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Se vocês precisarem de sinônimos para as palavras – talento, carisma e genialidade não procurem um dicionário. Apenas digam um nome: Michael Jackson
 
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 "O Plano"

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AutorMensagem
Tixa
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Tixa

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"O Plano" Empty
MensagemAssunto: "O Plano"   "O Plano" EmptyDom maio 23, 2010 9:52 am

O documento abaixo faz parte das evidências recolhidas pela defesa de Michael Jackson acusado por abuso sexual nos anos 90. Trata-se da transcrição da gravação de uma conversa telefônica em que Barry Rothman, advogado de Evan Chandler, pai da alegada vítima, Jordan Chandler, negocia um “acordo” com Anthony Pellicano, detetive particular de Jackson. Na conversa, realizada, como se vê, antes das acusações contra o ídolo serem efetivadas, Pellicano, a mando de seu cliente, se recusa a atender as exigências do cliente de Rothman para que as acusações não sejam feitas. Rothman é o mesmo homem a quem Chandler se refere como um advogado calhorda e demoníaco em outra conversa telefônica, aquela famosa entre ele próprio e o padrasto de Jordan, David Schwartz. Segundo o próprio Evan, ele e Rothman tinham um plano infalível para extrair dinheiro de Jackson. O plano, já relatado por Geraldine Hughes, secretaria de Barry Rothman, neste espaço é completamente exposto na conversa que você lerá abaixo em sua íntegra, o que prova que a secretaria não mentiu a respeito no livro “Redenção”, em que sai em defesa de Jackson como testemunha ocular dos eventos.

É um documento bastante longo, no entanto, ele não será editado para facilitação da compreensão e maior comodidade do leitor por se tratar de uma prova relevante que não deve ser alterada, a fim de que o leitor possa formar sua opinião tendo a certeza de que pode confiar no que lê. É preciso registrar e enfatizar novamente o fato fundamental: Michael Jackson só foi acusado por abuso sexual em 1993, porque sua resposta à proposta de Chandler foi: “não!” Por fim, resta uma observação relevante: Pellicano foi contra a realização do acordo entre Jackson e os Chandler’s em 1994 por acreditar que tinha provas suficientes de que seu cliente teria sido vítima de extorsão e nada mais. Hoje, Jackson se diz arrependido por ter cedido, embora ele tivesse razões que não vêm ao caso agora. O que importa neste momento é que você leitor conheça uma das evidências de que Pellicano falava.


Tribunal Superior do Estado da Califórnia
Condado de Santa Bárbara

Caso nº SC 031774
Transcrição de fita cassete - Pellicano e Rothman, 17/08/1993
Documento 11
Arquivo nº TPB81793.JK
Conversa 1, entre Anthony Pellicano e Barry Rothman



Anunciante de rádio: Aqui é John Santana com a Agenda Clássica KKGO. Programas para o Hollywood Bowl. Hoje à noite, Filarmônica de Los Angeles com Glinka, Rusolov e Ludimila Overture, Segundo Concerto de Piano de Rachmaninoff e Nona Sinfonia de Dvorak, "The New".

Mr. Rothman: Alô?

Mr. Pellicano: Oi, Barry. Como vai?

Mr. Rothman: Oi, Anthony. Tudo bem?

Mr. Pellicano: Bem. Acabei de voltar ao escritório e chequei minhas mensagens, mas não havia nenhuma sua de ontem, então pensei que eu deveria te telefonar. Acho que estou correto em entender que seu cliente [Evan Chandler] rejeitou o acordo, certo?

Mr. Rothman: Sim, está certo, Anthony.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: Estou lhe enviando uma carta com respeito a isso.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: OK. Você sabe que havia uma moção de custódia esta manhã [Evan Chandler lutava pela custódia de Jordan, que então pertencia à sua ex-mulher, June Chandler. Sem a custódia, as acusações contra Jackson seriam praticamente inviáveis, já que June vivia em bons termos com o cantor. Evan se recusava a devolver o garoto à June após um período de visitas e ela entrou com um pedido judicial para tanto]. Sei que você sabe disso.

Mr. Pellicano: Não, eu não sabia.

Mr. Rothman: Ora, como não poderia saber disso, Anthony, quando Bert Fields [advogado de Jackson] assinou a Declaração?

Mr. Pellicano: Havia um pedido de custódia esta manhã?

Mr. Rothman: Uma moção de custódia às 8h30.

Mr. Pellicano: Ah. Primeiro, eu sabia. Sabia exatamente que havia uma moção.

Mr. Rothman: Sim, é o que estou lhe questionando. Havia uma...

Mr. Pellicano: Sim, mas eu não sabia que havia sido esta manhã.

Mr. Rothman: Sim, foi esta manhã.

Mr. Pellicano: Ah.

Mr. Rothman: Foi esta manhã às 8h30.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: Você não sabia disso, mas Bert assinou a Declaração?

Mr. Pellicano: Bem, sei de alguém lhe falando sobre uma Declaração. Não sei se ele a assinou.

Mr. Rothman: Ah ham.

Mr. Pellicano: De qualquer modo, não faz diferença.

Mr. Rothman: É. Certo. Bem, tenho certeza de que você saberá de Freeman [advogado de June Chandler que diz nunca ter acreditado nas acusações contra Jackson, mesmo depois de sua cliente ter participado do acordo de 94] o que aconteceu.

Mr. Pellicano: Sim, vou telefonar para ele agora.

Mr. Rothman: Sim. Bom, nós contaremos o que aconteceu.

Mr. Pellicano: Não quer me contar logo?

Mr. Rothman: Bem, foi uma moção para ter Jordy [apelido de Jordan] de volta. Ele estará de volta às 7 horas esta noite. Será uma questão muito séria se ele permanecerá, mas o fato é que ele estará de volta às 7 horas da noite.

Mr. Pellicano: Bem, sim, mas... Sabe, Barry? Você é o advogado dele e Freeman o deles. Você sabe, não é da minha conta, para ser honesto com você.

Mr. Rothman: Você não pode dizer que não é da sua conta quando Burt Fields assina a Declaração.

Mr. Pellicano: Estou falando do...

Mr. Rothman: (Inaudível, simultâneo) ... qual é?

Mr. Pellicano: Não estou... Não estou falando do...

Mr. Rothman: Anthony, Anthony, Anthony...

Mr. Pellicano: ... do que Bert Fields faz. Estou falando do que eu faço.

Mr. Rothman: OK. Pare. Pare. Essa farsa sobre o fato de você jogar certo jogo e não jogar em outro é, é... é uma ilusão ridícula.

Mr. Pellicano: Olhe, o propósito deste telefonema...

Mr. Rothman: OK.

Mr. Pellicano: ... e eu realmente disse aquilo com sinceridade...

Mr. Rothman: Eu entendo, Anthony...

Mr. Pellicano: E lhe digo a verdade... A primeira vez que ele me perguntou, eu entrei no meu escritório e fui checar minhas mensagens de ontem, e a sua não estava entre elas.

Mr. Rothman: OK. Veja, respondendo sua pergunta, sim. Sua oferta com relação ao acordo para... para apenas um projeto não é aceitável [Evan Chandler queria que Michael Jackson financiasse seus projetos em Hollywood. Como você leitor verá, ele queria o financiamento de 4 projetos, no valor de 5 milhões de dólares cada um].

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: OK? Você sabe o que eu pedi para você fazer...

Mr. Pellicano: Então...

Mr. Rothman: ... e você não pode, então o que posso dizer?

Mr. Pellicano: Então seu pessoal vai correr atrás do restante das coisas das quais você estava falando.

Mr. Rothman: Bem, deixe-me só colocar isso em perspectiva por um segundo, ok? Digo, seu pessoal correu atrás antes de nós.

Mr. Pellicano: Você não pode dizer...

Mr. Rothman: Vocês correram atrás...

Mr. Pellicano: Não pode dizer que nós...

Mr. Rothman: Deixe-me fechar a porta. Espere um minuto, Anthony.

Mr. Pellicano: OK. Vá em frente.

(pausa)

Mr. Rothman: Certo. Anthony, eu...

Mr. Pellicano: Até onde...

Mr. Rothman: ... digo que (inaudível, simultâneo)... e você sabe, não estou falando sem precisão. Vocês correram atrás. Agora, Freeman representando June fez o que fez [pediu a devolução de Jordan]. Ele nos notificou de uma moção ontem à tarde, às 3h00. Eu estive no tribunal o dia inteiro ontem em uma audiência, mas quando voltei ao escritório por volta das 4h00...

Mr. Pellicano: E foi por isso que não tive notícias suas.

Mr. Rothman: Sim. Vi a mensagem dele e respondi. Falei com ele ao telefone e disse... Foi o que eu disse, Anthony: "Michael [Freeman], aqui é Barry Rothman. Não tive como contatar Evan. Estive numa audiência o dia todo, e ele está fazendo uma cirurgia de 8 horas num paciente, e só se passaram 4 horas.

Mr. Pellicano: Sim.

Mr. Rothman: "E não tenho nenhuma idéia do que ele quer fazer com relação à volta de Jordy. Não discuti isso com ele ainda, mas nós podemos evitar essa coisa toda". Eu usei a palavra "evitar" porque não queria fazer nada precipitado, o que venho tentando por dois infelizes meses.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: OK? E eu disse: "Deixe-me ter a oportunidade de conversar com ele quando a cirurgia terminar, o que será por volta das 7, 8 horas da noite. Por enquanto não há nada que possamos fazer. O que eu sugeriria - e sem exigências"...

Mr. Pellicano: Espere um minuto. Não desligue. [Para outra pessoa] Você diria que eu ligo para ele em 5 minutos? [Agora para Rothman] Desculpa.

Mr. Rothman: E o que eu disse pra ele foi: "Veja. Não há nenhuma exigência ligada a isso". E disse também: "Tenho sérias dúvidas se isso é sequer o tema de uma moção, porque já se passaram 5 ou 6 semanas. Não há nenhuma razão predominante pela qual essa não devesse ser uma moção previamente notificada em qualquer modo ou formato, e acho que nós deveríamos adiar isso por um ou dois dias para que eu sente com Evan e ele possa simplesmente devolver Jordy voluntariamente, sem ter que passar pelo tribunal". E ele disse pra mim: "Bem, eu não sei. Terei que ligar para o meu cliente". Agora, se o cliente dele é June, Anthony, ou se é outra pessoa, eu tenho grandes dúvidas [ele suspeitava que Freeman estivesse trabalhando para Michael, dada a proximidade entre Michael e June na época]. Eu lhe direi agora nessa conversa telefônica...

Mr. Pellicano: Bem, vou lhe dizer... Vou lhe dizer a verdade. Ele não nos representa. Representa June.

Mr. Rothman: Não, não é tecnicamente. Eu entendo isso, mas a questão é...

Mr. Pellicano: E ele certamente não representa Michael.

Mr. Rothman: Eu também sei disso, mas o ponto é que não significa que ele não está discutindo com você ou Bert Fields ou alguém além de June.

Mr. Pellicano: Me escute. Eu quero lhe dizer uma coisa que talvez você não esteja entendendo agora porque isso pegou você de surpresa e a mim também.

Mr. Rothman: Não, não... Vá em frente.

Mr. Pellicano: O que você tem que entender é que as negociações relativas ao pedido de acordo não têm nada a ver com o pedido de custódia.

Mr. Rothman: Eu sei disso, Anthony.

Mr. Pellicano: Quero dizer, isto é entre vocês.

Mr. Rothman: Sim, mas você consistente e repetidamente me disse quando levantamos a questão de custódia sobre uma solução global para isso...

Mr. Pellicano: Sim.

Mr. Rothman:... e você me disse consistentemente que não seria um problema, que você manteria...

Mr. Pellicano: E não considero um problema.

Mr. Rothman: Bem, obviamente é o primeiro problema que aparece aqui numa disputa...

Mr. Pellicano: Bem, com quem Jordy quer morar?

Mr. Rothman: Ele indicou especificamente não só para Evan como também para June, na cara dela: "Quero morar com meu pai".

Mr. Pellicano: Então será facilmente resolvido.

Mr. Rothman: Não é uma questão de "facilmente resolvido", porque há questões aqui com relação ao fato de quando ela assinou uma ordem para permanecer em L.A. se não tivesse o consentimento de Evan, e era preciso seu consentimento para deixar a cidade [Ela não podia tirar Jordan da cidade sem o consentimento de Evan]. Agora ela está alegando que fez isso sob coação e não estava representada por advogados. Você foi o responsável em conseguir que aquilo fosse executado.

Mr. Pellicano: Exatamente.

Mr. Rothman: Certo. Agora ela está me dizendo de má fé que não queria assinar aquilo, certo?

Mr. Pellicano: Ah ham.

Mr. Rothman: O que não é bom. Não é bom mesmo.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: Certo? E Evan está muito consciente. Ele tem ciência de que ela quer conseguir a custódia e deixar o país para viajar em turnê com Michael...

Mr. Pellicano: Não, isso não... Isso não vai acontecer.

Mr. Rothman: Bem, você está dizendo que não vai acontecer. Temos uma lacuna de credibilidade aqui.

Mr. Pellicano: Deixe-me lhe dizer uma coisa. Que tal se eu jurar por meus filhos...

Mr. Rothman: Que não vai acontecer?

Mr. Pellicano: Não acontecerá. Não acontecerá.

Mr. Rothman: OK. É importante que eu saiba disso.

Mr. Pellicano: Sem chance.

Mr. Rothman: Certo, porque eu tenho que dar umas cartadas aqui. Digo, você fala "sem chances", mas...

Mr. Pellicano: Não há chance de acontecer.

Mr. Rothman: Anthony, ok. Eu quero dizer que espero não ter que ligar para você na próxima semana e dizer: “Hei, eu disse a você...”

Mr. Pellicano: Não há. Estou lhe dizendo que... Estou dizendo que não há chances, a não ser que o mundo inteiro esteja mentindo para mim.

Mr. Rothman: Certo. Espero não ter que te ligar na próxima semana e dizer que Evan recebeu um telefonema de Hamburg, Alemanha...

Mr. Pellicano: Escute. Primeiro de tudo...

Mr. Rothman: ...onde eles estão freqüentando um quarto de hotel...

Mr. Pellicano: ... o que você tem que fazer... O que você tem que resolver que ainda não foi resolvido é este acordo aqui. Se ele não quiser esse acordo, então me diga, porque aí tenho que falar à Fox nos próximos dias com relação à outra opção.

Mr. Rothman: Ele não quer o acordo da maneira como você...

Mr. Pellicano: Tudo bem.

Mr. Rothman: ...ofereceu [Pellicano ofereceu um projeto de 350 mil dólares. Ele disse mais tarde que fez a oferta para poder ter o flagrante da extorsão caso Evan aceitasse a oferta bastante modesta em comparação com suas pretensões].

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: Certo? Isso eu posso dizer.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: Mas da forma que está agora...

Mr. Pellicano: OK. Eu só... Escute. A questão é simples. Se ele não quer o acordo...

Mr. Rothman: Eu lhe disse que não.

Mr. Pellicano: OK. Então não há mais nada para se falar com respeito a isso.

Mr. Rothman: Não há mais nada a se falar com respeito a isso.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: É verdade. Neste momento não há mais nada a se discutir com relação a isso, mas aonde quero chegar... Eu quero lhe explicar a questão muito cuidadosamente para que você entenda, ok? Nós não tomamos nenhuma decisão precipitada com relação a essa situação, que agora entrou numa outra arena. Michael Freeman fez ou June Chandler fez, e se ela o fez foi sob conselho de Michael Freeman ou de outra pessoa, não tenho certeza.

Mr. Pellicano: Ela não fez sob nosso conselho.

Mr. Rothman: Tudo bem, mas a questão é que agora ela se moveu para conseguir a custódia, o que coloca tudo numa arena totalmente diferente. Freeman tem uma moção para 3 de setembro com relação a tornar o arquivo sigiloso, referindo-se a uma celebridade interessada com um poderoso perfil...

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: ... que não quer certas coisas divulgadas...

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: ... e todo os outros tipos de coisa.

Mr. Pellicano: Bem, foi o que nós dissemos... Eu disse isso a eles.

Mr. Rothman: Sim.

Mr. Pellicano: Eu disse: "Se vocês registrarem algo, melhor que seja sob sigilo”.

Mr. Rothman: Bem, ele pode tentar fazê-lo sob sigilo, mas será muito difícil, na minha opinião, e não quero ter que...

Mr. Pellicano: Isso nós teremos que descobrir.

Mr. Rothman: Bem, há uma razão específica por que estou lhe dizendo isso, que não divulgarei para você agora por telefone, mas será realmente difícil.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: Certo. Mas me parece apenas bizarro, totalmente bizarro - e nós dois somos pessoas espertas, Anthony -, que ela tenha tomado aquela atitude sob essas circunstâncias quando poderia estar envolvida na situação muito facilmente, e não esteve... [June relutou por certo tempo até se posicionar contra Jackson e ser parte do acordo que, enfim, se firmou. A princípio, ela queria apenas retomar a guarda do filho, o que não conseguiu]

Mr. Pellicano: Bem, tenho certeza de que você disse isso a Michael Freeman.

Mr. Rothman: Eu realmente disse.

Mr. Pellicano: Bem, então eles sabem.

Mr. Rothman: Certo. Então, quero dizer que agora é sobre um certo...

Mr. Pellicano: Deus, eu queria ter sabido disso antes de ligar para você.

Mr. Rothman: Você não sabia de...

Mr. Pellicano: Veja, você realmente acredita que eu teria feito esta ligação...

Mr. Rothman: Não sei.

Mr. Pellicano: Estou lhe dizendo. Eu não sabia.

Mr. Rothman: Eu teria... Eu imaginei que... Sabe? A última coisa que você me disse antes de sair do meu escritório foi: "Eu só quero te dizer, Barry, que quando eu"...

Mr. Pellicano: Bem, eu tinha...

Mr. Rothman: ... "(simultâneo, inaudível) deixo a reunião, todo mundo sabe o que está acontecendo."

Mr. Pellicano: Sim, depois...

Mr. Rothman: Então eu creio que todos dizem a você o que está se passando no seu lado.

Mr. Pellicano: Bem, até onde... O que me consta é se Bert Fields assinou uma Declaração ou não. Isso eu sei que ele fez.

Mr. Rothman: Sim, o que foi uma grande m****, tenho que te falar. Sabe, tentar...

Mr. Pellicano: Mas você pode telefonar...

Mr. Rothman: ... tentar pintar um quadro aqui que...

Mr. Pellicano: Escute. Escute. Eu já...

Mr. Rothman: ... (simultâneo, inaudível) como um oficial da corte...

Mr. Pellicano: Eu já disse a você que nós achamos que isso é uma tentativa de extorsão desde o início. Eu já afirmei isso para você...

Mr. Rothman: Bem, você pode pensar isso.

Mr. Pellicano: ...repetidas vezes.

Mr. Rothman: Você pode dizer isso, Anthony.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: OK. Mas há um contraponto para todos os...

Mr. Pellicano: Mas o que estou tentando... O que estou tentando fazer, e há tantas coisas que eu estou tentando fazer de uma vez.... Eu tinha que saber de você se ele vai ou não aceitar o acordo.

Mr. Rothman: Bert Fields...

Mr. Pellicano: Essa é a única pessoa... Essa é a única razão dessa ligação. Essas outras questões relacionadas à custódia, se você quer que eu esteja envolvido, eu me envolverei. É a única coisa... Pode esperar um segundo?

Mr. Rothman: Sim, tudo bem.

Mr. Pellicano: Alô? Desculpa.

Mr. Rothman: Não, tudo bem. Eu estava ouvindo a música.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: Bem relaxante, tenho que confessar.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: OK. De qualquer forma...

Mr. Pellicano: Se você quiser que eu entre nessa questão de custódia, peça-me e entrarei. Eu prefiro que não. Eu preferiria que vocês acertassem com...

Mr. Rothman: Bem, não será acertado. Vai ser dado um passo para trás. Digo, quando você diz...

Mr. Pellicano: Certo. Mas o que... O que... Novamente...

Mr. Rothman: ... "se envolver", há várias coisas implicando nisso, se você quiser se envolver e ver o que quer fazer para resolvê-lo. Havia uma coisa certa...

Mr. Pellicano: Bem, ouça. Eu tenho que dizer que estou pasmo por Evan não ter aceitado esse acordo, porque seria uma grande coisa para ele. Ele teria...

Mr. Rothman: Anthony...

Mr. Pellicano: Deixe-me só terminar.

Mr. Rothman: Vá em frente.

Mr. Pellicano: Aí, se você não concordar comigo, não concorde.

Mr. Rothman: Vá em frente.

Mr. Pellicano: Seria um grande lance. E se ele provar que é bom, então posso falar com todo mundo no sentido de conseguir mais outro acordo para ele.

Mr. Rothman: Sabe qual é o problema, Anthony? Deixe-me dizer.

Mr. Pellicano: Qual?

Mr. Rothman: O problema é que, originalmente, você tinha oferecido um acordo de três projetos.

Mr. Pellicano: Não, eu disse a ele sobre três acordos juntos...

Mr. Rothman: Não, você tinha... Você me disse no meu escritório, Anthony...

Mr. Pellicano: Eu não disse a você...

Mr. Rothman: ... que você estava renegando isso.

Mr. Pellicano: Eu disse... Minhas exatas palavras foram: "O que você deveria fazer é pegar os três acordos juntos."

Mr. Rothman: Anthony, ele...

Mr. Pellicano: Pegar os três...

Mr. Rothman: ... (simultâneo, inaudível) depois daquele encontro...

Mr. Pellicano: ... e depois pegar os três acordos. Está entendendo?

Mr. Rothman: Você veio ao meu escritório e concordou comigo que seriam originalmente três, e agora será um?
Mr. Pellicano: Isso foi o que ele...

Mr. Rothman: Do que você está falando?

Mr. Pellicano: Ele que pediu três originalmente.

Mr. Rothman: Não, você tinha concordado que seriam três...

Mr. Pellicano: Na verdade, ele pediu quarto. A princípio ele pediu quatro.

Mr. Rothman: Então você se sentiu desconfortável em oferecer três, baseado na volatilidade dele.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: OK. Foi o que você me disse.

Mr. Pellicano: OK. Veja, nós ainda estamos com esse acordo, agora. Se ele... Se você está me dizendo realmente...

Mr. Rothman: Eu só lhe disse por que ele não aceitaria, e é porque você ofereceu três para começar. Além disso, ele se sente perturbado por uma reação emocional com relação ao filho [Na conversa em que fala sobre o “plano” a David Schwartz, Evan diz que os sentimentos do garoto “não são relevantes”]. Por isso ele desmanchou

Mr. Pellicano: Certo, certo. Se é assim que ele se sente, então deixe-o se sentir assim.

Mr. Rothman: OK. Esse é o problema...

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: ... se você quer saber qual é o problema.

Mr. Pellicano: Bem, deixe pra lá, então. Sabe, falando sério, eu tenho um monte de coisa para fazer, e sei que você também tem...

Mr. Rothman: OK. Se você tivesse cumprido sua palavra e nós tivéssemos feito três acordos...

Mr. Pellicano: Êpa, êpa, êpa, êpa, êpa, êpa, êpa.

Mr. Rothman: "Êpa" o quê?

Mr. Pellicano: Não diga que não cumpri com a palavra.

Mr. Rothman: Você havia oferecido três...

Mr. Pellicano: Foi ele quem me expulsou do escritório.

Mr. Rothman: Eu sei, mas...

Mr. Pellicano: Não diga aquilo.

Mr. Rothman: ... você tinha oferecido, e daí porque ele expulsou você do escritório você disse: "Não vou lhe dar três".

Mr. Pellicano: Exato.

Mr. Rothman: Certo.

Mr. Pellicano: E eu não darei três.

Mr. Rothman: Eu sei.

Mr. Pellicano: Darei um.

Mr. Rothman: Mas a questão é que...

Mr. Pellicano: Quando ele mostrar com um que é bom, então teremos motivos para conversar.

Mr. Rothman: (Simultâneo, inaudível) antes dele expulsar você do escritório, você falou em três. Este é o problema, ok? Esse é o problema com que estamos lidando.

Mr. Pellicano: Ouça. Ele... O motivo pelo qual eu disse "não" no escritório foi que ele pediu $5 milhões...

Mr. Rothman: (Simultâneo, inaudível) isso foi...

Mr. Pellicano: ... por ano durante quatro anos...

Mr. Rothman: Não. Nós passamos disso.

Mr. Pellicano: Isso equivale a $20 milhões...

Mr. Rothman: Nós passamos disso.

Mr. Pellicano: ... e eu disse a você que... Não, não passamos. Eu disse: "Isso não acontecerá em hipótese alguma"...

Mr. Rothman: E o que ele disse...

Mr. Pellicano: ... "jamais, nunca acontecerá"...

Mr. Rothman: ... e o que ele disse quando você falou isso? Ele disse: "OK".

Mr. Pellicano: Não, ele não disse "OK". Ele disse: "Bem, então mostrarei a você o que acontecerá".

Mr. Rothman: Não.

Mr. Pellicano: E então ele se levantou e gritou com você...

Mr. Rothman: Eu (simultâneo, inaudível) meu...

Mr. Pellicano: Um segundo. Ele gritou com você dizendo que se você não registrasse os próximos papéis na próxima data...

Mr. Rothman: Eu me lembro exatamente do que aconteceu naquele dia.

Mr. Pellicano: ... ele despediria você...

Mr. Rothman: Anthony, você se sentou à mesa com ele e disse: "Não será desse jeito". E ele disse: "OK. O que você sugere?" Foi isso que ele disse. Daí você começou a fazer anotações.

Mr. Pellicano: Não é verdade.

Mr. Rothman: Sim, é a verdade.

Mr. Pellicano: Não é a verdade.

Mr. Rothman: Eu me lembro distintamente...

Mr. Pellicano: Você está deturpando as coisas...

Mr. Rothman: Não, não estou.

Mr. Pellicano: Tudo bem. Veja. Veja.

Mr. Rothman: OK. Eu estou dizendo...

Mr. Pellicano: Não vamos ter uma...

Mr. Rothman: Eu sentei minha bunda...

Mr. Pellicano: Não vamos discutir sobre isso.

Mr. Rothman: ... durante três dias com ele...

Mr. Pellicano: Bom, então você... O que você deveria fazer... Você deveria...
Mr. Rothman: Gastei minha bunda...

Mr. Pellicano: Gaste sua bunda com mais outros três dias...

Mr. Rothman: Não posso.

Mr. Pellicano: ... e faça-o aceitar esse acordo, e se ele não aceitar...

Mr. Rothman: Eu não caminho sobre as águas, Anthony. Quer dizer, eu posso... Eu acho que sou bastante persuasivo, mas não faço milagres.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: OK? Gastei minha bunda...

Mr. Pellicano: OK. Isso...

Mr. Rothman: ... por três dias, achando que havia um acordo na mesa...

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: ... e fiz ele chegar ao ponto - e apenas eu que poderia conseguir isso - de aceitar o acordo de três projetos. Daí agora você me diz: "Desculpa, Barry. É só um". Eu encurvei minhas costas durante três dias sem parar, dia e noite, Deus sabe quantas horas com ele, conseguindo com que ele felizmente aceitasse.

Mr. Pellicano: OK. Deixe-me perguntar...

Mr. Rothman: E daí você vem e...

Mr. Pellicano: Deixe-me perguntar a você...

Mr. Rothman: ... (simultâneo, inaudível) um.

Mr. Pellicano: Deixe-me perguntar pela última vez. Ele rejeitou o acordo? Ponto.

Mr. Rothman: Para um projeto apenas, sim.

Mr. Pellicano: Certo. Então não há acordo nenhum...

Mr. Rothman: Certo, certo.

Mr. Pellicano: ... lembra? Eu disse: "É pegar ou largar".

Mr. Rothman: Bingo. Bingo.

Mr. Pellicano: OK. Então não temos que discutir sobre isso de novo.
Mr. Rothman: OK.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: OK. Foi onde paramos.

Mr. Pellicano: OK, caro.

Mr. Rothman: Certo. Agora você sabe o que aconteceu esta manhã...

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: ... assim como...

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: ... então você matou dois coelhos com uma cajadada só nessa conversa.

Mr. Pellicano: Certo.

Mr. Rothman: Certo?

Mr. Pellicano: Então, de qualquer forma, não há mais motivos para discutirmos isso?

Mr. Rothman: Não...

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: ... não há mais nenhuma razão para discutirmos sobre isso, a menos que você queira modificar seu acordo.

Mr. Pellicano: Não.

Mr. Rothman: Então você pode me procurar pelo telefone.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: Era disso que estávamos falando.

Mr. Pellicano: Isso não vai acontecer.

Mr. Rothman: Não acontecerá, então, Anthony.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: Então não vai acontecer.

Mr. Pellicano: E então ele é um tolo, porque seria uma excelente oportunidade...

Mr. Rothman: Não. June Chandler é tola, tenho que confessar. Ele...

Mr. Pellicano: Escute. Eu não quero falar sobre essa questão de custódia. Você quer falar sobre a custódia....

Mr. Rothman: Mas isso implica no seu cliente.

Mr. Pellicano: Novamente, ouça. O motivo...

Mr. Rothman: Está tudo interligado.

Mr. Pellicano: ... o motivo... Se isso acontecer, acontecerá.

Mr. Rothman: Está tudo interligado.

Mr. Pellicano: (Simultâneo, inaudível) aquilo já. Eu disse a você que se isso acontecer, então acontecerá. Meu cliente é inocente de qualquer má conduta, e não me importo.

Mr. Rothman: Não quero entrar nessa questão com você, Anthony.

Mr. Pellicano: Tudo bem. É por isso que eu não queria entrar nessa questão, porque toda vez que falamos disso...

Mr. Rothman: Evan Chandler tem uma opinião diferente.

Mr. Pellicano: Eu entendo, e ele tem o direito de ter a opinião que quiser, e ele pode professar aquilo pra quem ele quiser...

Mr. Rothman: Entendo.

Mr. Pellicano: ... com ou sem mim.

Mr. Rothman: Eu entendo.

Mr. Pellicano: O que estou dizendo a você é que meu propósito foi conseguir esse acordo para ele, entende? Porque seria bom para ele e Jordy, e perpetuaria a amizade.

Mr. Rothman: Eu entendo...

Mr. Pellicano: OK?

Mr. Rothman: ... mas foi por água abaixo, porque você ofereceu três e depois negou. Eu o convenci desse acordo, e não foi fácil. Foi muito duro.

Mr. Pellicano: Bem, o que ele deveria... Vou te dizer uma coisa. Se eu fosse o advogado dele agora, na sua posição, eu diria a ele: "Olhe. Isto é o que você deveria fazer. Você deveria aceitar esse acordo".

Mr. Rothman: Ele não aceitará, Anthony.

Mr. Pellicano: Só um segundo. Você não quer que eu termine?

Mr. Rothman: Vá em frente.

Mr. Pellicano: Você não quer deixar eu terminar.

Mr. Rothman: Continue.

Mr. Pellicano: OK. "Pegue esse acordo. Pegue o dinheiro e faça um grande roteiro de cinema. Mostre a eles que você pode fazê-lo, e depois diga: 'Veja, se eu der retorno e essa coisa fizer dinheiro, eu quero outro acordo. No final do acordo, se eu produzir tudo que eu disse que podia, vou querer outro acordo'". E eu seria receptivo a isso.

Mr. Rothman: Não funcionará.

Mr. Pellicano: Bom, então...

Mr. Rothman: Isso é uma estimativa. Digo, é uma opção sem garantia.

Mr. Pellicano: Sim, mas...

Mr. Rothman: É especulativo...

Mr. Pellicano: ... é uma opção baseada na capacidade dele.

Mr. Rothman: É, eu sei. Não é uma garantia, é uma probabilidade.

Mr. Pellicano: Não, é...

Mr. Rothman: É especulativo. É uma...

Mr. Pellicano: (Simultâneo, inaudível) ...

Mr. Rothman: Mas Anthony...

Mr. Pellicano: Se ele produzir, não será.

Mr. Rothman: Sim, se ele produzir, não, mas agora é especulativo. Vou usar a palavra novamente. É especulativo. A única garantia é o fato dele estar vivo.

Mr. Pellicano: Escute. Eu estou querendo dar a ele $350 mil...

Mr. Rothman: Entendo.

Mr. Pellicano: ... para desenvolver um protejo.

Mr. Rothman: Do seu bolso?

Mr. Pellicano: Não. Do bolso de Michael. Do bolso dele. $350,000 para desenvolver um projeto.

Mr. Rothman: Entendi.

Mr. Pellicano: É o valor absoluto na cidade, e você sabe disso.

Mr. Rothman: Não estou contestando o valor.

Mr. Pellicano: Certo. Então ele tem Michael Jackson patrocinando um projeto, o que chamará a atenção de todos e fará todo mundo pensar que é algo grande, e ele caminhará com isso pela porta de algum estúdio.

Mr. Rothman: Ao invés de tentar me convencer a fazer isso com base em um único projeto, por que não convence seu pessoal a fazê-lo com três...

Mr. Pellicano: É minha...

Mr. Rothman: ... por três anos?

Mr. Pellicano: A decisão é minha e eu já disse não.

Mr. Rothman: Certo. Bem...

Mr. Pellicano: Eu já disse não.

Mr. Rothman: É uma decisão tola.

Mr. Pellicano: Não, não é. É uma decisão inteligente.

Mr. Rothman: Não, não é. Não é, não, Anthony, infelizmente.

Mr. Pellicano: Escute. Baseado na minha experiência com esse homem, é uma decisão inteligente.

Mr. Rothman: Não.

Mr. Pellicano: Se ele pegar esse acordo, for em frente e provar para mim que é bom e eu não ouvir nenhuma outra m**** que ouvi antes e ele lançar algo grande... Se ele já tem um roteiro de cinema escrito, como ele diz, então tudo que temos que fazer é ir ao estúdio com ele.

Mr. Rothman: Sim, eu entendo.

Mr. Pellicano: Ele receberá $350 mil por nada.

Mr. Rothman: Sim, mas deixe-me explicar a você por que que isso não dará certo, ok? Se ele deixar sua prática até certo período e passar o tempo com Jordy...

Mr. Pellicano: Acho que você não me ouviu.

Mr. Rothman: Deixe-me...

Mr. Pellicano: Eu acabei de...

Mr. Rothman: Deixe-me terminar.

Mr. Pellicano: Acabei de dizer que ele já tem um roteiro feito.

Mr. Rothman: Eu ouvi você, Anthony. Não seja condescendente.

Mr. Pellicano: Tudo bem.

Mr. Rothman: Eu realmente ouvi você.

Mr. Pellicano: Tudo bem.

Mr. Rothman: Não só ouvi como também entendi.

Mr. Pellicano: OK. Bom.

Mr. Rothman: Eu posso não concordar com você, mas eu definitivamente ouvi e entendi você.

Mr. Pellicano: OK.

Mr. Rothman: Então por que você não me ouve e me entende?

Mr. Pellicano: Tudo bem.

Mr. Rothman: OK. Eu estava falando do fato de que não funcionará pelo seguinte motivo... Se você quer se beneficiar do pensamento dele... Não funcionará pelo fato de que se ele parar seu trabalho até certo período, baseado naquela soma de dinheiro, para passar um certo tempo com Jordy, e aquele primeiro roteiro não dar certo - o que pode ser possível, certo? Ou seja, talvez dará certo no segundo em vez do primeiro. Essas coisas acontecem. Acontece com acordos de discos, acordos de filmes. Acontece com acordos de desenvolvimento de roteiros. Então é muito difícil, depois de ter parado a profissão, voltar de repente.

Mr. Pellicano: Mas ele não precisa deixar o trabalho.

Mr. Rothman: Bem, precisa, para passar tempo com Jordy, o que é a essência do porquê desta oferta estar sendo feita.

Mr. Pellicano: Veja. Esse garoto tem que ir à escola, e ele ficará na escola oito horas por dia, e durante as oito horas em que ele estará na escola, Evan pode continuar com sua profissão.

Mr. Rothman: Não. Evan trabalha por... Ele tem compromissos até as 11 horas da noite. As pessoas não podem ir lá para cirurgia durante o dia.

Mr. Pellicano: Então que diminua a prática.

Mr. Rothman: Bem, mas a questão é que ele tem uma família para sustentar.

Mr. Pellicano: Eu darei a ele... Eu acabei de dizer a você que eu darei $350.000 a ele.

Mr. Rothman: Mas acabei de dizer que... Você não está me ouvindo, Anthony. Não está escutando. Você só quer ouvir o que quer. Estou conversando com você para que você possa se beneficiar do pensamento dele. Se aquele primeiro roteiro não der certo, então ele ficará numa posição em que terá que colocar sua prática de volta antes que seja tarde demais, o que não é fácil de fazer.

Mr. Pellicano: Você não se lembra que me disse no escritório que ele cortaria o trabalho para dois dias na semana?

Mr. Rothman: Sim, mas isso seria baseado na habilidade financeira de fazer isso por pelo menos dois ou três anos, não apenas um, e daí ele estaria ferrado se isso não acontecesse, porque ele teria deixado...

Mr. Pellicano: Evan Chandler... Evan Chandler faz $350 mil por ano?

Mr. Rothman: Absolutamente. Ele faz mais que isso.

Mr. Pellicano: Eu acho que não.

Mr. Rothman: Ah, sem discussão.

Mr. Pellicano: Bem, é melhor você olhar o imposto de renda dele.

Mr. Rothman: Você já olhou o imposto de renda dele?

Mr. Pellicano: Não vou dizer.
Mr. Rothman: Bem, acredito ser o caso. Acredito ser o caso.

Mr. Pellicano: É melhor você dar uma olhada.

Mr. Rothman: OK. De qualquer forma, aquilo é o que ele pensa, porque se não funcionar e você tiver que...

Mr. Pellicano: É uma tolice, porque por outro lado... Existe um outro lado da moeda que você não mencionou, que é se ele tiver êxito com esse roteiro de cinema e se tornar um roteirista creditado e daí puder esquecer sua prática. Então ele será muito procurado.

Mr. Rothman: Não é incomum nem extraordinário para alguém mudar seu estilo de vida baseado num acordo de pelo menos dois ou três anos de tentativas.

Mr. Pellicano: Bem, deixe-me dizer mais uma coisa. Ele poderia mudar seu estilo de vida - vamos supor que ele tem dois acordos, certo? Digamos que ele mude seu estilo de vida. O primeiro não dá certo. O segundo dá. Certo? Depois que o segundo acordo acabar, ele não pode escrever mais.

Mr. Rothman: Por que não?

Mr. Pellicano: Ele tem que voltar à odontologia novamente.

Mr. Rothman: É, mas o ponto é que...

Mr. Pellicano: Eu tenho clientes que já escreveram dois grandes roteiros, feito todo tipo de dinheiro e depois ter bloqueios e não poder escrever mais.

Mr. Rothman: Bem, tudo isso é variável. Tudo isso poderia acontecer, e nós podemos passar o dia inteiro imaginando, sabe...

Mr. Pellicano: Exatamente.

Mr. Rothman: ... o que pode acontecer.

Mr. Pellicano: É por isso...

Mr. Rothman: (Simultâneo, inaudível).

Mr. Pellicano: Eu quero que o cara... Eu quero que ele...

Mr. Rothman: É arriscado demais para ele.

Mr. Pellicano: ... faça duas coisas.

Mr. Rothman: Baseado em... É arriscado demais, na opinião dele...

Mr. Pellicano: Bem, então não aceite.

Mr. Rothman: Bem, (simultâneo, inaudível)...

Mr. Pellicano: É isso ou nada, e se ele quer nada, então terá nada.

Mr. Rothman: Agora é nada. É isso. Eu disse quando você deixou meu escritório...

Mr. Pellicano: É melhor... É melhor que nada.

Mr. Rothman: Eu disse quando você deixou meu escritório, Anthony, que você está sendo teimoso.

Mr. Pellicano: Não. Estou sendo inteligente.

Mr. Rothman: Não, não está sendo esperto, está sendo teimoso.

Mr. Pellicano: Então me mostre como estou errado.

Mr. Rothman: Você está errado porque do ponto de vista dele e analisando isso financeiramente...

Mr. Pellicano: Não, não, não. Não estou falando do ponto de vista dele. Você disse que eu estou errado. Fale do meu ponto de vista. Convença-me que seria melhor eu fazer mais de um acordo com ele. Convença-me.

Mr. Rothman: Bem, seria uma entrega.

Mr. Pellicano: Não, não seria nenhuma entrega.

Mr. Rothman: OK. Eu não tenho que afirmar o óbvio. Não estou preparado para fazer isso nessa conversa.

Mr. Pellicano: Escute.

Mr. Rothman: Porque eu não...

Mr. Pellicano: Agora você está jogando.

Mr. Rothman: Não, não quero fazer isso. É porque não quero que tudo que eu diga seja colocado em depoimento. É por isso, ok? Eu não vou...

Mr. Pellicano: Tudo que você já disse poderia ser colocado, poderia ser colocado à prova.

Mr. Rothman: Sim, eu sei que poderia ser (simultâneo, inaudível)...

Mr. Pellicano: Não estou atrás de um litígio prolongado. Não estou querendo isso...
Mr. Rothman: Bem, essa é uma das razões...

Mr. Pellicano: O que estou querendo...

Mr. Rothman: Tolice...

Mr. Pellicano: ... é terminar isso de uma vez por todas e não continuar essa coisa...

Mr. Rothman: Bem, então me faça uma oferta melhor.

Mr. Pellicano: Eu acho que você deveria...

Mr. Rothman: Faça-me uma oferta melhor. Esse é o ponto em questão. Vamos ser diretos. Você é um cara direto.

Mr. Pellicano: O que é uma oferta melhor?

Mr. Rothman: Uma oferta melhor é mais, é mais que um projeto. É isso. Essa é uma oferta melhor. Você é um cara direto, vive dizendo para eu ser direto e parar de dar rodeios, então essa é a afirmação mais direta que posso fazer para você.

Mr. Pellicano: Deixe-me pensar sobre isso durante a noite.

Mr. Rothman: Pense sobre isso durante a noite.

Mr. Pellicano: Eu volto a ligar amanhã.

Mr. Rothman: OK. Tchau.

(Gravação termina após 23 minutos e seis segundos em fita)


A resposta foi “não” e o fim da história todos conhecem...
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