1.A par do documentário póstumo sobre Michael Jackson que os cinemas estão a passar, a Warner distribuiu nos EUA a filmagem de um verdadeiro tour pelos labirintos da casa onde o cantor viveu os seus últimos seis meses de vida.
Fica no bairro de Holmy Hills, em Los Angeles. Foi lá que Jackson sofreu uma paragem cardíaca, a 25 de Junho. Bom, de que ele tinha um parafuso a menos, ou a caixa de ferramentas inteira (com eventuais atenuantes, devido aos pais que lhe calharam), poucos duvidam. A mansão que foi a sua – com o perdão do humor negro – penúltima morada contém uma ‘suite principal’, onde ele vegetava a maior parte do tempo. Ao todo, a modesta choupana contava com 13 casas de banho (uma pessoa podia ficar aflita na boa) e 12 lareiras.
E também um estúdio em que o astro ensaiava e um cinema em ‘estilo russo’ (seja lá o que isso for). Michael desembolsava cem mil dólares mensais para habitar a mansão, avaliada em 40 milhões de dólares. As imagens do imóvel são alternadas com depoimentos – entre outros, o do nutricionista do cantor (o qual, a julgar pela esqualidez de Jackson, banqueteava-o diariamente com uma ervilha ao almoço e um tremoço ao jantar).
2. O britânico Channel 4 decidiu encerrar a produção do ‘Big Brother’, depois de 11 edições. O reality show debate-se com quedas abruptas de audiência, hoje em dois milhões de espectadores, contra dez milhões no auge da claustrofóbica criação da Endemol. Germaine Greer, pensadora feminista que – acreditem se quiserem – participou do programa em 2005, escreveu que "os jovens de hoje não precisam de ver o ‘Big Brother’ para aprender como serem eles mesmos" (uma séria candidata à frase mais estúpida de 2009, apesar da árdua concorrência de sempre). Segundo a Reuters, um dos motivos para o fim do ‘BB’ foi que "não conseguiu seduzir o público da chamada geração Facebook". George Orwell, o escritor inglês que criou o termo ‘Big Brother’ como um símbolo do totalitarismo, deve estar a dar pinotes na cova.
3. Oliver Stone está a produzir uma sériedocumental sobre "segredos da história dos EUA", para o canal Showtime. A estrear em 2010, a série será narrada pelo próprio realizador. Entre os temas adiantados, a decisão do presidente Harry Truman lançar bombas atómicas em 1945. Receio o pior. Como se sabe, Oliver Stone, que nunca foi propriamente consistente, nos últimos tempos tornou-se amigo do peito de Hugo Chávez, a quem dedicou uma asquerosa hagiografia cinematográfica.
By:Paulo Nogueira, Crítico de Televisão