Elenco brasileiro intensifica ensaios do musical ‘Thriller live’, que estreia dia 22 no Rio
Selecionados entre centenas de candidatos, quatro atores têm a responsabilidade de encarnar Michael Jackson em seus tempos de Jackson Five, na abertura do musical escrito pelo inglês Adrian Grant
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]O coreógrafo inglês Gary Lloyd orienta os bailarinos RIO - Depois da quinta vez interpretando “I want you back”, do Jackson Five, de forma impecável, os quatro garotos, com idades entre 10 e 12 anos, até então postados atentamente em frente ao piano de John Maher, numa sala de ensaios em Perdizes, São Paulo, se animam e entram em modo recreio. Eles começam a dançar e perdem não apenas o tom da música mas também a sua própria concentração. Quando a bagunça acaba, Maher, carinhosamente, chama o grupo:
— Sei que é difícil manter a atenção, mas vocês têm que ficar concentrados no ensaio, porque quando a hora chegar, este tipo de coisa não vai poder acontecer — diz ele, com a ajuda da professora de inglês das crianças, Fernanda Rizzo, que faz o papel de tradutora. — Não adianta cantar bem até certo ponto. Não é possível ser apenas meio Michael Jackson. É preciso vivê-lo por completo.
No dia 22 de fevereiro, quando o musical “Thriller live” estrear no Rio, no Citibank Hall, os quatro garotos — Isacque Lopes e Felipe Adetokunbo, do Rio, e Diego Jimenez e Pedro Henrique, de São Paulo — vão ter que ser Michael Jackson por inteiro, como sonha o seu diretor musical. Selecionados ano passado entre centenas de candidatos, eles têm a responsabilidade de encarnar o astro em seus tempos de Jackson Five, na abertura do musical escrito pelo inglês Adrian Grant e encenado pela primeira vez em Londres, em 2006. Desde 2009 em cartaz no West End (a Broadway londrina), o espetáculo — que celebra as quatro décadas de carreira do astro, morto naquele ano — já foi visto por mais de dois milhões de pessoas em excursões à Ásia e a outros países da Europa.
— Este espetáculo é uma celebração da carreira de Michael Jackson, uma forma positiva de lembrar sua herança e mostrar como ela é atemporal — afirma, por telefone, Grant, que publicava um fanzine em homenagem a Jackson, nos anos 1980, e acabou se tornando seu amigo, chegando a visitiar seu rancho, Neverland, em 1990.
— O Michael que conheci era uma pessoa muito tranquila e amável, bem diferente daquela mostrada nos tabloides. Resolvi criar esse musical depois de ver experiências semelhantes com o Abba e o Queen. Sabia que faltava um espetáculo para um artista completo como ele, que cantava e dançava como ninguém.
Em outra sala onde acontecem os ensaios, 14 bailarinos, todos brasileiros, alguns com formação clássica ou de jazz, outros vindos do universo urbano do hip-hop quebram a cabeça e entortam as colunas tentando dançar como se fossem Michael, sob o olhar atento do coreógrafo e diretor geral do espetáculo, o também inglês Gary Lloyd.
— É o maior grupo que já tivemos neste musical — diz ele. — Temos habilidades diferentes, o que é ótimo, porque o show não pode ficar datado. Vamos aproveitar todas essas características, do samba à capoeira, nos momentos
freestyle do espetáculo. Mas, no geral, estamos aqui para celebrar Michael Jackson, um dançarino único, que também unia elementos diversos. Apesar da barreira do idioma, falamos a linguagem corporal, e isso está fazendo com que a evolução de todos seja grande.
A principal preocupação é com as crianças, que entram na sala principal para passar “ABC” e “I want you back” com os dançarinos e cinco cantores que vieram de Londres para acompanhar o grupo. Eles vão se juntar a Leilah Moreno e Renato Marxx, como as vozes de hits como “Beat it”, “Billie Jean”, “Rock with you” e “Black and white”, além da faixa que dá nome ao espetáculo, representando Michael já adulto. Lloyd se coloca entre as crianças e o grupo, mostrando os passos certos e o momento de fazer o agradecimento.
— É preciso um cuidado especial com as crianças, porque elas têm que cantar em inglês, sabendo o significado das letras, e também dançar com perfeição, sem deixar uma coisa atrapalhar a outra — explica ele. — Não é fácil para ninguém, ainda mais para quem tem essa idade.
Se Fernanda Rizzo, que também é psicóloga, dá o apoio emocional aos pequenos, a coreógrafa Fabiana Figueiredo, da equipe de dançarinos, ajuda os quatro a não trocar as pernas e a virtualmente dançar conforme a música.
— No começo eles estavam muito duros, tensos, mas aos poucos foram aprendendo a relaxar — explica ela. — Dei algumas dicas sobre ritmo e andamento, e ensinei técnicas de respiração. Eles já estão bem melhores, sabendo que precisam se expressar bem para não sumir no palco que vai se tornar gigante para todos.
A versão brasileira de “Thriller live” — que fica no Rio até 7 de abril e depois ruma para São Paulo — vai ter algumas adaptações que não estavam presentes na versão original, entre elas a adição de músicas como “Man in the mirror” e “They don’t care about us”, que teve seu clipe gravado no país.
— São duas músicas que têm um apelo especial para os fãs brasileiros — conta Grant. — Além da banda que toca as bases ao vivo, vamos ter também uma pequena bateria reproduzindo o que o Olodum faz no vídeo. Isso, na verdade, deveria ser uma surpresa.
Após passar a sua parte com os adultos, os quatro “projetos de Michael Jackson” se reúnem, sentados no chão, enquanto lembram, sem roteiros e marcações, como foi o dia.
— A gente se diverte, mas cantar e dançar ao mesmo tempo é difícl e às vezes me deixa cansado — revela Felipe.
— E tem aquelas notas agudas, difíceis pra caramba — completa Diego. — Não sei como ele (
Michael) conseguia. Acho que é por isso que minha mãe gostava tanto dele.
O Globo
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Ingressos mais baratos para musical sobre Michael Jackson estão esgotados
O musical baseado na vida e obra de Michael Jackson, “Thriller Live Brasil Tour”, vem a São Paulo no dia 9 de maio no Credicard Hall (zona sul).[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Os convites custam entre R$ 64 e R$ 200 e estão disponíveis no site
Tickets for Fun. Os ingressos para os setores plateia 1, 2 e 3, com valores que vão de R$ 80 a R$ 90, já estão esgotados para todas as datas.
Para a sessão de estreia, também restam poucos lugares. O espetáculo fica em cartaz até 23 de junho na cidade.
“Thriller Live” vem pela primeira vez à América Latina e traz a estrutura original da montagem inglesa, onde está em cartaz desde 2007: toneladas de equipamentos de som, iluminação, cenários, figurinos e efeitos especiais.
Visto por 2 milhões de pessoas em 23 países da Ásia e Europa, como Londres (Inglaterra), o espetáculo criado por Adrian Grant leva aos palcos as várias fases de sucesso da carreira de Michael Jackson por meio de performances vocais, efeitos visuais e coreografias marcantes.
Em cena, 16 artistas brasileiros vão se unir a cantores e à banda da produção original inglesa. O elenco vai incluir uma criança brasileira, selecionada em audição especial, que viverá o astro pop quando era criança, na época do The Jackson 5.
Além do hit “Thriller” –que dá nome ao espetáculo–, serão interpretados os maiores sucessos do “rei do pop”, como “ABC”, “Beat It”, “Billie Jean”, “Bad”, “Dangerous” e “Black and White”, entre outros.
A inspiração do espetáculo é a celebração “The Anual Michael Jackson Celebration”, queAdrian Grant, fã e amigo do cantor, realizava na década de 90. “Thriller Live” faz temporada no Rio de Janeiro, de 22 de fevereiro a 7 de abril, no Citibank Hall.
UOL