LOS ANGELES - Depois de um debate de especialistas em farmacologia, termina na próxima semana o julgamento do médico de Michael Jackson, apresentado pela promotoria como um incapaz, em meio à preocupação da defesa de mostrar o artista como um dependente, provavelmente um viciado, sem lançar novas luzes sobre os acontecimentos no quarto do astro pop, no dia de sua morte.
Durante horas e horas, dois famosos especialistas mundiais, um deles convocado pela acusação e o outro, pela defesa, expuseram teorias opostas sobre o que ocorreu com o "Rei do Pop" no dia 25 de junho de 2009, quando de sua morte, aos 50 anos, em Los Angeles, devido a uma overdose do anestésico propofol que o cantor usava como sonífero.
Conrad Murray, acusado de homicídio culposo pela morte de Jackson, trabalhava desde maio desse ano como médico pessoal do astro, e afirma que administrou o propofol - usado em cirurgias - depois de uma noite de insônia do cantor, uma vez que outros sedativos não surtiram efeito.
A defesa alega que Jackson estava desesperado pelo vício e causou a própria morte, quando estava sozinho, enquanto a promotoria acusa Murray de homicídio involuntário por "graves negligências".
O anestesista Steven Shafer, chamado pela acusação, e seu colega Paul White, do lado da defesa, apresentaram projeções teorizando sobre quais poderiam ser os níveis dos sedativos que teria recebido Jackson - e a que horas - para chegar às concentrações de fármacos no organismo, no momento de sua morte.
Basicamente, White afirma que Jackson tomou várias pastilhas de Lorazepam e injetou em si mesmo o propofol com a ajuda de uma seringa horas antes de morrer. Shafer diz que Murray administrou em Jackson 10 vezes mais Lorazepam e quatro vezes mais propofol do que o declarado à polícia.
O certo é que, no quarto, estavam sozinhos Murray e Michael Jackson e que qualquer interpretação sobre o ocorrido deve-se à palavra de um cientista sobre a do outro.
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