquela mesma noite, em um encontro com Pellicano no escritório de Rothman, Chandler e Rothman fizeram sua exigência – U$ 20.000.000,00.

Em 13 de agosto, houve outra reunião no escritório de Rothman. Pellicano voltou com uma contraproposta - um acordo para um roteiro de US$ 350.000,00. Pellicano diz que fez a oferta como uma forma de resolver a disputa da custódia e dar a Chandler uma oportunidade de passar mais tempo com seu filho, trabalhando em um roteiro juntos. Chandler rejeitou a oferta. Rothman fez uma ultima tentativa - um acordo para três roteiros ou nada - que foi rejeitada. No diário do ex-colega de Rothman, uma anotação de 24 de agosto revela a decepção de Chandler: "Eu quase consegui um negócio de US$ 20.000.000,00", ele ouviu Chandler dizer a Rothman.

Antes de Chandler assumir o controle do filho, o único que fazia acusações contra Jackson era o próprio Chandler – o garoto nunca havia acusado Jackson de qualquer ato inapropriado. Isso mudou um dia no consultório odontológico de Chandler em Beverly Hils.

Na presença de Chandler e Mark Torbiner, um anestesista dentário, um medicamento controverso foi administrado no menino, Amytal sódico - que alguns erroneamente acreditam ser um soro da verdade.
E foi depois dessa sessão que o menino fez sua primeira acusação contra Jackson.

A jornalista da KCBS-TV, de Los Angeles, informou no dia 3 de Maio deste ano que Chandler havia aplicado a droga em seu filho, mas o dentista alegou que ele fez isso apenas para extrair um dente de seu filho e que, sob influência da droga, o garoto veio com as alegações. Questionado para este artigo sobre o uso do medicamento no menino, Torbiner respondeu: "Se eu usei, foi para fins odontológicos.”
Dados os fatos sobre o Amytal sódico e um caso histórico recente envolvendo a droga, as alegações do menino, segundo especialistas, não devem ser tratadas como confiáveis, se não forem altamente questionáveis.

"É um medicamento psiquiátrico em que não se pode confiar para produzir a realidade", diz o Dr. Resnick, um psiquiatra de Cleveland. "As pessoas são muito sugestionáveis sob efeito dele. As pessoas vão dizer coisas sob o efeito do Amytal sódico que são descaradamente falsas." Amytal sódico é um barbitúrico, uma droga invasiva que coloca as pessoas em estado hipnótico quando é injetada por via intravenosa.

Administrada primariamente para o tratamento da amnésia, a droga entrou em uso durante a II Guerra Mundial, em soldados traumatizados - alguns em estados catatônicos - pelos horrores da guerra. Estudos científicos feitos em 1952 desmascararam a droga como um soro da verdade e, em vez disso, demonstraram seus riscos: Falsas memórias podem facilmente ser implantadas em pessoas sob seu efeito. "É perfeitamente possível implantar uma idéia através da uma mera pergunta", diz Resnick. Mas seus efeitos são, aparentemente, ainda mais traiçoeiros: "A idéia pode se tornar sua memória, e os estudos mostraram que mesmo quando você lhes disser a verdade, eles vão jurar sobre um monte de Bíblias que aconteceu", diz Resnick.

Recentemente, a confiabilidade da droga se tornou um problema em um julgamento famoso no condado de Napa, na Califórnia. Depois de submetida a várias sessões de terapia, das quais em pelo menos uma foi administrado o Amytal sódico, Holly Ramona, de 20 anos, acusou o pai de molestá-la quando criança. Gary Ramona negou veementemente a acusação e processou a terapeuta e o psiquiatra da filha que haviam administrado o medicamento. Em maio passado, os jurados absolveram Gary Ramona, acreditando que a terapeuta e o psiquiatra possam ter reforçado memórias que eram falsas. Gary Ramona foi o primeiro caso bem sucedido para o chamado "fenômeno de memória reprimida", que resultou em milhares de acusações de abuso sexual durante a última década.

Quanto à história de Chandler sobre o uso da droga para sedar o filho durante uma extração de um dente, ela parece muito duvidosa, tendo em conta o uso habitual da droga. "É uma medicação absolutamente psiquiátrica", diz o Dr. Kenneth Gottlieb, um psiquiatra de San Francisco, que tem administrado Amytal sódico em pacientes com amnésia. Dr. John Yagiela, o coordenador do departamento de anestesia e controle da dor da Faculdade de odontologia do UCLA, acrescenta: "É incomum utilizá-lo [para extrair um dente]. Não faz sentido quando existem alternativas melhores e mais seguras. Essa não seria a minha escolha".

Devido aos efeitos colaterais do Amytal sódico, alguns médicos administrariam-no apenas em hospitais. "Eu nunca iria querer usar um medicamento que mexe com o inconsciente da pessoa, a menos que não houvesse outro medicamento disponível", diz Gottlieb. "E eu não iria utilizá-lo sem um equipamento ressuscitador, em caso de alergia, e somente o usaria na presença de um anestesista geral".
Chandler, ao que parece, não seguiu estas orientações. Ele realizou o procedimento em seu filho em seu consultório, e ele contou com um anestesista odontológico (Marcos Torbiner) como especialista. (Foi Torbiner quem apresentou Chandler a Rothman, em 1991, quando Rothman precisou de um serviço odontológico).
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MensagemAssunto: Re: Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? -   Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? - EmptyQui maio 20, 2010 7:23 pm

Título original: "Was Michael Jackson Framed?"
Por Mary Fischer
Fonte: GQ Magazine, 1994

traduzido por Ghost
Revisado por Niemand



A natureza da conduta profissional de Torbiner parece tê-la tornado muito bem sucedida. "Ele se gaba de ter US$ 100,00 em despesas e US$ 40.000 de lucro por mês", diz Nylla Jones, uma ex-paciente. Torbiner não tem um consultório para atender os pacientes, mas ele viaja para vários consultórios em torno da cidade, onde ele administra anestesia durante os procedimentos.
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Esta revista (GQ) tomou conhecimento de que o Conselho Nacional de Administração de Medicamentos está sondando um outro aspecto da conduta profissional de Torbiner: Ele faz visitas domésticas para administrar drogas - principalmente Morfina e Demerol - não apenas no pós-operatório para seus pacientes odontológicos, mas também, ao que parece, a aqueles que sofrem de dor cuja origem não tem nada a ver com algum procedimento odontológico. Ele chega à casa de seus clientes - alguns deles celebridades – com um tipo de caixa de pesca que contém drogas e seringas. Ao mesmo tempo, na placa de seu Jaguar se lê "SLPYDOC" [nota da revisora: corruptela de “sleepy doctor”, algo como, “doutor de quem está com sono”]. Segundo Jones, Torbiner cobra US$ 350,00 para uma visita básica de dez a vinte minutos. No que Jones descreve como prática padrão, quando não está claro quanto tempo será necessário que Torbiner fique, o cliente, antecipando o estupor que logo chegará, deixa um cheque em branco para que Torbiner preencha com a quantia adequada.

Torbiner nem sempre foi bem sucedido. Em 1989, ele foi pego em uma mentira e foi convidado a se retirar da UCLA, onde ele era um professor assistente na Faculdade de Odontologia. Torbiner pediu para ter um meio-dia de folga para que ele pudesse celebrar um feriado religioso, mas, em vez disso, foi encontrado mais tarde trabalhando em um consultório odontológico.

Uma análise das credenciais de Torbiner com o Conselho de Examinadores Odontológicos indica que ele está restrito por lei à administração de medicamentos exclusivamente relacionados a procedimentos odontológicos. Mas há provas claras de que ele não tem honrado essas limitações. Na verdade, pelo menos em oito ocasiões, Torbiner administrou um anestésico geral em Barry Rothman, durante procedimentos de transplante de cabelo. Embora normalmente uma anestesia local seja aplicada no couro cabeludo, "Barry tem tanto medo de dor", diz o Dr. James De Yarman, médico de San Diego que realizou os transplantes em Rothman, "que [ele] queria apagar completamente." De Yarman disse que ficou "espantado" ao saber que Torbiner é um dentista, tendo pensado o tempo todo que ele era um médico.

Em outra ocasião, Torbiner foi até a casa de Nylla Jones, segundo ela, e aplicou nela Demerol para ajudar a aliviar a dor que ela sentia após fazer uma cirurgia de apêndice.

Em 16 de agosto, três dias depois de Chandler e Rothman terem recusado o acordo para um roteiro de US$350.000,00 a situação chegou ao seu limite. Em nome de June Chandler Schwartz, Michael Freeman comunicou a Rothman que entraria com uma ação na manhã seguinte para forçar Chandler a devolver o menino. Reagindo rapidamente, Chandler levou seu filho até Mathis Abrams, o psiquiatra que enviou a Rothman sua avaliação da situação hipotética de abuso sexual infantil. Durante uma sessão de três horas, o rapaz alegou que Jackson havia tido relação sexual com ele. Ele falou de masturbação, beijos, carícias dos mamilos e sexo oral.

O próximo passo era inevitável. Abrams, que é obrigado por lei a relatar qualquer acusação para as autoridades, ligou para uma assistente social do Departamento de Serviços para Crianças, que por sua vez, contatou a polícia. A investigação completa de Michael Jackson estava prestes a começar.

Cinco dias depois de Abrams ligar para as autoridades, a mídia ficou sabendo da investigação. Na manhã de domingo, 22 de agosto, Don Ray, jornalista free-lance em Burbank, estava dormindo quando seu telefone tocou. O autor da chamada, um de seus informantes, disse que tinham sido emitidos mandados de busca para o rancho e o condomínio de Jackson. Ray vendeu a história para a KNBC LA-TV, que deu o furo de reportagem às 4 da tarde do dia seguinte.

Depois disso, Ray "assistiu esta história ir longe, como um trem de carga", diz ele. Dentro de vinte e quatro horas, Jackson foi o assunto principal em setenta e três noticiários só na área de Los Angeles e estava na primeira página de todos os jornais britânicos. A história de Michael Jackson e o garoto de 13 anos se tornou um frenesi de exageros e rumores infundados, com a linha que separa a imprensa séria dos tablóide praticamente eliminada.

A extensão das alegações contra Jackson não foram conhecidas até 25 de agosto. Uma pessoa de dentro do Departamento de Serviços para a Criança ilegalmente vazou uma cópia do relato de abuso para Diane Dimond do Hard Copy [nota do tradutor: Programa de notícias tabloidianas dos EUA]. Poucas horas depois, o escritório de uma agência de notícias britânica em Los Angeles também obteve o relato e começou a vender cópias para qualquer repórter disposto a pagar US$ 750,00. No dia seguinte, o mundo todo conhecia os detalhes explícitos contidos no relato. "Enquanto estavam deitados um ao lado do outro na cama, Jackson colocou a mão dentro das calças [da criança]", escreveu a assistente social. A partir daí, a cobertura da imprensa logo demonstrou que valia tudo sobre Jackson.

"A concorrência entre as agências de notícias tornou-se tão acirrada", diz o repórter da KNBC, Conan Nolan, que "as histórias não estavam sendo verificadas. Foi uma coisa muito infeliz." O The National Enquirer [nota da revisora: tablóide britânico] colocou vinte repórteres e editores no caso. Uma equipe bateu em 500 portas em Brentwood tentando encontrar Evan Chandler e seu filho. Utilizando os registros de propriedade, eles finalmente conseguiram, avistaram Chandler em sua Mercedes preta. “Ele não ficou feliz. Mas eu fiquei”, diz Andy O’Brien, fotógrafo de um tablóide.

Em seguida vieram os acusadores - ex-empregados de Jackson. Primeiro, Stella e Philippe Lemarque, ex-governantas de Jackson, tentaram vender sua história para os tablóides com a ajuda do intermediário Paul Barresi, uma ex-estrela pornô. Eles pediram meio milhão de dólares, mas acabaram vendendo uma entrevista ao The Globe da Grã-Bretanha por US$15.000,00. Os Quindoys, um casal filipino que havia trabalhado em Neverland, fizeram o mesmo. Quando o preço era de US$100.000,00, eles disseram que "a mão estava por cima da calça do garoto", Barresi disse a um produtor do Frontline, um programa de TV. "Assim que o preço subiu para US$500.000,00, a mão foi para dentro da calça. Então qual é, né?" A promotoria de Los Angeles concluiu que ambos os casais eram inúteis como testemunhas.

Depois vieram os guarda-costas. Pretendendo subir na carreira jornalística, Diane Dimond do Hard Copy disse ao Frontline no início de novembro do ano passado que seu programa era "honesto sobre este assunto. Nós não pagamos dinheiro por essa história toda". Mas duas semanas mais tarde, como revela um contrato do Hard Copy, o show estava negociando um pagamento de US$ 100.000,00 para cinco ex-seguranças de Jackson que estavam planejando entrar com um processo de US$ 10.000.000,00 alegando que foram demitidos injustamente.

No dia 1 de dezembro, com o acordo feito, dois dos seguranças apareceram no programa, eles haviam sido demitidos, Dimond disse aos telespectadores, porque "sabiam demais sobre a estranha relação de Michael Jackson com meninos". Na realidade, como seus depoimentos sob juramento três meses depois revelaram, era claro que eles nunca haviam realmente visto Jackson fazendo nada impróprio com o filho de Chandler ou com qualquer outra criança:

“Então você não sabe nada sobre o Sr. Jackson e o garoto, não é?” Perguntou um dos advogados de Jackson ao ex-segurança Morris Williams que estava sob juramento.

“Tudo o que eu sei é de documentos que contêm o juramento de outras pessoas”.

"Mas, além do que outra pessoa possa ter dito, você não tem conhecimento de primeira mão sobre o Sr. Jackson e [o menino], não é?"

“Correto”.

“Você já falou com alguma criança que disse a você que o Sr. Jackson fez algo inapropriado com ela?”

“Não.”

Quando questionado pelo advogado de Jackson sobre a origem de suas impressões, Williams respondeu:

"Só pelo que eu tenho ouvido nos meios de comunicação e pelo que eu vi com meus próprios olhos".

“OK. Esse é o ponto. Você nunca viu nada com seus próprios olhos, certo?”

“Certo, nada”.

(O processo dos seguranças, apresentado em Março de 1994, ainda estava pendente quando este artigo foi para a imprensa).

Nota: o caso foi encerrado em Julho de 1995.

Em seguida veio a empregada. Em 15 de dezembro, o Hard Copy apresentou "O dolososo segredo da empregada que arrumava o quarto”. Blanca Francia disse a Dimond e a outros repórteres que tinha visto Jackson nu tomando banhos de chuveiro e em banheiras de hidromassagem com garotos. Ela também disse a Dimond que havia testemunhado o seu próprio filho em posições comprometedoras com Jackson - uma alegação em que os grande-júris, aparentemente, nunca acreditaram.

Uma cópia do depoimento sob juramento de Francia revela que o Hard Copy lhe pagou US$20.000,00, e que Dimond tinha verificado as alegações dela, e teria descoberto que eram falsas. Interrogada por um advogado de Jackson, Francia admitiu que nunca havia realmente visto Jackson no chuveiro com ninguém nem o tinha visto nu com os meninos em sua banheira. Eles sempre estavam com suas roupas de banho, ela reconheceu.

A cobertura da imprensa, disse Michael Levine, um assessor de imprensa de Jackson, “seguiu uma visão proctologista do mundo. O Hard Copy foi repugnante. O tratamento vicioso e vil desse homem na mídia se deu por motivos egoístas. Mesmo que você nunca tenha comprado um álbum do Michael Jackson, você deve ficar preocupado. A sociedade é construída sobre alguns poucos pilares. Um deles é a verdade. Quando você abandona isso, você vai ladeira abaixo”.

A investigação de Jackson, que em Outubro de 1993 viria a envolver pelo menos doze detetives do Condado de Santa Barbara e de Los Angeles, foi instigada, em parte, pelas percepções de um psiquiatra, Mathis Abrams, que não era um especialista em matéria de abuso sexual infantil. Abrams, observou o relatório da assistente social da DCS, "sente que a criança está dizendo a verdade." Em uma era de queixas generalizadas e muitas vezes falsas de abuso sexual infantil, a polícia e os promotores têm dado grande importância para o testemunho de psiquiatras, terapeutas e assistentes sociais.

A polícia apreendeu a agenda telefônica de Jackson durante as buscas em suas residências, em agosto, e questionou quase trinta crianças e suas famílias. Alguns, como Wade Robson e Brett Barnes, disseram que eles haviam compartilhado a cama com Jackson, mas, como todos os outros, deram a mesma resposta – Jackson não havia feito nada de errado. "As evidências eram muito boas para nós", diz um advogado que trabalhou na defesa de Jackson. "O outro lado não tinha nada, a não ser uma boca grande".

Apesar das evidências insignificantes apoiando a sua convicção de que Jackson era culpado, a polícia intensificou os seus esforços. Dois oficiais voaram para as Filipinas para tentar conferir a história da "mão nas calças" contada pelos Quindoys, mas aparentemente decidiram que ela não tinha credibilidade. A polícia também empregou técnicas agressivas de investigação – o que, supostamente, incluía contar mentiras – para pressionar crianças a fazerem acusações contra Jackson. De acordo com vários pais que se queixaram a Bert Fields, oficiais afirmavam categoricamente que seus filhos haviam sido molestados, apesar das crianças negarem aos pais que qualquer coisa ruim tivesse acontecido. A polícia, Fields queixou-se em uma carta ao chefe de polícia de Los Angeles, Willie Williams, "também assusta os jovens com mentiras ultrajantes, como 'Temos fotos de você nu'. Não existe, é claro, foto nenhuma”. Um oficial, Federico Sicard, disse ao advogado Michael Freeman que ele havia mentido para as crianças que ele tinha entrevistado, dizendo-lhes que ele próprio tinha sido molestado quando criança, disse Freeman. Sicard não respondeu aos pedidos de entrevista para este artigo.
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MensagemAssunto: Re: Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? -   Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? - EmptyQui maio 20, 2010 7:27 pm

Título original: "Was Michael Jackson Framed?"
Por Mary Fischer
Fonte: GQ Magazine, 1994


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Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? - Gq01

O tempo todo, June Chandler Schwartz rejeitou as acusações que Chandler estava fazendo contra Jackson - até uma reunião com a polícia no final de agosto de 1993. Os oficiais Sicard e Rosibel Ferrufino fizeram uma declaração que começou a mudar sua mente. "[Os oficiais] admitiram que eles tinham apenas um menino", diz Freeman, que participou da reunião, "mas eles disseram: 'Estamos convencidos de que Michael Jackson molestou este menino porque ele se encaixa perfeitamente no perfil clássico de um pedófilo’".

"Não existe esse tal perfil clássico. Cometeram um erro completamente estúpido e ilógico", diz o Dr. Ralph Underwager, um psiquiatra de Minneapolis que tem tratado de pedófilos e vítimas de incesto desde 1953. Jackson, acredita, "pagou" por causa de "equívocos como estes, que puderam passar por fato em uma era de histeria". Na verdade, como um estudo do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA mostra, muitas alegações de abuso sexual infantil – 48% daquelas registradas em 1990 – eram comprovadamente infundadas.

"Era só uma questão de tempo antes que alguém como Jackson se tornasse um alvo", diz Phillip Resnick. "Ele é rico, excêntrico, vive rodeado de crianças e essa é a fragilidade dele. A atmosfera é tal que uma acusação ia mesmo acontecer".

As sementes do acordo começaram a ser semeadas à medida em que a investigação policial prosseguia em ambos os municípios através do outono de 1993. E a batalha de bastidores entre os advogados de Jackson pelo controle do caso, o que acabaria por alterar o curso da defesa, havia começado.

Nessa época, June Chandler Schwartz e Dave Schwartz tinham se unido a Evan Chandler contra Jackson. A mãe do menino, dizem várias fontes, temia pelo que Chandler e Rothman poderiam fazer se ela não ficasse do lado deles. Ela se preocupava com a possibilidade de enfrentar uma acusação por negligência por ter permitido que seu filho passasse noites com Jackson. Seu advogado, Michael Freeman, por sua vez, pediu demissão por desgosto, dizendo mais tarde que “a coisa toda era uma confusão. Eu me sentia desconfortável com Evan. Ele não é uma pessoa autêntica e eu sentia que ele não estava fazendo as coisas do modo certo”.

Ao longo dos meses, os advogados de ambos os lados foram contratados e demitidos enquanto lutavam sobre a melhor estratégia a ser tomada. Rothman deixou de representar Chandler no final de agosto, quando foram apresentadas por Jackson as acusações de extorsão contra os dois. Ambos, então, contrataram caros advogados criminalistas de defesa para representá-los. (Rothman contratou Robert Shapiro, que agora é o principal advogado de defesa de OJ Simpson). De acordo com o diário da ex-colega de Rothman, em 26 de agosto, antes das acusações de extorsão serem apresentadas, ela ouviu Chandler dizer "É o meu (censurado) que está em perigo e correndo risco de ir para a prisão." As investigações acerca das acusações de extorsão foram superficiais, porque, segundo uma fonte, "a polícia nunca as levou a sério. Mas muito mais poderia ter sido feito." Por exemplo, como haviam feito com Jackson, a polícia poderia ter emitido mandados de busca para as residências e escritórios de Rothman e Chandler. E quando ambos, através de seus advogados, se recusaram a ser entrevistados pela polícia, um grande-júri poderia ter sido convocado.

Pela metade de setembro, Larry Feldman, advogado civil que tinha sido presidente da Associação dos Advogados de Tribunal de Los Angeles, começou a representar o filho de Chandler e imediatamente assumiu o controle da situação. Ele entrou com uma ação civil de US$30.000.000,00 contra Jackson, o que viria a ser o começo do fim.

Depois que a notícia da ação se espalhou, os lobos começaram a se amontoar na porta. De acordo com um membro da equipe de advogados de Jackson, "Feldman recebeu dezenas de cartas de todos os tipos de pessoas dizendo que haviam sido molestadas por Jackson. Foram a todos eles tentando encontrar alguém, e não encontraram ninguém".

Com a possibilidade de acusações criminais contra Jackson agora iminente, Bert Fields trouxe Howard Weitzman, um conhecido advogado criminalista de defesa com uma série de clientes famosos - incluindo John DeLorean, cujo julgamento ele ganhou, e Kim Basinger, cuja disputa do contrato com o Boxing Helena ele perdeu. (Além disso, por um curto período em Junho deste ano, Weitzman foi advogado de OJ Simpson). Alguns previram um problema entre os dois advogados no início. Não havia espaço para dois fortes advogados acostumados a protagonizarem seus próprios shows.

Desde o dia em que Weitzman se juntou à equipe de defesa de Jackson, "ele falava de um acordo", disse Bonnie Ezkenazi, um advogado que trabalhou para a defesa. Com Fields e Pellicano ainda no controle da defesa de Jackson, eles adotaram uma estratégia agressiva. Eles acreditavam incondicionalmente na inocência de Jackson e juraram lutar contra as acusações no tribunal. Pellicano começou a reunir evidências para usar no julgamento, que estava marcado para 21 de março de 1994. "Eles tinham um caso muito fraco", diz Fields. "Nós queríamos lutar. Michael queria lutar e passar por um julgamento. Nós sentimos que poderíamos ganhar".

As divergências no time de Jackson aceleraram em 12 de novembro, depois que o porta-voz de Jackson anunciou numa conferência de imprensa que o cantor cancelaria o restante de sua turnê mundial para entrar em uma clínica de reabilitação para tratar seu vício em analgésicos.

Posteriormente, Fields disse aos jornalistas que Jackson quase não "estava capaz de agir adequadamente em um nível intelectual." Outros do time de Jackson acharam que era um erro retratar o cantor como um incapaz. "Foi importante", diz Fields, "dizer a verdade. [Larry] Feldman e a imprensa assumiram a posição de que Michael estava tentando se esconder e que foi tudo uma farsa. Mas não foi."

Em 23 de novembro, os atritos chegaram ao máximo. Com base em informações que ele afirma ter recebido de Weitzman, Fields disse em um tribunal cheio de repórteres que uma acusação criminal contra Jackson parecia iminente. Fields teve uma razão para fazer essa declaração: Ele estava tentando atrasar a ação civil do menino constatando que havia um caso criminal que deveria ser julgado primeiro. Fora do tribunal, os repórteres perguntaram por que Fields fez o anúncio, ao que Weitzman respondeu essencialmente que Fields “se confundiu". O comentário enfureceu Fields, "porque não era verdade", ele disse. "Foi um ultraje. Fiquei muito chateado com Howard", Fields.

"Havia esse grande grupo de pessoas querendo fazer coisas diferentes, e era como se mover através de areia movediça para obter uma decisão", diz Fields. "Era um pesadelo, e eu queria dar o fora dele". Pellicano, que havia recebido seu quinhão de críticas pela sua conduta agressiva, pediu demissão ao mesmo tempo.

Com Fields e Pellicano fora, Weitzman trouxe Johnnie Cochran Jr., um advogado civil bem conhecido que agora está ajudando a defender OJ Simpson. E John Branca, que havia sido substituído por Fields como conselheiro geral de Jackson em 1990, estava de volta ao conselho. No final de 1993, como promotores convocaram grande júris em Santa Barbara e Los Angeles para avaliar se acusações criminais deveriam ser apresentadas contra Jackson, a estratégia de defesa mudou de rumo e a conversa sobre um acordo no caso civil começou a ficar séria, apesar da nova equipe também acreditar na inocência de Jackson.
Por que os advogados de Jackson concordariam em resolver o caso fora dos tribunais, dadas as alegações de inocência dele e as evidências questionáveis contra ele? Seus advogados, aparentemente, decidiram que havia muitos fatores que iam de encontro à idéia de levar o caso civil aos tribunais. Entre eles estava o fato de que a fragilidade emocional de Jackson seria testada pela cobertura agressiva da mídia que, provavelmente, seria como uma praga para o cantor, dia após dia, durante um julgamento que poderia durar até seis meses. Política e questões raciais haviam também se infiltrado em procedimentos legais - em especial em Los Angeles, que ainda estava se recuperando do calvário de Rodney King – e a defesa temia que não se pudesse confiar em um tribunal para obter justiça. Então, também, havia a composição do júri a ser considerada. Como um advogado disse: "Eles achavam que os hispânicos poderiam ter ressentimentos [de Jackson] pelo seu dinheiro, os negros poderiam ressentir-se dele por tentar ser branco, e brancos teriam problemas para contornar a questão de abuso sexual." Na opinião de Resnick, "A histeria é tão grande e o estigma [do abuso sexual de crianças] é tão forte, que não existe defesa contra isso.”

Os advogados de Jackson também estavam preocupados com o que poderia acontecer se um processo criminal se seguisse, principalmente em Santa Bárbara, que é uma comunidade de maioria branca, conservadora, de classes média e alta. De qualquer modo que a defesa olhasse para isso, um julgamento civil parecia ser uma aposta muito alta. Através do cumprimento dos termos de um acordo civil, segundo fontes, os advogados acharam que poderiam evitar um julgamento criminal através de um entendimento tácito de que Chandler concordaria em fazer com que seu filho não testemunhasse.
Outras pessoas próximas ao caso disseram que a decisão de fazer o acordo provavelmente também tinha a ver com outro fator - a reputação dos advogados. "Você pode imaginar o que aconteceria a um advogado que perdesse o caso de Michael Jackson?" diz Anthony Pellicano. "Não há nenhuma maneira de todos os três advogados saírem vencedores, a menos que façam um acordo. A única pessoa que sai perdendo é Michael Jackson." Mas Jackson, diz Branca, "mudou de idéia [sobre levar o caso a julgamento], quando ele retornou a este país. Ele não tinha visto a cobertura massiva do caso e o quanto ela era hostil. Ele só queria que a coisa toda acabasse."

Por outro lado, as relações entre os membros da família do menino tinham se tornado amargas. Durante uma reunião no escritório de Larry Feldman no final de 1993, Chandler, diz uma fonte, "perdeu o controle e bateu em Dave [Schwartz]". Schwartz, que estava separado de June a esta altura, foi ficando de fora das decisões que afetavam seu enteado, e ele tinha ressentimentos de Chandler por ele ter levado o menino e não devolvido.

“Dave ficou furioso e disse a Evan que, de qualquer modo, tudo não passava de extorsão, nessa hora, Evan se levantou, se aproximou de Dave e começou a bater nele", diz uma segunda fonte.
Para qualquer um que tenha morado em Los Angeles em janeiro de 1994, havia dois assuntos principais para discussões - o terremoto e o acordo de Jackson. Em 25 de janeiro, Jackson concordou em pagar ao menino uma quantia não revelada. Um dia antes, os advogados de Jackson retiraram as acusações de extorsão contra Chandler e Rothman.

O valor real do acordo nunca foi revelado, embora se especule que tenha sido cerca de US$ 20.000.000,00. Uma fonte diz que Chandler e June Chandler Schwartz receberam mais de US$ 2.000.000,00 cada, enquanto o advogado Feldman poderia ter recebido até 25 por cento em honorários. O restante do dinheiro está sendo guardado para o garoto e será pago sob a supervisão de um procurador apontado pela cortê.

"Lembre-se, este caso sempre disse respeito a dinheiro", diz Pellicano, “e Evan Chandler acabou recebendo o que ele queria." Desde então Chandler ainda tem a custódia de seu filho, fontes afirmam que, logicamente, isso significa que o pai tem acesso a qualquer dinheiro que seu filho receba.
No final de maio de 1994, Chandler, finalmente, parecia estar fora da odontologia. Ele tinha fechado seu consultório em Beverly Hills, citando uma perseguição constante por parte dos fãs de Jackson. Sob os termos do acordo, Chandler, aparentemente, está proibido de escrever sobre o caso, mas seu irmão, Ray Charmatz, estaria tentando conseguir um contrato para um livro.

No que pode vir a ser o caso que nunca termina, em agosto passado, tanto Rothman quanto Dave Barry Schwartz (dois dos participantes principais do caso que foram deixados de fora do acordo) apresentaram ações civis contra Jackson. Schwartz afirma que o cantor destruiu sua família. A ação de Rothman alega difamação e calúnia por parte de Jackson, assim como de sua equipe de defesa original - Fields, Pellicano e Weitzman - pelas acusações de extorsão. "A acusação [ de extorsão]", diz Aitken, advogado de Rothman, "é totalmente falsa. O Sr. Rothman foi ridicularizado publicamente, foi objeto de uma investigação criminal e sofreu perda financeira." (Presumivelmente, uma das perdas financeiras de Rothman foram os altos honorários que ele teria recebido se tivesse continuado como advogado de Chandler na época do acordo).

Quanto a Michael Jackson, "ele está continuando com a sua vida", diz o porta-voz Michael Levine. Agora casado, Jackson também gravou recentemente três novas canções para mais um álbum de grandes sucessos e completou as gravações de um novo vídeo chamado "History".

E o que aconteceu com a investigação massiva de Jackson? Depois de milhões de dólares terem sido gastos por promotores e pela polícia em duas jurisdições, e depois de dois grandes júris terem questionado cerca de 200 testemunhas, incluindo 30 crianças que conheciam Jackson, não foi encontrada uma única testemunha que corroborasse as acusações.

Em Junho de 1994, ainda determinado a encontrar ao menos uma testemunha, três promotores e dois detetives da polícia voaram para a Austrália para questionar de novo Wade Robson, o garoto que havia admitido ter dormido na mesma cama com Jackson. Mais uma vez, o rapaz disse que nada de ruim havia acontecido.

As únicas acusações levantadas contra Jackson, então, continuam a ser aquelas feitas por um único menino, e só depois dele ter sido injetado com uma potente droga hipnótica, deixando-o suscetível a sugestões.

"Achei o caso suspeito", diz o Dr. Underwager, o psiquiatra de Minneapolis, "precisamente porque a única evidencia veio de um menino. Isso seria altamente improvável. Pedófilos reais têm uma média de 240 vítimas em toda sua vida. É uma doença progressiva. Eles nunca estão satisfeitos".

Dadas as frágeis evidências contra Jackson, parece improvável que ele fosse considerado culpado. As pessoas são livres para especular como quiserem e a excentricidade de Jackson deixa-o vulnerável à probabilidade de que o público tenha assumido o pior sobre ele.

Assim, é possível que Jackson não tenha cometido nenhum crime - que ele seja o que sempre pretendeu ser, um protetor, e não um molestador de crianças? O advogado Michael Freeman pensa assim: "Eu sinto que Jackson não fez nada de errado e essas pessoas [Chandler e Rothman] viram uma oportunidade e planejaram isso. Eu acredito que tenha sido tudo por dinheiro."

Para alguns observadores, a história de Michael Jackson ilustra o perigoso poder de uma acusação, contra a qual, muitas vezes, não há defesa - especialmente quando as denúncias envolvem abuso sexual infantil.

Para outros, algo mais está claro agora - que a polícia e os promotores gastaram milhões de dólares para criar um caso cujo fundamento nunca existiu.
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