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Se vocês precisarem de sinônimos para as palavras – talento, carisma e genialidade não procurem um dicionário. Apenas digam um nome: Michael Jackson
 
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 EXCLUSIVO! EBONY: Michael Jackson; 25 anos depois de Thriller

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MensagemAssunto: EXCLUSIVO! EBONY: Michael Jackson; 25 anos depois de Thriller   EXCLUSIVO! EBONY: Michael Jackson; 25 anos depois de Thriller EmptySáb Abr 24, 2010 10:25 am

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EXCLUSIVO! EBONY: Michael Jackson; 25 anos depois de Thriller 001editedhc2
EBONY 2007:
MICHAEL JACKSON 25 YEARS AFTER THRILLER
EXCLUSIVO: O REI DO POP FALA SOBRE DEUS, CRIATIVIDADE, PATERNIDADE E MÚSICA
Tradução de Bruno Fahning

UMA MENSAGEM DA PRESIDENTE E DIRETORA LINDA JOHNSON RICE

Não importa o que pensem da vida pessoal de Michael Jackson, o consenso geral é que, como artista, ele é possivelmente o melhor e mais excitante da história da música. Esse crédito é apoiado pelas múltiplas de suas realizações que foram geradas pela sua pessoa genial, inclusive o reconhecimento do Guinness World Records como o "Artista Mais Bem Sucedido de Todos os Tempos". Milhões de pessoas, e incluo-me no grupo, de que crescemos com Michael e sua música – desde "I Want You Back" a "Man In The Mirror" e mais além, e ficamos impressionados pela magia de seu incrível e único talento.

Depois de celebrar seus 49 anos em agosto, Michael continua cheio de energia, inovadora e cativante. E agora está de volta! De volta ao estúdio e planejando voltar ao cenário, onde faz o que ele tem de melhor, cantar.

Com a precocidade de seus 6 anos, Michael estabeleceu para si mesmo como uma das maiores engrenagens da máquina musical da família Jackson (que inclui a sua irmã Janet), mas desde 2001 com o lançamento de "Invincible" sem criar música nova. Neste número, em reconhecimento do 25° aniversário do influente disco "Thriller", que o álbum mais vendido da história, estivemos com Michael em Nova York, e tivemos a oportunidade de descobrir como está, o que está querendo conseguir e como (com quase 50 anos) ele mudou. Enquanto regressa na cena musical, a expectativa é alta e cresce a antecipação para ver se "o Rei do Pop" continua "Bad".

POR TRÁS DAS CÂMERAS

Michael Jackson é tão específico quanto criativo, tão preciso quanto cheio de graça. E isso é o que ele nos deu em set – imagens dinâmicas, energia tremenda e o penúltimo estilo. ABAIXO: O estilista Phillip Bloch busca o look para fazer as fotos. Michael Jackson vê suas anteriores capas da Ebony com sua general manager Raymone Bain. O fotógrafo Matthew Rolston faz tudo nesta situação incrível.

CRIANDO A CAPA

Quase todo o mundo tem uma recordação clara sobre seu primeiro encontro com Michael Jackson. Eu me apaixonei pela sua música quando estava no colégio e "ABC" acabava de sair nas rádios. O som era único, e o momento – para mim – era muito profundo. "ABC" foi a conexão entre o primeiro garoto que pediu para dançar em minha vida a mim. Avançávamos 30 ou mais anos no set de nossa foto de capa de dezembro: amo o artista, sua criatividade e seu espírito uma vez mais. Não estou só. Todos da equipe de produção desfrutamos da pouco habitual companhia do ícone da música que resulta ser um dos famosos mais sinceros e generosos que você pode encontrar.

Michael Jackson oferece a Ebony uma janela íntima ao seu processo criativo. O cenário era perfeito. Michael queria fazê-lo em um museu. O Brooklyn Museum teve a graça de desenrolar o tapete vermelho. Uma equipe de alto nível que tínhamos, incluindo o fotógrafo renomado internacionalmente Matthew Rolston, que já fotografou MJ e sua família muitas vezes. O famoso estilista Phillip Bloch elegendo roupas que se ajustem ao Rei do Pop. A escultura de Rodin, os quadros dos maestros ao longo das gerações e as colunas de mármore que rodeiam a beleza das eras criando o fundo perfeito para que ele nos sirva sua magia.

Com cada click da câmera, este maestro do movimento oferece um gesto estudado sem esforço, o giro do punho, a elevação de uma perna, o enfoque em um gesto. Agora o artista está em celebração. Há 25 anos que o álbum de supervendas "Thriller" chegou às lojas (hoje com mais de 104 milhões de cópias vendidas). Michael Jackson voltou! Parece que voltou de alguma maneira a uma reunião de antigos alunos, mais uma vez para roubar o protagonismo!

VOLTANDO A EMOÇÃO

Vestido de preto, confiante e maduro Michael Jackson dirige sua equipe, guia seus filhos e dá uma olhada com seus óculos de leitura pousados na ponta do seu nariz finamente esculpido.

Óculos de leitura? Sim, Michael Jackson, agora divorciado duas vezes, pai de três filhos, completará 50 no próximo ano e mais de quatro décadas depois que o garoto fizera o moonwalk no palco do mundo. E até hoje continua com o corpo em forma e dança como os tempos de "Thriller", mas aqueles óculos confirmam a passagem do tempo.

Em sua primeira entrevista para uma revista americana em uma década, o Rei do Pop em uma suíte de um hotel de Nova York com a revista, ofereceu uma rara perspectiva na vida de um ícone. O comandante de um império multimilionário e possivelmente o artista mais talentoso de uma geração não fala publicamente desde seu julgamento e absolvição em 2005, mas hoje reflete sobre "Thriller" e fala sobre sua luta no cenário mundial e se pergunta em voz alta, para onde o tempo vai?
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Neste dia frio de outono, Jackson contemplou seu passado, desde sua sétima capa solo na Ebony; também teve cinco capas da Ebony com seus irmãos, ainda como membros dos Jackson 5, a primeira em 1970. Falou sobre a criação de "Thriller" – seus primeiros demos foram gravados em um estúdio caseiro em meados de 1982 com sua irmã Janet e seu irmão Randy cantando os coros – e falou do estado atual da indústria musical.

Quando "Thriller" saiu nos EUA em 30 de novembro de 1982, a América e o mundo estavam em plena transição. Ronald Reagan era presidente, E.T. surpreendia ao público do cinema e Justin Timberlake tinha quase 2 anos. O Reino Unido e Argentina lutavam pelas Ilhas Malvinas, o Dow Jones chegava a seu máximo histórico de 1.065.49 e o disco de Olivia Newton John, "Physical" era número 1 nos charts.
E Michael Joseph Jackson estava tranquilamente trabalhando em seu estúdio com Quincy Jones, a ponto de fazer história.

Michael Jackson é uma estrela internacional desde seus 6 anos de idade. Enquanto a maioria dos garotos assistia Scooby-Doo, Michael estava ensaiando os movimentos para shows dele mesmo e seus irmãos, os Jackson 5.

"Em alguns aspectos, Michael foi sempre um garoto. E em outros, era muito sofisticado", recorda Walter Yetikoff, até então chefe da CBS Records. "Era um sábio homem de negócios, lia contratos tão bem quanto um advogado. Mas em outros aspectos, então, era como um garoto".

Hoje essa sussurrante e aguda voz soa mais grave. Essas suaves formas estão mais definidas. Os traços desse "garoto" parecem desgastados. Seu gênio musical e sua influência ainda dominam o mundo da música, 25 anos depois da saída de "Thriller" que se converteu no disco mais vendido de todos os tempos – vendendo mais de 105 milhões de cópias no mundo, 54 delas nos Estados Unidos e alcançando nada menos que sete êxitos no Top 10 com os singles no número 1.

Mas essa complicada transição de jovem a adulto deixou a estrela aprender muitas lições de vida, algumas cicatrizes e também um tanto de sabedoria.

Neste dia, enquanto o filho menor de Jackson, Prince Michael Jackson II – que é chamado carinhosamente de "Blanket" – senta-se perto vendo desenhos animados e o estouro que o mundo inteiro está fazendo sobre seu pai, a vida de Michael parece que fechou o círculo (Jackson também tem outros filhos, Paris Michael Katherine Jackson, de 9 e Michael Joseph Jackson Jr. De 10 anos).

Enquanto Michael apresenta seu filho, lhe instrui sobre a etiqueta necessária para cumprimentar os seus convidados. "Não, ponta de pé e use essa mão", ele ensina a criança, que se mostra encantada de deixar seus caramelos e dar a mão. Em muitos aspectos, esse é um momento "normal" entre pai e filho. E para Michael Jackson, após todos os seus discos e todo o drama, esse sentido de normalidade – e maturidade – parecer imperar esta fase de sua vida.

Com quase uma dúzia de álbuns solos, e mais de uma dezena de singles Número 1, 13 Grammys e mais de 750 milhões de discos vendidos em todo o mundo durante sua carreira até hoje, Michael se mostra humilde e orgulhoso de sua influência na história da música e da cena musical da atualidade. "Sempre quero fazer música que influencie e inspire cada geração", disse. "Confrontá-lo: quem quer ser mortal?".

"Você quer o que cria vidas, e eu dou tudo de mim trabalhando porque quero que viva". Hoje, é praticamente impossível ver um vídeo musical sem ser a influência dos passos de dança de Michael Jackson, da sua música ou da sua temática. Justin Timberlake e Usher imitam seus movimentos. Akon e Ne-Yo admiram seu som. (Acredita-se que Jackson está trabalhando em estúdio com Akon, Kanye West e will.i.am em um novo disco, que será lançado em 2008 ).

A jovem sensação Chris Brown rendeu um tributo a Michael Jackson no MTV Video Music Awards 2007. "Não há um artista aí fora que não tenha sido influenciado ou inspirado por Michael Jackson. Quanto eu tinha dois anos eu usava fraldas, cantava e dançava imitando Michael Jackson", disse o cantor Brown a Ebony. "Michael Jackson é o mais próximo à perfeição que pode estar um artista".

Em 1983, Jackson rompeu a barreira da cor na MTV – inicialmente se dizia que a cadeia tinha recusado exibir seus vídeos musicais. "Isto é o que eles faziam e eu disse: 'eles não querem pôr o meu vídeo'. Meu coração partiu", disse Jackson agora. Mas isso, falou Jackson, incendiou um fogo. "Deixei pra trás. Assim que cheguei com 'Thriller' sempre tentei superar-me", recorda.

Quando a MTV supostamente disse que não exibiria os vídeos de Jackson, Yetnikoff, chefe da CBS Records, contra-atacou, "Ok, me levou a Streinsand, Chicago e tudo mais".

"Antes de 'Thriller' – e Bob Pittman (fundador da MTV em 1982) não está de acordo comigo, mas Bob Pittman está cheio de *****, e pode citar minhas palavras – quando a MTV começou, era como uma emissora de rock", disse Yetnikoff a Ebony de seu escritório em Nova York. "E quando 'Billie Jean' e 'Beat It' sairam, a MTV não quis exibi-los. Eles disseram, realmente, 'Não, não, não, temos uma sensibilidade voltada ao rock, e isto é Michael Jackson e ele é negro'".

Embora Pittman não estivesse disponível para contestar, Les Garland, co-fundador e pioneiro da MTV, VH1 e The Box, disse a Jet em 2006 que essa história era um "mito". "Nunca houve dúvidas. Nenhum problema. Chamei Bob (Pittman) para dizer-lhe, 'Acabo de ver o melhor vídeo que havia visto em minha vida (Billie Jean). É passado, está tão bem'". Ele não adicionou no mesmo dia. "Como (o mito) se converteu na história isso é algo que literalmente nos sacode a mente".

De qualquer forma, Yetnikoff, que agora tem 74 anos, disse que recorda o episódio claramente. "Assim eu disse, está bem, mas vou retirar todo meu catálogo, todos os meus discos, esqueça-os. Não vou por nada da CBS. E isso ocorreu, a Warner Brothers seguiu nosso exemplo". (Entre os artistas da CBS nesse momento estavam Barbra Streisand, Billy Joel, Bruce Springsteen, Living Colour e centenas de artistas).

O lendário produtor musical Quincy Jones, que era amigo do falecido Steven J. Ross – criador da companhia de meios Time Warner e pai da MTV – recorda as negociações da MTV um pouco distintas, mas definitivamente, reconhece a importância da emissora e a estrela. "A realidade é que Michael e MTV levaram um ao outro a glória. Ninguém havia visto algo assim antes. E tampouco voltou a repetir-se", disse Jones.

"Creio que foi um marco, de alguma maneira, acredito que ele fez a MTV", adicionou Yetnikoff. "Michael converteu-se em algo que criou e que não existiu antes. E isso fez a CBS ganhar muito dinheiro". Yetnikoff estima que o disco foi responsável em arrecadar para a companhia cerca de 500 milhões de dólares a um bilhão. "Chegamos a um ponto em que vendíamos em torno de um milhão de álbuns semanalmente!"

Jones, que produziu o disco "Thriller", sugere uma razão ligeiramente menos visível para as grandes vendas. "Você pode ouvir esse disco de sete formas distintas, tínhamos sete 'ganchos' diferentes. Você não consegue entendê-lo pela primeira vez. Tem que ouvi-lo seis ou sete vezes", adicionou. "Assim que quando ele fazia o vinil, nós desgastávamos-os, comprando três ou quatro cópias do disco, porque não podia escutá-lo todo na primeira vez".
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Yetnikoff disse que Michael e "Thriller" fizeram sua própria carreira. "Eu devo a este garoto", comentou. "Ele pode pensar que deve a mim, mas está bastante claro que eu é que lhe devo". Por outro lado, comparando com Michael e a era "Thriller", a música de hoje, adiciona, é uma história diferente. "É uma '*****'. Se um só artista tenta soar como Michael Jackson eu me atiro pela janela!", disse Yetnikoff. E parece que Michael está de acordo. "Não creio que alguém seja tão experimental e o suficientemente inovadora", disse.

"Podemos dizer facilmente. 'Bom, não temos o pressuposto de Michael Jackson'", sorriu. "Maldade, você pode ser criativo partindo do começo". Jackson adiciona: "Isto é normalmente o melhor trabalho, quando você deixa tudo embaixo de mínimos e coloca dentro de si mesmo e inventa. Acredito que é muito material do mesmo molde".

Greg Phillignanes, um veterano arranjador, tecladista e músico de "Thriller" e de muitos outros projetos de Jackson, recorda seu trabalho no álbum.

"Era simplesmente especial trabalhar com Quincy e Michael", disse. "Eles dois sacavam o melhor de cada pessoa. Ao entrar você sabe que era uma equipe dos melhores e tinha que extrair o melhor produto. Michael tem fortes objetivos musicais e um forte sentido do que queria conseguir artisticamente", disse, mas fazer "Thriller" foi também uma experiência muito divertida. "Quincy sempre introduzia a diversão na sala. Sabia como eleger – como um diretor faz um casting para um filme – conseguia as pessoas para o trabalho correto, e Quincy fazia o mesmo para a música. Foi um tempo brilhante. Recordo o divertido que foi ir adicionando as partes que havíamos gravado por separado, o baixo, as cordas, e escutar as vozes de Michael. Jamais vimos as grandes vendas. Foi realmente muito especial e a atuação de Michael fala por si mesma".

James Ingram, um cantor veterano e outro protegido de Jones, disse: "Quincy é impiedoso quando se trata de música, ele pensa se será um êxito ou não, e não lhe importa quem seja", disse Ingram, junto a Jones, escreveram "P.Y.T", um dos Top 10 de "Thriller".

"A mulher de Quincy, Peggy (Lipton), foi a casa que havia comprado chamada 'Prety Young Things' com Quincy, sendo a pessoa genial que é, disse que seria um bom título", recorda Ingram. Michael "simplesmente bordou a canção" no estúdio ao gravá-la, disse Ingram, adicionando que jamais havia visto um artista dançar em uma sessão de gravação como fez Michael Jackson. "Todos os artistas que vi quando entram em estúdio de gravação, põem toda sua energia em um microfone – mas ali estava Michael cantando com o fundo do coração e dançando simultaneamente. Isso me transformou a mente", falou Ingram agora. "Veja Quincy não é deste planeta – é um gênio, e por isso atrai a todos esses gênios (como Michael Jackson)".

Jackson também dá crédito a Jones por criar os momentos mágicos que alimentaram "Thriller" e "Off The Wall" quem influenciaram o resto de sua carreira musical. "Quanto eu tinha 8 anos, Sammy Davis Jr. me apresentou a Quincy Jones; jamais o esquecerei", disse Jackson. "E ouvi quando ele disse a Quincy: 'Este garoto tem algo; é incrível'. Eu guardei isso no meu subconsciente".

Anos mais tarde pediu a Jones que trabalhava com ele em seus discos. Sua química no set do filme de 1978 em The Wiz, acabou em uma colaboração duradoura. "O melhor de trabalhar com Quincy é que ele te deixa fazer suas coisas...", deliberando sobre o processo criativo, Jackson, que é um grande fã da música clássica, disse: "uma vez a química adequada entra na sala, tem que ocorrer magia".

Durante a produção de The Wiz, Jones viu algo em Jackson que não tinha visto antes. "No processo, cheguei a ver uma faceta que nunca vi em público antes, disse Jones a Ebony. "Vi do jeito que era sensível, e isso nunca foi representado em um disco". Mas Jones quase acaba não fazendo o projeto: "Você sabe, a Epic não queria me utilizar... disseram, 'De maneira alguma, Quincy é muito jazzista'".

Porém Michael pressionou a favor do maestro, e, como dizem, o resto é história. Quase todo o dia, Jones vê o impacto dos projetos em todo o mundo. "Olha, dei pelo menos uma três voltas ao mundo este ano – Angkor Wat, Vietnã, Seul, Ruanda, Cairo, Abu Dhabi, Dubai, Moscou – e, senhor, você não sabe em que cidade está porque as 0h00 em ponto começa a sonhar com a música e você escuta 'Wanna Be Startin' Somethin' ou 'Don't Stop Til You Get Enough' ou 'Billie Jean'. Fico perplexo, como se fosse há 25 anos. E como eu já disse antes: os 80 já foram nossos!"
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Não é surpresa que Michael tenha uma relação muito íntima com sua música. Para ele, tudo é melodia, e ele faz uma versão no bruto de todas as suas canções. "Para obter o caráter da frase tal como quer leva muito trabalho e muito tempo". Ele fala da música como um protagonista, uma linha argumental. "A música é um carpete, tem diferentes camadas, vai ondulando-se dentro e fora, e se você a ver em camadas, a entenderá melhor".

O Rei do Pop diz que trabalhar com Jones foi maravilhoso porque "ele era tão genial que permanecia fora do caminho da música, e se houve algum elemento a adicionar, ele o acrescentava – como uma frase musical bonita. Ele normalmente dizia, 'Smelly (um apelido que Jones deu a Jackson), deixa que a canção fale. Se a música precisa de cordas, ela o dirá. O salto do caminho e ele deixa lugar para que Deus possa entrar'"

Jones combina. "Esse é meu estilo. Você tem de deixar espaço para que Deus entre na sala. Não é nada nosso. Quanto mais velho fico, mais vi o pouco que temos de fazer, realmente". A espiritualidade de Jackson é outra fonte de sua criatividade. "Acredito firmemente em uma força superior, e estou realmente agradecido por todas as bênçãos", diz. Quando ele escreve algo que sabe que é bom, Jackson compartilha, "ajoelho-me" e ele dá graças. No dia 29 de agosto do ano que vem Michael Jackson terá 50 anos. Ele admite, embora esteja especialmente em forma – não tem nenhuma dieta especial e raramente se exercita – e mais criativo do que nunca, é um homem diferente de quando tinha 24 anos. "Sempre tive essa propulsão atrás da cabeça, as coisas que queria fazer, criar os meus filhos, ter filhos. Estou desfrutando muito".

Michael disse que viaja bastante com seus três filhos, recentemente ele visitou a África do Sul. "Simplesmente adoro a África. Tem muitas coisas para fazermos. Tem atrações de simuladores, cinemas, piscinas de ondas, vamos às lojas de discos, a loja de caramelos, a livraria e muitas outras coisas". Hoje Michael está amadurecendo. E aqueles que o conhecem bem. O reverendo Jesse Jackson o conhece por durante quase toda sua vida, desde os primeiro dias nos Jackson 5. Em 2005, esteve em contato diário com Michael durante o julgamento na Califórnia, e hoje o ajuda como conselheiro.

"Acredito que Michael está cômodo consigo mesmo", disse o reverendo Jackson. "Sabe que ele tem um gênio e um talento especiais e sabe que tem uma responsabilidade especial. E sabe que é uma super-estrela. Parece ter um grande sentido de autocontrole, mas como qualquer grande estrela é como um enigma para muita gente. Mas acima de tudo é um devoto de sua mãe e de seu pai, irmãos e irmãs. Antes de tudo, ele é um Jackson".

Ele ainda será o Michael Jackson do moonwalk dos anos 80? "Não", disse. Ele não quer fazer um concerto atrás do outro. Simplesmente não quer sair assim. "Não, de forma alguma igual como fizeram James Brown ou Jackie Wilson", falou. "Eles seguiram saindo, correndo, matando-se. Em minha opinião, ele tinha desejado (Brown) baixar o ritmo e ter relaxado e desfrutado de seu duro trabalho".

Michael tem outros planos para seus próximos 25 anos. "Mais voltado para o cinema, não em cena. Vejo-me mais produtivo nele, e dirigindo a mim mesmo no cinema. Não tanto (sobre os cenários) de todo o mundo. Porque você não captura nada – é passageiro. Um concerto é a coisa mais fugaz do mundo. É excelente para ver, mas não pode capturá-lo. Com o cinema você pára o tempo". Para Michael Jackson, o tempo não parou. A cada ano, uma mudança, uma criança e um êxito, ele havia chegado a ser um pouco mais sábio. Michael Jackson conheceu ao homem do espelho. E gostou.

MICHAEL JACKSON: EM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS

Sentado a um sofá, Michael Jackson, pode-se ver rapidamente a luz do enigmático ícone da pele translúcida e dar-se conta de que esta lenda afro-americana é mais que superficial. Mais que um artista, mais que um cantor e bailarino, o pai adulto de três filhos revela um homem confiante, controlado e maduro que ainda tem muita criatividade por dentro.

Michael Joseph Jackson estremeceu o mundo em dezembro de 1982, quando rompeu a cena da música pop com "Thriller", o rico, enigmático, pegajoso álbum que introduziu muitos objetivos a um talento que a maioria dos negros sabia há décadas, e lançou pela terra quase todos os records da indústria discográfica do planeta. O histórico projeto foi outro passo em uma carreira musical que começou 18 anos antes, à idade de 6, com seus irmãos os Jackson 5.

Em sua primeira grande entrevista a uma revista norte-americana em uma década e ao 25° aniversário de "Thriller", Jackson reuniu-se com a Ebony para uma íntima e exclusiva conversa sobre "Thriller", a histórica atuação no Motown 25, ser pai, o estado da indústria musical e a força por trás de sua criatividade.

Aqui está Michael Jackson, em suas próprias palavras...

Ebony: como tudo começou?

MJ.: Motown estava preparando-se para fazer um filme chamado The Wiz... E Quincy seria o homem que faria a música. Eu sabia disso antes dele. Quando eu, ainda criança, estava em Indiana, meu pai normalmente saía para comprar álbuns de jazz, portanto ele era conhecido como músico de jazz. Então, depois de fazer o filme – durante a rodagem fizemos muitos amigos, também; ele ajudou-me a compreender certas palavras, era realmente como um pai – chamei-o depois do filme, sendo totalmente sincero, porque sou uma pessoa tímida, especialmente então, nem sequer olhava as pessoas quando falavam. E eu lhe disse: 'estou preparado para fazer um álbum. Creio... você poderia me recomendar alguém que esteja interessado em produzi-lo ou que trabalhe comigo?'. Ele deu uma pausa e disse: 'porque você não me permite fazê-lo?', e eu disse a mim mesmo: 'não sei por que não pensei nisso antes'. Possivelmente porque pensava que era mais que um pai, mais jazzístico. Assim quando disse isso, pensei 'Wow, isso seria fantástico'. Seria genial trabalhar com Quincy, ele deixa você fazer suas coisas. Não se mete no caminho. Portanto, a primeira coisa que fiz com ele foi 'Off The Wal', o nosso primeiro álbum, e Rod Temperton entrou em estúdio, e veio com este tema - ... 'doop, dakka doop, dakka dakka dakka doop', toda esta melodia e os coros, 'Rock With You'. Eu disse: 'Wow!', assim que escutei aquilo pensei, 'Ok, realmente tenho que trabalhar agora'. A cada vez que Rod me apresentava algo, eu apresentava algo e ambos formamos uma pequena e amigável competição. Gosto de trabalhar assim. Ele normalmente fazia como fazia Walt Disney: se estavam trabalhando em Bambi, ou em um filme animado, eles colocavam um cervo no meio da sala e faziam os animadores competirem-se com diferentes estilos de desenho. Aquele que realizava o efeito mais estilizado que Walt gostou, é o escolhido. Era como uma competição, algo amistoso, mas era uma competição, porque precisava de um maior esforço. Assim quando Rod trazia algo, eu também trazia, e continuava assim. Criamos maravilhas.
EXCLUSIVO! EBONY: Michael Jackson; 25 anos depois de Thriller Editedebony1ok0
Ebony: Então, depois de "Off The Wall", na primavera de 82, você voltou ao estúdio para trabalhar em "Thriller"?

MJ.: Depois de 'Off The Wall', tínhamos todos esse números 1 – 'Dont Stop 'Til You Get Enough', 'Rock With You', 'She's Out Of My Life', 'Workin' Day And Night' – e fomos nomeados ao Grammy, mas eu não estava contente por como ocorreu tudo, porque queria fazer muito mais, apresentar muito mais, por mais de minha alma e coração nele.

Enony: Foi um ponto de transição para você?

MJ.: Uma completa transição. Desde que era um garoto, estudava composição. E foi Tchaikovsky que mais me influenciou. Se você toma um álbum como o Suite do quebra-nozes, todos os temas serão ótimos, cada um. Portanto disse a mim mesmo, 'porque não fazemos um álbum pop onde cada...' – a gente faz discos onde há um bom tema e o resto são como caras B. As chamam de 'canções de álbum' – e disse a mim mesmo, 'porque cada uma das canções não pode ser um êxito? Porque cada música não pode ser tão boa quanto para as pessoas que as compram se editarmos como single?' É desse jeito que tento fazer. Esse era meu propósito para o próximo disco. Essa era a idéia principal. Queria sacar todas as que quisermos. Trabalharei duro para ele.

Ebony: Então, o processo criativo, você o delibera ou ele simplesmente acontece?

MJ.: Não, fui bastante deliberado. Até por tudo que vem junto de alguma forma, conscientemente, se cria no universo, mas, uma vez a química adequada dentro na sala, a mágica acontece. Tem que fazê-lo. É como por certos elementos em um extremo e isso produz magia em outro. É ciência. E chegando lá com as melhores pessoas, é simplesmente maravilhoso.

Quincy me chamava de 'Smelly' (Cheiroso). Smelly vinha de – e Spielberg também me chamava assim. Então especialmente – Agora digo algumas palavras de juras – mas especialmente então, não dizia nenhuma palavra. Assim que dizia, 'Esta é uma canção 'cheirosa''. Isso significava, 'é genial'. Portanto me chamavam de 'Smelly'.

Mas se, trabalhar com Quincy era algo maravilhoso. Ele te deixava experimentar, fazer suas coisas, e era tão gênio que ficava fora do caminho da música, e se houvesse algum elemento para adicionar, ele o adicionava. E escutava esses pequenos detalhes. Como, por exemplo, em 'Billie Jean', eu tive de conseguir o som do baixo, e a melodia e toda a composição, Mas, escutando-o, ele acrescentou outra frase musical muito bonita...

Trabalhamos em uma canção e logo nos juntávamos em sua casa, colocávamos o que tínhamos trabalhado, e ele dizia 'Smelly deixa que ela fale'. Eu lhe dizia 'Ok'. Respondia-me, 'Se a canção necessita de algo, ela te dirá'. Aprendi a fazê-lo. A chave para ser um compositor maravilhoso não é compor. É só você sair do caminho. Deixar o lugar para que Deus entre na sala. E quando escrevo algo que sei que é bom, ajoelho-me e dou graças. Obrigado Jeová!

Ebony: Qual foi a última vez que você teve esse sentimento?

MJ.: Bom, recentemente. Sempre estou compondo. Quando você sabe que é bom, às vezes sente algo que está se aproximando, uma gestação que é quase como uma gravidez ou algo do tipo. Você se emociona, e começa a sentir que algo está em gestação e, magia, aí está! É uma explosão de algo que é tão bonita, você diz Wow! Aí está. Assim é como flui. É algo bonito. É um universo do qual se pode entrar, com essas 12 notas... O que faço quando estou compondo é uma versão avulsa, desnuda, só para ouvir os coros, só para ver o quanto gosto deles. Se eu gosto desta versão primitiva, então sei que funcionará... Ouvi-lo, isso é em casa. Janet, Randy, e eu... Janet e eu fazemos: 'Whoo, whoo... whoo, whoo...', é o que faço, o mesmo processo para cada canção. É a melodia, a melodia é o mais importante. Se ela entra em mim, se eu gostar, então vou para o passo seguinte. Se soar bem em minha cabeça, logo soará melhor quando eu acabar. A idéia é transcrever o que está em sua mente a uma fita. Se você pegar uma música como 'Billie Jean', onde a linha de baixo é a parte proeminente e dominante, o protagonista da canção, é a frase principal que você escuta e conseguir o caráter desta frase, fazer com ela seja o que quiser, é algo que leva muito tempo. Escute, você está ouvindo quatro baixos, fazendo quatro personalidades diferentes, e isso lhe dá personalidade. Mas requer muito trabalho.

Ebony: Outro grande momento foi a apresentação no Motown 25...

MJ.: Eu estava em estúdio editando 'Beat It', e por alguma razão resultou que eu estava fazendo nos estúdios da Motown – e fazia muito tempo que eu havia abandonado a companhia. Eles estavam preparando algo para eu fazer no aniversário da Motown, e Berry Gordy me perguntou se eu queria performar no show, e lhe disse 'NÃO'. Disse-lhe que não. Disse-lhe que não porque 'Thriller' eu estava construindo e criando algo que eu queria fazer, e ele respondeu 'Mas é o aniversário...', assim que me disse isso eu respondi, 'O farei, mas a única forma para que eu aceite é se me deixar cantar uma canção que não seja da Motown'. Ele me disse 'Qual é?', 'Billie Jean', respondi. Ele concordou. E eu disse 'De verdade, me deixará cantar 'Billie Jean'?', ele disse 'Sim'. Assim, ensaiei e criei a coreografia e vesti a meus irmãos e escolhi as canções e escolhi o medley. E não só isso, tem que trabalhar com os ângulos da câmera. Dirijo e edito tudo. Cada plano que vê é meu.

Ebony: Quanto tempo você leva criando esses elementos?

MJ.: Desde que eu era um garoto, com meu irmãos. Meu pai dizia: 'ensina-os, Michael, ensina-os'.

Ebony: Alguma vez eles sentiram ciúmes?

MJ.: Eles nunca admitiram em seus dias, mas devia ser duro, porque a mim nunca me pegaram durante as práticas ou ensaios (risos). Mas depois é quando me encontrava em problemas (risos). É certo, então é quando eu recebia. Meu pai normalmente passava o ensaio com o cinturão na mão. Você não podia errar. Meu pai era um gênio na hora de nos ensinar como se comportar no cenário, como trabalhar com o público, antecipando o seguinte que tínhamos que fazer, ou não deixando nunca o público notar se estávamos sofrendo, ou se algo ia mal. Para isso era incrível.

Ebony: Quando ele pensava que não só você tinha um grande sentido para o negócio, como controlar o pacote inteiro?

MJ.: Absolutamente. Do meu pai, a experiência; mas aprendi muito do meu pai. Ele tinha um grupo chamado The Falcons. Eles vinham e tocavam música, sempre, portanto sempre tivemos a música e a dança. Ele é este aspecto cultural que tem as pessoas negras. Separamos toda a mobília, aumentamos a música... Quando chega a gente, o mundo inteiro está em meio do piso, você tem de fazer algo. Eu amava.

Ebony: O que as suas crianças fazem agora?

MJ.: Eles fazem-no, mas são tímidos. Porém às vezes eles fazem-no pra mim.

Ebony: Falando de ser um artista: a MTV não exibia nada de tipos negros. Como isso te afetou?

MJ.: Diziam que não podiam (artistas negros). Partia-me o coração, mas ao mesmo tempo acendeu algo em mim. Eu dizia a mim mesmo: 'Tenho que fazer algo que eles...' Simplesmente ignorei. E 'Billie Jean', disseram, 'não podemos'. Mas quando colocaram, conseguiram um recorde mundial. Logo começaram a me pedir tudo que tínhamos. Chamaram na nossa porta. Logo chegou Prince, abriu a porta para Prince e o resto dos artistas negros. Eram 24 horas de heavy metal, um simples poutporri de imagens loucas... Vieram a mim muitas vezes no passado e disseram, 'Michael, se não fosse você, não existiria a MTV'. Isso me disseram, uma e outra vez, pessoalmente. Suponho que eles não foram escutados nesse momento... Mas estou seguro que não o faziam com pura malícia (risos).

Ebony: Isso deu a luz para a era moderna do vídeo...

MJ.: Ele normalmente assistia a MTV. Meu irmão (Jackie), nunca me esquecerei, ele me disse: 'Michael, você precisa ver este canal. Meu Deus é a melhor idéia. Colocam música 24 horas... 24 horas ao dia!', e eu respondi: 'Deixe-me ver'. E estou vendo-o, vendo tudo que eles colocavam e o que diziam 'se só eles dessem um pouco mais de entretenimento, história, um pouco mais de dança, estou seguro de que a gente gostaria mais'. Portanto eu disse a mim, quando vou fazer algo, ele tem que ter uma história – um começo, meio e um fim – par que eles possam continuar como um argumento linear; tem de haver um sentido. Assim enquanto você está vendo o valor que proporciona ao entretenimento, você se pergunta o que vai acontecer. Foi assim que comecei a experimentar com 'Thriller', 'The Way You Make Me Feel', 'Bad' e 'Smooth Criminal', e dirigindo e escrevendo.

Ebony: O que você pensa sobre o estado da música e dos vídeos de hoje?

MJ.: A indústria está em uma encruzilhada. Está acontecendo uma transformação. As pessoas estão confusas, o que vai acontecer, como distribuir e vender música. Creio que a internet lançou pessoas de alguma forma a um giro real. Porque é muito poderoso, as crianças adoram. Todo o mundo está em seus dedos, em seu colo. Tudo que querem saber, com quem quiser se comunicar, qualquer música, qualquer filme... Isto concedeu a todo o mundo um grande giro. Agora mesmo, todos esses acordos com Starbucks, com Wal-Mart, diretamente com o artista, não sei se esta é a solução. Acredito que a solução é simplesmente a música fenomenal, a grande música. Chegar às massas. Creio que a gente segue buscando. Tampouco há uma evolução real da música funcionando atualmente. Mas quando chega, a pessoa romperá as barreiras para consegui-la. Quero dizer, porque antes de 'Thriller', estava um pouco igual. As pessoas não compravam música. Ele ajudou as pessoas voltarem às lojas. Assim quando acontece, acontecerá.

Ebony: Quem te impressiona?

MJ.: Quanto a ser artista, creio que o Ne-Yo está fazendo maravilhosamente. Mas tem um sentimento muito Michael Jackson, também. Porém isso é o que eu gosto nele. Posso dizer que é um jovem que compreende a composição.

Ebony: Você trabalha com esses jovens artistas?

MJ.: Claro. Se for uma grande canção, é uma grande canção. Muita das idéias mais geniosas vem das pessoas comuns, que simplesmente dizem: 'porque você não prova isso?', Podia ser uma grande, portanto você deve tentá-lo. Chris Brown é maravilhoso. Akon é um artista maravilhoso. Sempre quero fazer música que inspire ou influencie outra geração. O que você cria tem que ter vida, seja uma escultura ou um quadro ou música. Como disse Michelangelo, 'sei que o criador vai, mas seu trabalho sobreviverá. Por isso há de escapar da morte, eu tento unir minha alma a meu trabalho'. E assim é como me sinto. Dou tudo para meu trabalho.

Ebony: Como você se sente sabendo que mudou a história? Você pensa muito nisso?

MJ.: Se, eu o fizer, realmente o faço. Estou muito orgulhoso de ter aberto portas, isso ajudou a puxar muitas coisas. Viajando ao redor do mundo, fazendo turnês, em estádios, você vê a influência da música. Quando olha desde o cenário, até onde aonde a vista alcança você vê as pessoas. E isso é um sentimento maravilhoso, mas chega com muita dor, com muita dor.

Ebony: Porque diz isso?

MJ.: Quando você está no mais alto nível de seu jogo, quando é o pioneiro, as pessoas vão até você. Está lá, quem está no mais alto? Você quer ir por ele. Mas me sinto agradecido, todos esses records superados, desde os maiores álbuns até todos esses números 1, e ainda sou agradecido. Sou um tipo que se sentava em um salão para ouvir Ray Charles quando o meu pai o colocava. Minha mãe só me despertava às 3 da manhã, 'Michael, está na TV, está na TV!' Eu corria e ali estava James Brown na televisão. Eu dizia: 'Isso é o que eu quero fazer'.

Ebony: Podemos esperar mais de Michael Jackson?

MJ.: Estou compondo muito material agora mesmo. Vou ao estúdio diariamente. Creio que agora é o momento do rap, quando saiu a princípio, sempre senti que ele tinha que tomar uma estrutura mais melódica para fazer mais universal, porque nem todo o mundo fala inglês (risos). E você está limitado ao seu país. Porém quando você tem uma melodia, e todo o mundo pode cantarolá-la, é quando chega à França, ao Oriente Médio, a todas as partes! Agora está em todo o mundo porque há melodia, uma estrutura linear. Você tem de ser capaz de cantarolar, desde um agricultor da Irlanda a senhora que limpa os banheiros em Harlem. Você tem de ser capaz de cantarolá-la.

Ebony: Então, você está quase aos 50 anos. Você crê que estará fazendo isto aos 80?

MJ: A verdade é que, hummm, não. Não da forma que fizeram James Brown e Jackie Wilson. Eles sempre saiam, correndo, matando-se. Em minha opinião, ele desejava (Brown) ter baixado o ritmo e relaxado e desfrutado de seu árduo trabalho.

Ebony: Você voltará a sair em turnê?

MJ.: Não quero turnês longas. Mas o que eu gosto das turnês é que afinam com beleza a arte de um. Isso é o que eu gosto da Broadway, por isso os atores vão a Broadway, para polir suas habilidades. Assim se consegue. Porque leva anos para chegar a ser um grande artista. Anos. Você não pode sacar simplesmente a um tipo de nada e lançar-se aí fora e esperar que esta pessoa compita com outra pessoa. Não funcionará jamais. E o público sabe; podem vê-lo. A forma em que gesticulam suas mãos, a moção do corpo, a forma em que maneja o micro, ou a forma em que se inclinam. Podem vê-lo diretamente. Por exemplo, Stevie Wonder é um profeta da música. É outra das pessoas as quais devo dar crédito. Sempre disse a mim mesmo: 'Tenho que compor mais'. Eu só via o (os produtores) Gamble, Huff, Hal Davis e The Corporation escrevendo todos esses êxitos para os Jackson 5 e realmente eu queria estudar a anatomia. O que fazíamos era só cantar a canção quando a terminavam. Enfadava-me, pois eu queria vê-los fazerem à canção. Logo me deram 'ABC' quando estava pronta. Ou 'I Want You Back' ou 'The Love You Save'. Eu queria experimentar todos. Então Stevie Wonder me deixava sentar ali como uma mosca na parede. Vi como compunha 'Songs In The Key Of Life', um de seus trabalhos dourados. Sentava-me com Marvin Gaye e... E esse podia ser daqueles que ia a nossa casa jogar uma partida de basquetebol com meus irmãos durante o fim de semana. Sempre tínhamos essas pessoas ao redor. Assim que quando realmente você pode ver a ciência, a anatomia e a estrutura de como funciona tudo, é simplesmente maravilhoso.

Ebony: Então, você joga em um cenário musical. Como você vê a forma do mundo atual?

MJ.: Estou muito preocupado pelo grave impacto do fenômeno do aquecimento global. Eu sabia que chagaria, mas desejava que ele recebesse antes o interesse das pessoas. Mas nunca é tarde. Eu o descrevo como um trem incontrolado; se não o pararmos, ele não voltará atrás. Portanto é necessário pará-lo. Agora. Isso é o que eu tentava fazer com 'Earth Song', 'Heal The World', 'We Are The World', escrevendo essas canções para abrir a consciência das pessoas. Eu gostaria que eles escutassem cada palavra.

Ebony: Qual sua opinião sobre a nova corrida presidencial? Hillary, Barack?

MJ.: Vou dizer a verdade, não acompanho essas coisas. Fomos criados para não... não buscarmos qual homem ficará com os problemas do mundo, não o fazemos. Eles não podem. É como eu o vejo. Está acima de nós. Veja, não podemos controlar os mares, eles podem converter-se em tsunamis. Não podemos controlar os céus, aí estão os temporais. Estamos nas mãos de Deus. Creio que o homem deveria tomar isto em consideração. Só desejo que possam fazer mais pelos bebês e as crianças, ajudá-las mais. Isso seria genial, não?

Ebony: Falando de bebês, agora como pai, voltando 25 anos. Qual é a diferença entre aquele Michael e o Michael de hoje?

MJ.: Esse Michael é provavelmente o mesmo Michael que viu. Só queria primeiramente conseguir certas coisas. Mas sempre tive esse impulso atrás da cabeça, as coisas que queria fazer, criar os meus filhos, ter filhos. Estou desfrutando muitos.
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Ebony: O que você pensa sobre tudo que dizem por aí sobre sua pessoa?

MJ.: Não presto atenção. Em minha opinião, é ignorância. Normalmente não está baseado em verdades. Está baseado em mitos. O tipo que você não pode ver. Cada comunidade tem o tipo que não pode ver, portanto você cria rumores sobre ele. Você ouve todas essas histórias sobre ele, há um mito sobre isso ou aquilo. As pessoas estão loucas! Eu só quero fazer música maravilhosa.

Mas voltando a Motown 25, uma das coisas que mais me comoveu foi que, depois de terminar a atuação. Estavam Marvin Gaye nas laterais, os Temptations, Smokey Robinson e meus irmãos, me abraçaram me beijaram e me agarraram. Richard Pryor se aproximou e me disse (com a voz tranqüila): 'esta é a melhor atuação que já vi em minha vida'. Esse foi meu prêmio. Essas eram as pessoas que, quando eu era criança em Indiana, só escutava a Marvin Gaye, The Temptations, e tê-los me dando esse tipo de aprecio, me senti honrado. Logo, no dia seguinte, Fred Astaire me chamou e disse: 'te vi a noite, e eu gravei, e voltarei a vê-lo está manhã. Você é um demônio de bailarino. Você bateu fundo no seu público ontem à noite!' Mais tarde quando vi Fred Astaire, ele me fez com os dedos (Michael imita com dois de seus dedos um moonwalk sobre a palma de sua outra mão). Recordo a atuação claramente, e me lembro que estava muito enfadado comigo mesmo porque não era o que eu queria. Eu queria fazer mais. Havia um garoto no backstage vestido com um pequeno smoking, ele me olhou e me disse (com uma voz de assombro); 'quem te ensinou a mover-se assim?' (risos) E eu lhe disse: 'suponho que Deus... e os ensaios'.

MITOS, RUMORES E INSINUAÇÕES

Desde que Michael Jackson pisou no cenário do mundo, foi perseguido por rumores e lendas urbanas, algumas verdadeiras, a maioria falsas. Desde a história de que dormia em uma câmara hiperbárica (falsa), até os recentes rumores de que se mudará para o Oriente Médio (também falso), a equipe do Rei do Pop tem estado ocupada derrubando mitos. Aqui estão alguns dos últimos rumores que assolam pela internet:

RUMOR: Michael Jackson se casou secretamente com a babá de seus filhos. (National Enquirer)
O FATO: Não é certo, segundo sua porta-voz. Os documentos imobiliários que o apresentam como "homem casado" foram classificados como "falsos". Ele já casou e divorciou-se duas vezes, uma com Lisa Marie Presley e outra com Debbie Rowe, a mãe de dois dos seus filhos.

RUMOR: Michael Jackson estava de mudança para Dubai e Bahrein e estava vivendo em Dubai.
O FATO: Falso. Entretanto Jackson visitou Dubai e Bahrein muitas vezes, antes, estava hospedado em um grande terreno próximo a Dublin, Irlanda, durante um ano e meio (acredita-se que a Irlanda tem leis favoráveis sobre impostos). Recentemente ele voltou aos Estados Unidos e está vivendo na Costa Leste, segundo sua porta-voz, e procura por uma propriedade de verão em Maryland. Também esteve olhando casas em Las Vegas.

RUMOR: Michael Jackson está dependente de álcool e de tranqüilizantes, o que requereu "intervenção" de sua família (People Magazine).
O FATO: Falso. Em uma carta aberta, a mãe de Jackson, Katherine e seus irmãos Tito, Jermaine, Marlon e Jackie, emitiram o seguinte comunicado: "Negamos categoricamente ter planejado, participado ou tido conhecimento de qualquer tipo de intervenção. Acreditamos firmemente que essas 'fontes' e outras, não importa de onde venham, estão fazendo essas acusações falsas e difamatórias por razões financeiras".

RUMOR: Vai ser lançado um novo disco.
O FATO: Possivelmente certo. Enquanto sua equipe não confirma uma data de lançamento, Jackson diz estar escrevendo muito e trabalhando intensamente em estúdio. O produtor will.i.am gravou com ele na Irlanda e acredita-se que Kanye West e Akon também.

RUMOR: Ele e sua irmã Janet Jackson planejam uma turnê mundial juntos.
O FATO: Não está claro, mas seguramente seja falso. Ele disse a Ebony que não quer fazer uma grande turnê, e não se vê envelhecendo em carreira durante os próximos 20 anos. "Não quero fazer turnês grandes... Ele desejou (Brown) ter baixado o ritmo e ter relaxado e desfrutado de seu duro trabalho".

fonte: mjtheessential
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