O Fantástico conversou com pessoas que acompanhavam os ensaios do cantor Michael Jackson e que revelaram como ele se sentia horas antes de morrer em sua casa em Los Angeles. O diretor do espetáculo, Kenny Ortega, e o coreógrafo Travis Payne falam da disposição do astro, mas revelam que ele sofria com insônia e não tomava muito cuidado com a saúde.
A reportagem também mostra imagens exclusivas dos ensaios e que serão usadas na produção de um filme sobre Michael Jackson. A morte do cantor interrompeu o projeto original, mas não impediu uma adaptação do palco, para as telas. O filme mostra o artista completo: o coreógrafo que orienta os bailarinos, o dançarino que improvisa, mas que também segue o roteiro, o cantor, preocupado não só com a sua voz, mas também com o vocalista de apoio.
Ao ser questionado sobre a saúde do cantor, o diretor e o coreógrafo demonstraram preocupação. “Eu só me preocupava com o fato de que Michael não dormia o suficiente. Embora a insônia seja normal entre artistas que estão às vésperas de um show, carregados de adrenalina, no caso de Michael era mais preocupante, porque era sabido que ele lidava com o problema há anos. Mesmo assim, como todo mundo, fiquei surpreso e chocado com sua morte”, conta Payne.
O diretor concorda: “Às vezes, eu notava que ele não estava suficientemente tomando conta de si mesmo. Sem dormir, sem descansar, sem nem mesmo comer direito. Michael estava fazendo muita coisa ao mesmo tempo, além de ser pai de três filhos. Estava envolvido num novo álbum, sua vida estava complicada. Dava vontade de limpar tudo à sua volta para que ele pudesse focar numa coisa só, para melhorar sua saúde. Mas, você sabe, Michael tomava conta de Michael”, diz Ortega.
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A volta do astro aos palcos seria numa turnê grandiosa com 50 shows para aproximadamente 750 mil espectadores no mundo todo. Questionado se Michael suportaria essa carga de shows aos 50 anos, o diretor é enfático.
“Sem dúvida”, afirma Ortega, que agora será o diretor do filme. “Eu acho que ele estava preparado mentalmente, e também preparado no fundo de seu coração. E acho que o filme vai mostrar que ele estava bem preparado fisicamente também. Estava excitado, inspirado, alimentado pelo projeto”, conta Ortega.
O coreógrafo do espetáculo garante que não aliviou em nada para favorecer Michael Jackson. Segundo ele, o astro estava “preparadíssimo”. “Se ele não estivesse bem, nós nem teríamos começado”, completa.
Segundo o Fantástico, um olhar mais atento, durante o filme, pode dar ao espectador a impressão de que Michael usava mais as mãos e menos os pés. Ele parece mais ''devagar''.
“Estávamos apenas ensaiando”, argumenta Ortega. “Ainda teríamos oito dias em Los Angeles e duas semanas em Londres antes de entrar no palco para valer. Ou seja, nós ainda estávamos construindo. Mas Michael tinha maturidade e graça. E tinha alguma coisa acontecendo com seu poder de improvisar. Ok, ele não tinha mais 20 anos, tinha 50! Mesmo assim estava trazendo para o palco coisas incríveis”, comenta o diretor.
Ao ser questionado se o Jackson cantaria todas as músicas, Ortega diz que nos ensaios o astro cantava. “Pelo menos nos ensaios, ele cantava”, garante o diretor. O coreógrafo revela que o cantor se envolvia em todos os aspectos do show.
“Michael desenhou até os ingressos para os shows. Ele era o arquiteto de tudo. Nós éramos apenas os executores das idéias dele”, conta o coreógrafo.