As primeiras palavras de Michael Jackson parecem levar a um diálogo bem sincero. "Desculpe a minha pele", diz ele. "Eu acabo de chegar do dermatologista. Então, finja que não está vendo". A ordem é difícil de seguir quando você lida com a figura mais escrutinizada no mundo do entretenimento, especialmente alguém que tem "excentricidades" como usar disfarces em público e muita maquiagem para fotos. Enquanto ele usa pouca maquiagem para a entrevista, figurativamente, a máscara nunca cai completamente.
O que foi dito como uma entrevista sem limites, às vezes se torna jogo duro com dois protetores determinados a manter o foco na arte do Rei do Pop, apesar de afirmações feitas por um relações-públicas da Epic Records de acesso irrestrito. Todos os assuntos foram declarados como jogo limpo, exceto "o caso de pedofilia". O acordo, que data de 1993, entre Michael Jackson e a família de um garoto com então 13 anos, proíbe ambos os lados de discutirem detalhes. Michael até hoje nega veementemente as acusações, e não fala sobre isso desde a época.
O assunto não foi abordado durante a entrevista de uma hora. Problemas menos escandalosos, como suas ex-esposas, a odisséia de cirurgias plásticas, assuntos que ele já discutiu no passado - foram destinados a ficar fora de cogitação à medida que apareciam.
Quando é lembrado do vício em analgésicos, ele fica quieto. A empresária, Trudy Green, monitorando a entrevista com o executivo da Epic, Steve Einczig, o proíbe de responder, embora ele mesmo tenha confessado o vício e tratamento posterior durante um testemunho na TV feito quase uma década atrás.
Ela interrompe de novo quando a conversa aborda Debbie Rowe, que deu 2 filhos a Michael entre 1996 e 1999, período em que foram casados. Ele parece ter plena custódia de Prince, 4 anos, e Paris, 3, companhias constantes. Quando pedido para comentar sobre rumores persistentes que o casamento teria sido arranjado para conseguir uma gravidez, Michael fica quieto.
"Não, não, não", protesta a empresária. "Não é para isso que estamos aqui".
Uma segunda punhalada: "As crianças passam certo tempo com a mãe?".
"Ele não quer falar sobre isso", intervém Green. "O assunto é Michael como um artista".
Claro, o artista é subestimado quando lembramos a obsessão cultural em relação a vida de Michael fora dos palcos. Se ele concorda em falar sobre assuntos pessoais, ele lamenta: "Isso vai virar a história inteira".
Com décadas e décadas de recordes, Michael Jackson coninua um objeto de fascinação. E hoje não é exceção. Observadores no Beverly Hills Hotel se encurralam para dar uma olhada em Michael, enquanto o caminho é aberto é ele é suavemente empurrado para um apartamento, com um chapéu, óculos escuros e a máscara cirurgia negra. Ele passa 40 minutos "se arrumando", como Green mesma explica.
Finalmente preparado para a platéia, Michael cumprimenta os visitantes com um aperto de mão, um sorriso tímido e o comentário sobre a pele. A maquiagem parece restrita às bochechas e às maxilas. As sobrancelhas estão escurecidas e escovadas; as olheiras podem ser uma sombra dos vestígios de seu tom de pele original. O vitiligo, uma doença autoimune caracterizada pela perda de pigmento epitelial, deixou grande parte de seu rosto e mãos pálidos. O nariz pequenino esta com fitas adesivas. Ele não dá explicações, e perguntas sobre a situação de sua pele são sumariamente descartadas pela empresária.
Alto e esguio, Michael veste uma jaqueta de couro marrom, camisa vermelha, calças e as marcas registradas, meias brancas e sapatos pretos. Prince, o filho de cabelos pretos tingidos de loiro, veste-se de modo parecido, com mesmos sapatos e um uniforme policial para crianças completo, incluindo algemas de plástico caindo de um cinto.
"As chaves funcionam!", anuncia ele, antes de devolvê-las para as gavetas em uma mesa por perto.
Sentado em uma cadeira na suíte com pouca iluminação, Michael parece relaxado e equilibrado, embora um pouco cansado. Ele é generoso ao elogiar imitadores. Ele se sente orgulhoso de imitações e adora a versão cover do Alient Ant Farm para "Smooth Criminal", incluindo o vídeo. Os olhos se iluminam ao conversar sobre projetos futuros de filmes, especialmente sobre co-dirigir um com o diretor e ator Bryan Michael Stoller em maio. Ele ri quando fala de sua fobia de terremotos, fica triste ao falar de um pai dominador, e dá força às teorias de sua eterna infância, em uma conversa entusiasmada sobre brinquedos e parques de diversões.
Michael irradia auto-confiança sobre suas habilidades musicais e irritação quando indagado sobre a imprensa. Raramente entrevistado, ele concordou com o encontro esperando enfatizar uma mensagem que é freqüente escurecida por fofocas: "Tudo que quero falar é que salvem o mundo, e nossas crianças".
"O cara que influencia a maior parte da população é sempre o alvo", reclama ele. "É a natureza humana".
Nessa entrevista dada ao "USA Today", o Rei do Pop se abre...
USAT: Como responde aos artigos mentirosos sobre você?
MJ: Eu não presto atenção alguma. Os fãs sabem que os tablóides são um lixo. Eles sempre me falam, "Vamos fazer uma fogueira de tablóides". É terrível isso, tentar assassinar o caráter de alguém. Eu já me encontrei com pessoas que, após o ocorrido, começam a chorar. Eu pergunto o porquê, e elas falam "Porque eu pensei que você fosse ficar parado, mas você é o cara mais legal". E eu pergunto, "Quem tinha te falado isso?", e elas respondem que leram. E eu digo, "Não acreditem no que vocês lêem".
USAT: Os rumores persistem por que você não os nega?
MJ: Não. Eu já fiz tanto. Eu já fui entrevistado no programa de maior audiência da história da TV, com Oprah Winfrey, em 1993. Mas a mídia tende a mudar o que você fala, julgando. Eu quero continuar o assunto na música e na arte. Eu penso nas minhas pessoas prediletas. Se eu pudesse ficar cara a cara com Walt Disney ou Michelângelo, eu ia ligar para o que eles fazem na vida privada? Eu ia querer saber sobre a arte deles. Eu sou um fã.
USAT: Como você se protege de ser machucado pelas críticas?
MJ: Esperando-as, sabendo que vai acontecer, e sendo invencível, sendo sempre aquilo para que fui ensinado. Você continua firme com punhos de aço, não importando a situação.
USAT: Os críticos referem-se a você como o "autoproclamado Rei do Pop". Você escolheu o título?
MJ: Eu nunca me autoproclamei nada. Se eu telefonasse para a Elizabeth Taylor agora, ela iria te falar que foi ela que apareceu com a frase. Ela me apresentou, eu acho que no American Music Awards, com as palavras dela - não estava no roteiro - "Eu sou uma fã, e na minha opinião ele é o rei do pop, rock e soul". E daí a imprensa começou com o "Rei do Pop" e os fãs também. Esse negócio de "autoproclamado" é besteira, eu não sei quem começou com tudo.
USAT: Os shows em Nova York marcaram os seus primeiros nos EUA em 12 anos. Você estava nervoso?
MJ: Não. Foi uma honra estar de novo com meus irmãos. O produtor queria um conjunto de homenagens diferentes. Foi uma honra ter os artistas me homenageando. Foi aconchegante, feliz, uma ocasião divertida.
USAT: Você pensaria em uma turnê com os seus irmãos?
MJ: Eu acho que não. Eu com certeza faria um álbum com eles, mas não uma turnê. Eles iriam adorar sair em turnê. Mas eu quero mudar. Fisicamente, fazer shows é estressante. Quando estou no palco, é como uma maratona de 2 horas. Eu me peso antes e depois, e perco 4 kg. O suor fica por todo o palco. Então você vai para o hotel e a adrenalina está lá em cima e você não consegue dormir. E daí você tem um show no outro dia. É duro.
USAT: Se você não sair em turnê, como você vai satisfazer a vontade do público assim como sua necessidade de se apresentar?
MJ: Quero dirigir um especial, e cantar canções que me emocionam. Quero fazer algo mais íntimo, de corpo e alma, com apenas um foco de luz.
USAT: Como você reagiu quando Invincible chegou ao topo das paradas nos Estados Unidos e mais uma dúzia de países?
MJ: Foi uma coisa adorável. Eu chorei de alegria ao ver todo aquele amor.
USAT: Invincible levou anos para ficar pronto. O seu perfeccionismo retardou o processo?
MJ: Realmente levou certo tempo porque nunca estou feliz com as faixas. Eu componho dezenas, jogo fora, escrevo mais um pouco. As pessoas dizem: "Você está maluco? Isso tem que estar no álbum". Mas eu falo, "É melhor que essa outra?". Você tem apenas 75 minutos em um CD, e chegamos ao limite.
USAT: Você fez o álbum com um tema na cabeça?
MJ: Eu nunca penso em temas. Eu deixo a música criar-se por si mesma. Eu quero que seja um potpourri de todos os tipos de sons, de cores, algo para todo mundo, do fazendeiro na Irlanda para a mulher que limpa banheiros no Harlem.
USAT: Compor canções ficou mais fácil com o tempo?
MJ: É a coisa mais sem esforço do mundo, porque você não faz nada. Eu odeio falar assim, mas é a verdade. Os céus jogam no meu colo, completamente. As verdadeiras jóias chegam assim. Você pode se sentar ao piano, e falar "OK, vou compor a maior canção jamais composta", e nada. Mas você pode estar andando na rua, ou tomando banho, ou brincando, e bum, vem na tua cabeça. Eu já compus muito assim. Estou jogando pinball, e tenho que subir para meu quarto e pegar o gravador e começar a passar tudo. Eu ouço tudo na totalidade, o que fazem as cordas, o baixo, o piano, tudo.
USAT: É difícil traduzir esse som para a fita?
MJ: Isso é que é frustrante. Na minha cabeça, está completo, mas eu tenho que passar para a fita. É como Hitchcock falou, "O filme está completo". Mas ele ainda tem que começar a dirigí-lo. Com a canção é a mesma coisa. Você a enxerga completamente, mas tem que fazê-la.
USAT: Depois de tão longa ausência, você tinha dúvidas sobre a sua relevância atual?
MJ: Nunca. Eu tenho confiança nas minhas habilidades. Eu tenho verdadeira perseverança. Nada pode me parar, quando eu penso em algo.
USAT: Depois de 11 de setembro, você compôs uma canção beneficente, "What More Can I Give". Qual a situação dela?
MJ: Não está terminada. Estamos colocando mais artista, e estou ficando satisfeito com a parte instrumental.
USAT: Você acredita que a música é um instrumento para a cura?
MJ: É um mantra que acalma a alma. É terapêutico. É algo que o corpo tem que ter, como comida. É muito importante entender o poder da música. Quer você esteja em um elevador, ou numa loja de departamentos, a música afeta o modo como você faz compras, o modo como você trata seu vizinho.
(Prince entrega a Michael um desenho. "Eu gostei", diz ele. "Você tem que ir ao banheiro?". Prince: "Não").
USAT: Invincible não teve quebras de recorde de venda. Thriller é uma sombra muito grande?
MJ: Absolutamente. É difícil porque você compete contra si mesmo. Invincible é tão bom ou melhor que Thriller, na minha verdadeira, humilde opinião. Tem mais a oferecer. A música é o que importa, não tem fim. Invincible foi um grande sucesso. Quando "O Quebra-Nozes" foi apresentado ao mundo, foi bombardeado. O importante é como a história termina.
(Prince reaparece com mais um desenho. "O que você prometeu?", pergunta Michael. "Ficar quieto?", responde ele, afastando-se).
USAT: Como a paternidade te mudou?
MJ: De uma maneira enorme. Você tem que avaliar melhor o seu tempo, sem dúvida alguma. É sua responsabilidade ter certeza que eles estão sendo bem cuidados e educados com boas maneiras. Mas eu me nego que isso influencie a música, a dança ou o modo como me apresentar. Eu tenho que atuar em 2 papéis diferentes. Sempre quis ter uma grande família, desde que estava na escola. Sempre falei para o meu pai que eu queria ultrapassá-lo. Ele teve 10 filhos. Eu adoraria ter 11 ou 12.
USAT: O que você ensinou a seus filhos?
MJ: Eu tento ter certeza que eles sejam respeitosos e gentis com todo mundo. Eu falo para eles, não importa o que façam, que trabalhem duro. O que quer que seja que eles façam pela vida inteira, que sejam os melhores.
(Prince fica o encarando. "Pare de olhar para mim", diz Michael, sorrindo).
USAT: O que seus filhos te ensinaram?
MJ: Muito. A paternidade te lembra o que a Bíblia sempre ensinou. Quando os apóstolos estavam discutindo entre eles sobre quem era o maior aos olhos de Jesus, ele falou, "Nenhum de vocês", e chamou um pequeno garoto e disse, "até que você seja humilde como essa criança". Isso lembra que você deve ser generoso e humilde e ver as coisas com os olhos de uma criança e se surpreender infantilmente. Eu ainda tenho isso. Eu ainda fico fascinado com as nuvens e o pôr-do-sol. Eu estava fazendo pedidos com o arco-íris, ontem. Eu vi a chuva de meteoros. Eu faço um pedido toda vez que vejo uma estrela cadente.
USAT: Quais são os seus desejos?
MJ: Amor e paz para as crianças. (Prince volta, encarando intensamente. "Pare com isso", diz Michael, gentilmente virando a cabeça do garoto. "Você consegue ficar quieto?).
USAT: Você disse planejar uma escola privada para seus filhos. Levando em conta sua fama, como você pode providenciar uma vida normal para eles?
MJ: Você faz o melhor que você pode. Você não os isola para as outras crianças. Haverá outras crianças na escola. Eu deixo que eles saiam para o mundo. Mas eles não podem sempre sair comigo. Somos perseguidos e atacados. Quando estávamos na África, Prince viu uma multidão nos perseguindo no shopping center. As pessoas quebraram tantas coisas, correndo e gritando. O meu maior medo é que os fãs se machuquem, e eles fazem isso. Eu já vi vidros quebrarem, sangue, ambulâncias.
USAT: Você se sente amargo da fama ter roubado sua infância?
MJ: Sim. Não é raiva, é dor. As pessoas me vêem em um parque de diversão, ou então com outras crianças, me divertindo, e elas não param e pensam, "Ele nunca teve essa chance quando era novo. Eu nunca tive a chance de fazer as coisas divertidas que as crianças fazem: dormir um na casa do outro, festas, brincadeiras. Não havia Natal, nem feriados. Então agora você tenta compensar algumas dessas perdas.
USAT: Você fez as pazes com seu pai?
MJ: É muito melhor agora. Meu pai é uma pessoa bem mais agradável. Eu acho que ele percebe que os filhos dele são tudo. Sem sua família, você não é nada. Ele é um ser humano bom. Em certo momento, ficamos horrorizados só com a presença dele. Morríamos de medo. Ele acabou por ficar melhor. Só queria que não fosse tão tarde.
USAT: A música te ofereceu um escape das preocupações da infância?
MJ: Claro. Sempre cantávamos em casa. Fazíamos harmonia em grupo enquanto lavávamos a louça. Compunhamos canções enquanto trabalhávamos. É isso que faz tudo maior. Quando você tem aquela tragédia, aquela dor pra te empurrar. É isso que faz grande um palhaço. Você vê quando ele está machucado atrás da maquiagem. Ele é algo diferente externamente. Chaplin fez isso maravilhosamente, melhor do que ninguém. Eu posso fazer esse papel às vezes, também. Já estive debaixo do fogo muitas vezes.
(Prince está de volta. Ele se encosta na cadeira para olhar para o Rei do Pop. "Pare de olhar para mim", Michael implora, notadamente nervoso com o escrutínio do garoto. "Você não está facilitando as coisas". Ambos riem, e Michael avisa provocando, "Você pode não ganhar aquele doce").
USAT: As suas crenças religiosas alguma vez conflitem com a natureza sexual de sua música ou dança?
MJ: Não. Eu canto sobre o amor, e se as pessoas interpretam isso como sexo, é problema delas. Eu nunca uso palavrões como alguns dos rapper. Eu amo e respeito o trabalho deles, mas eu acho que tenho muito respeito pelos pais, mães e pessoas idosas. Se eu fizesse uma canção com palavrões e visse uma senhora na platéia, eu ficaria envergonhado.
USAT: Mas e seus passos tão conhecidos, como aqueles em que você "pega lá embaixo?"
MJ: Eu comecei a fazer isso com Bad. Martin Scrosese dirigiu o curta-metragem nos metrôs de Nova York. Eu deixei a música me falar o que fazer. Eu lembro dele ter falado, "Esse foi um 'take' ótimo. Eu quero que você veja". Daí vimos a cena, e ficamos espantados, não percebi ter feito aquilo. Mas aí todo mundo começou a fazer, até a Madonna fez. Mas não é sexual de jeito nenhum.
USAT: Como você aproveita o tempo livre ultimamente?
MJ: Eu gosto de fazer coisas bobas - lutas de balões d'água, de tortas, de ovo. (Virando-se para Prince) Você tem uma muito boa vindo aí!. Acho que nunca vou me cansar disso. Na minha casa, construí um forte para lutas de balões d'água com dois lados, com um time vermelho e outro azul. Temos canhões que jogam água longe, e estilingues para jogar os balões. Temos pontes e lugar para nos esconder. Eu adoro isso.
USAT: Após 38 anos no mundo da música, os fãs ainda o perseguem. Você é imune a isso?
MJ: É sempre muito bom. Eu nunca ignoro. Nunca me encho de orgulho ou penso que sou melhor que o vizinho. Ser amado é uma coisa maravilhosa. É a razão principal por eu fazer o que eu faço. Eu me sinto compromissado com isso, a dar às pessoas um senso de escapismo, um presente para os olhos e os ouvidos. Eu acho que é a razão para eu estar aqui.
USAT: Por que você acha que as pessoas são ciumentas?
MJ: Se você olhar para a história, foi o mesmo com qualquer um que tenha conseguido coisas maravilhosas. Eu conheço bem a família Disney, e as filhas do Walt costumavam me contar das dificuldades que tinham na escola. As crianças falavam "Eu odeio o Walt Disney. Ele não é nem engraçado. Não o assistimos". Os filhos de Charlie Chaplin, que eu conheço bastante, tiveram que tirar os filhos da escola. Eles eram provocados: "O avô de vocês é estúpido. Ele não é engraçado. Não gostamos dele". Ele era um gênio! Então você tem que lidar com esse ciúme. Eles acham que estão te machucando. Nada poderia me machucar. Quanto maior a estrela, maior o alvo. Ao menos eles estão falando. Quando eles param de falar, você tem que se preocupar.
USAT: Como você se preparou para as necessidades físicas dos seus concertos especiais - que foram exibidos como um especial de 2 horas na CBS? Você faz exercícios?
MJ: Eu odeio exercícios. Eu odeio muito. A única coisa que faço é dançar. Isso é um exercício. É por isso que gosto de algumas coisas do karatê e kung-fu. É tudo uma dança. Mas ficar abaixando e levantando? Eu odeio.
USAT: Você se sentiu intimidado com algumas das estrelas?
MJ: Não. Eu adorei ver as performances. É tudo uma escola para mim. Nunca paro de aprender. Foi realmente inspirador.
USAT: Você gosta mais da música moderna ou da antiga?
MJ: Gosto das coisas antigas. É mais melódico. Hoje as pessoas se apóiam em uma batida ou ritmo, o que é legal, mas eu já falei e falo de novo, a melodia sempre vai ser a rainha. Você tem que assobiar.
USAT: Você se juntou a uma grande variedade de músicos. O que atrai você em um colaborador particular?
MJ: Se eu vejo algum potencial na habilidade de um artista ou músico, eu vou dar a eles um refrão, ou então uma frase e ver como eles tocam ou executam. Algumas vezes leva o dia inteiro e ainda não está certo.
USAT: Você aprendeu essa lição com seus pais?
MJ: Nossos pais nos ensinaram a sempre respeitar, e não importa o que você faça, a dar tudo de si. Ser o melhor, não o segundo melhor.
USAT: Você é freqüentemente perseguido por multidões de fãs. Você tem medo da própria segurança?
MJ: Nunca, jamais. Eu sei exatamente o que fazer quando fica realmente difícil, como brincar com eles. Enquanto eles podem te ver, eles estão loucos, mas você pode se colocar no olho do furacão. Se você se esconde e eles não podem de ver, eles se acalmam.
USAT: O seu círculo de amizades consiste de amigos muito novos ou muito mais velhos. O que o liga a pessoas como Marlon Brando e Elizabeth Taylor?
MJ: Tivemos a mesma vida. Eles cresceram no show business. Olhamos um para o outro, é como se olhássemos em um espelho. Elizabeth tem aquela garotinha dentro dela, que nunca teve uma infância. Ela estava no set todo dia. Ela adora brincar com um novo brinquedo, e fica totalmente inspirada. Ela é um ser humano maravilhoso. Assim como o Brando.
USAT: E seus planos de construir parques de diversão na Europa e na África?
MJ: Ainda estamos trabalhando em alguns projetos. Eu não posso falar agora exatamente onde. Eu adoro parques de diversão. Eu amo ver as crianças de juntando, divertindo-se com os pais. Não é como costumava ser, quando você colocava as crianças no carrossel e sentava no banco comendo amendoins. Agora você aproveita com elas. Cria uma unidade familiar.