THEY DON'T CARE ABOUT US



Foi o vídeo de Michael Jackson mais controvertido. A imprensa mundial fez eco ao projeto quando a letra de "They Don't Care About Us" fazia certas referências que ofendia a comunidade judaica, quem pressionaram a Michael Jackson para reeditar a canção, mudando a frase. Em 2 de fevereiro de 1996 Michael Jackson chegou ao Brasil, país escolhido para gravar o vídeo-clipe da canção. O diretor de cinema Spike Lee foi o encarregado de sua realização.

As cenas começaram a ser gravadas na favela Dona Marta, localizada em um dos morros afora da cidade do Rio de Janeiro. Muitos dos políticos locais se opuseram a que Jackson mostrasse imagens da favela, pois afetaria seriamente a visão do Brasil no exterior, sobretudo quando a cidade era candidata a ser sede dos Jogos Olímpicos para o ano de 2004.

A controvérsia e a loucura começaram antes da segunda visita do Rei do Pop ao país; a primeira foi durante a "Dangerous World Tour". Os habitantes de Dona Marta estavam mais que entusiasmados com a visita de semelhante cantor e proclamaram que por fim alguém se lembrava deles, um setor do Brasil assolado pela fome, miséria e doenças, tudo envolvendo a violência, drogas e armas. O vídeo começava com a voz de uma mulher brasileira que dava as boas-vindas a Jackson dizendo "Michael, Michael, eles não ligam pra gente".

Apesar da dura controvérsia, o vídeo começou a ser gravado em distintos lugares da favela. Participaram em torno de 180 pessoas, entre assistentes de câmeras, coreógrafos, iluminadores, segurança e etc., enquanto que outras 50 pessoas locais foram contratadas para oferecer segurança e "passe" livre pelos corredores, já que a favela era controlada pela máfia do lugar. "Para entrar no Brasil, Jackson precisava do visto. Para entrar no Dona Marta ele necessitava do OK dos traficantes de droga", assegurou nesse momento José Oliveira, uma das pessoas que controlavam a favela.




O governador do Rio de Janeiro ofereceu a custódia de 150 policiais, enquanto que 12 mil pessoas participaram das filmagens do vídeo, para eles foi uma curiosidade. Dezenas de câmeras, torres de som e de luzes e nada menos que Michael Jackson cantando "Eles não se importam conosco". A batucada ficou a cargo do Olodum que com seus 200 membros lhe deram o tom local a canção. Michael Jackson sempre vestido com um jeans e com camisas do Olodum, dançou, cantou e correu por muitos becos do lugar para gravar cenas e encontrar-se com os vizinhos.

O vídeo estreou mundialmente em 22 de março de 1996 e contou com duas versões: a normal de 4min40seg e uma versão estendida de batucadas de 7 minutos que foi incluída no DVD "HIStory On Film, Volume II".



TEASER HIStory

ÁLBUM: HIStory: Past, Present and Future Book I
NOME: Teaser HIStory
DIREÇÃO: Rupert Wainwright
ANO: 1994
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Sarah Caplan e Rupert Maconik
DECORADOR: Crispian Sallis
EFEITOS VISUAIS: Illusion Art Inc.
EFEITOS DE COMPUTAÇÃO: Syd Dutton e Bill Taylor
PRODUÇÃO: Bedford Falls Production e Sony Music.

O "Teaser" do álbum "HIStory" foi um golpe publicitário criado por Michael Jackson em 1994, que refletiria de alguma maneira o espírito de chegada do novo disco. Como inspiração, os grandes desfiles de final de guerra. Para sua gravação foi eleita a cidade de Budapeste, na Hungria, não só porque Michael adora seus edifícios históricos, mas sim pelos baixos custos de produção – a municipalidade húngara cobra 2 dólares a hora por metro quadrado de uma praça pública, US$ 5 se for uma rua e US$ 10 por uma avenida.

Michael chegou à Hungria em 6 de agosto de 1994 junto a sua ex-esposa Lisa Marie Presley e uma comitiva de 100 pessoas. Entre eles vinte seguranças. Dois dias antes havia chegado 86 técnicos para gravar o vídeo. No local se encontrava uma multidão de fãs e fotógrafos, e pela primeira vez Michael e Lisa faziam uma aparição pública como marido e mulher. As cenas onde Jackson participa foram filmadas durante os três dias programados, o resto aconteceu em um estúdio da cidade de Los Angeles.

No dia 7 de agosto Michael chegou as 10h00 para iniciar as gravações, acompanhado por Lisa Marie. O set preparado no pátio do Castelo dos Reis da Hungria, nas colinas de Buda, estava Valentino, o dublê de Jackson, fazendo por mais de duas horas prova de câmeras. No dia seguinte, segunda-feira 8 de março foi o segundo dia da gravação do clipe. Michael caminhou pela Rua Dozsa Gyorgy, conhecida como a Praça Stalin. Durante a filmagem o astro se manteve longe dos fãs e protegido do sol por um enorme guarda-chuva, e só apareceu por alguns minutos.

Michael Jackson desfilou na companhia de 300 soldados em uma grande avenida, enquanto uma multidão jogava papel picado e serpentina. Acredita-se que a serpentina era lançada por uma máquina. Um cone de papelão enrolado foi parar na cabeça de Jackson, com isso, a fim de evitar acidentes ficou decidido que os papéis seriam jogados de forma manual. No começo do "Teaser" pode-se ouvir a seguinte mensagem: "Diversaj nacioj de la mondo konstruas cxi tiun skulptajxon en la nomo de tutmonda patrineco kaj amo kaj la kuraca forto de muziko", a frase escrita em esperanto, uma espécie de idioma antigo, quer dizer: "Construímos esta estátua em nome da terra, de uma maternidade global e o poder curativo da música".

A TÉCNICA:

Depois da gravação na Hungria o resto da filmagem continuou pela empresa Illunsion Arts junto aos especialistas em composição de imagens e efeitos especiais Bill Taylor e Suy Dutton. Graças à tecnologia denominada Eletric Image Animation System pode-se fazer com que 300 soldados desfilando se multiplicassem até o infinito. Também com a animação computada foi possível fazer com que o céu ficasse avermelhado com aparência de entardecer, além de outros efeitos que o vídeo precisava.

Também a estátua que aparece no começo, e no final quando cai o véu que está sobre ela, mostra imponente e rodeada de helicópteros. Sem embargo e apesar dela parecer ter 70 metros de altura, era só uma maquete que se uniu com milhares de fãs que estavam a seus pés. Na montagem foi utilizada a mesma tecnologia do filme Jurassic Park.

CURIOSIDADES:

Em um dos episódios do desenho animado "Os Simpsons" pode-se ver uma paródia ao clipe "Teaser" de Michael Jackson assim como a seguir:

GHOSTS


Horripilantes personagens surrealistas, figuras ameaçadoras, sombras de um mundo místico são realidade em "Ghosts", durante 30 minutos, Michael Jackson cativa todo o seu público. No centro deste curta-metragem está a dança selvagem dos demônios, uma música que sugere o lendário "Thriller". Ele une uma história ambiciosa que convida a reflexão e os elementos fundamentais dos espetáculos atuais: coreografia perfeita e canções arrebatadoras.

Conta a história que um enigmático maestro vive em um lúgubre castelo em uma montanha que está sobre a cidade. Até lá vão cidadãos furiosos de Normal Valley liderados pelo prefeito. Indignados, eles reprovam o maestro que encanta as crianças do povo com sua magia. Não o entendem, nem tampouco a seu mundo. Michael Jackson não é somente o maestro, mas também seu adversário, o prefeito. Michael analisa os valores e a percepção da realidade daqueles homens que se consideram normais. O mundo que ele descreve no filme é o seu próprio mundo, de seus falsos rostos e os truques da magia são suas verdades e quando o espectador percebe essa noção, são as emoções do próprio Jackson que as sente.

Fragmentos especiais de "2Bad", "Ghosts" e "Is It Scary" são interpretados durante o curta-metragem. Nele, Michael Jackson dança junto a uma notável quantidade de bailarinos que interpretam os "zumbis", conhecidos como sua "família". Todas as seqüências de danças foram supervisionadas pelo próprio Jackson, mas as coreografias foram criadas junto a Lavelle Smith, Travis Payne e Barry Lather. Como a dança é de grande peso, contrataram a dois consultores: Bruno Falcon e Jeffrey Daniels. Na 50ª edição do Festival de Cannes foi apresentado o filme ao público internacional; os críticos disseram: "Jackson demonstrou ser um verdadeiro ator, sua interpretação de duas figuras é incrível".

As primeiras projeções começaram nos Estados Unidos a partir do dia 25 de outubro de 1996, tendo como cenário os exclusivos sets de cinemas da Sony. Logo depois começou seu lançamento ao redor do mundo através do vídeo home e não por publicidade cinematográfica. Coincidindo quase com o lançamento de "Blood On The Dance Floor" foi armado um box set de luxo contendo o curta-metragem, making off, um minimax (com a canção "On The Line"), o programa com a ficha técnica e mais o CD "Blood On The Dance Floor". Vinte e seis bailarinos foram postos em cena com suntuosas vestimentas envelhecidas do princípio do século.

Michael não só interpreta o maestro e o prefeito, com a ajuda de truques tecnológicos, um esqueleto virtual continua os seus passos; se transforma em um horrível monstro (Ghoul Mayor) e no SuperGhoul. Para atuar estes diferentes personagens as seções de maquiagem começaram muito cedo pela manhã com a participação de quatro equipes de profissionais comandados pelo maquiador Richie Alonzo. Durante as longas jornadas de edição foram reunidos os diferentes vídeo clipes dirigidos por Stan Winston, com dois erros notáveis: o primeiro, quando um dos bailarinos tem um bastão e inexplicavelmente em um corte de cena desaparece da mão deste, ou a diferença da altura que sofrem dois garotos vestidos com a capa e a máscara de uma caveira ao final (em uma cena estão a altura do rosto do Michael e na próxima crescem uns 30 centímetros).

As filmagens:

Foram necessários cento e cinqüenta e dois técnicos para armar todo o circo de "Ghosts" e só para os efeitos especiais conta-se a participação de 443 pessoas neste projeto no total. Embora a pré-produção fosse filmada em 1996 ele já tinha começado em 1993, sendo para aquele ano a história escrita por Stephen King e Michael Jackson. Apesar de a direção ter sido de Stan Winston, o próprio Steven Spielberg várias vezes visitou o set de filmagem, uma vez que ele e Michael são muito amigos.

"Ghosts" é a somatória de anos de pré-produção. Cada um de seus elementos esteve em seu lugar. Muitos a consideram filha direta de "Thriller", e as comparações a deixam bem ociosa. Milhões de dólares utilizados em 30 minutos a serviço da dança. Não foi Steven Spielberg como Michael Jackson queria, mas o substituto esteve à altura. Stan Winston genial criador de efeitos especiais e de animatronic foi o diretor que esteve por trás de cada cena e supervisionou as dezenas de efeitos.

Para filmar este curta-metragem Michael teve que ser filmado por dois meses seguidos em um estúdio da cidade de Los Angeles para os efeitos especiais, e em um hangar do aeroporto de Van Nuys quando a ação se desenrolava no imenso salão do castelo onde habitava o maestro. Muitos não puderam crer que Michael interpretara cinco personagens diferentes. O que demandou seções de maquiagem por até 4 horas para cada uma das caracterizações. Para o prefeito foi utilizado um traje com espuma para parecer que Jackson estava com alguns quilos a mais, porém deveria ser incômodo para dançar.

La Corte Del Rey do Pop