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 1993 - Entrevista a Oprah Winfrey

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AutorMensagem
Anoka Rosa Jackson
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Anoka Rosa Jackson

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1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  Empty
MensagemAssunto: 1993 - Entrevista a Oprah Winfrey    1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  EmptyQua Mar 28, 2012 3:41 pm

1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  Oprahwinfrey2cpiane1


Oprah: Você está muito nervoso?

Michael: O quê?

Oprah: Você está muito nervoso agora?

Michael: Não estou nervoso, não.

Oprah: Não está mesmo?

Michael: Não.

Oprah: Nem na sua primeira entrevista e ao vivo pelo mundo? Eu pensei que você iria ficar um pouco nervoso, mas isso é ótimo porque se você não está nervoso, eu não estarei nervosa. Eu só quero que o mundo saiba que quando concordamos em fazer esta entrevista, você me disse que iria discutir comigo sobre tudo.

Michael: Isso é verdade.

Oprah: Pois é. Eu estava vendo você lá atrás assistindo a você mesmo no vídeo de quando você era pequeno. Isso traz recordações?

Michael: Me fez rir porque eu não tinha visto aquele vídeo há um bom tempo. E traz recordações, sim, eu e meus irmãos, quem eu amo muito e é um momento maravilhoso para mim.

Oprah: Eu o vi rindo quando você viu você mesmo cantando "Baby, Baby, Baby".

Michael: É, eu acho o James Brown um gênio, sabe, quando ele está com o Famous Flame, inacreditável. Eu costumava assistir a ele na televisão e eu costumava ficar zangado com o camera porque sempre que ele fosse começar a dançar eles iriam mostrar um "close-up" eu não podia ver seus pés. Eu iria gritar "Mostra! Mostra!", então eu podeira assistir e aprender.

Oprah: Então ele foi um grande ídolo seu?

Michael: Fenomenal, fenomenal.

Oprah: E quem mais foi?

Michael: Jackie Wilson, Motown.... os Bee Gees que são brilhantes.

Oprah: Quando eu olho para seus vídeos, e Deus sabe, botando tudo isso junto acho que já vi todos os vídeos feitos de você, e assistindo àquelas fitas, especialmente quando você era mais jovem, você parecia muito alegre no palco. Você era feliz fora do palco tanto quanto no palco?

Michael: Bem, o palco para mim era o meu lar. Eu ficava, e ainda fico, mais confortável no palco, mas quando eu saia do palco, eu ficava muito triste.

Oprah: É mesmo?

Michael: É.

Oprah: E triste desde o começo?

Michael: Sozinho, triste, tendo que encarar a popularidade e isso tudo. Havia vezes em que eu me divertia muito com meus irmãos, brigas de travesseiros e coisas assim, mas eu costumava sempre chorar de solidão.

Oprah: E em que idade?

Michael: Ah, muito pequeno, oito, nove anos.

Oprah: Quando vocês todos ficaram famosos?

Michael: É.

Oprah: Então não era o que parecia para o resto do mundo... eu me lembro quando eu era uma negrinha querendo casar com Jackie Jackson, seu irmão, então, quero dizer, para todos nós isso parecia a coisa mais maravilhosa do mundo, quem não gostaria de ter aquela vida?

Michael: É maravilhoso, é muito bom ser famoso. Você viaja pelo mundo, conhece pessoas, é ótimo. Mas aí existe o outro lado, do qual não estou reclamando. Há muitos ensaios, você tem que dar muito de si.

Oprah: Você se sente... eu falei com Susan de Passe no outro dia, e Susan disse que trabalhou com você na Motown e arrumou vocês todos para o Ed Sullivan Show. Nós discutimos se sua infância foi mesmo perdida, foi?

Michael: Bem, eu estudaria três horas com uma professora particular e logo depois eu iria para o estúdio e gravar, e eu gravaria por horas até a hora de dormir. Eu me lembro quando eu estava indo para o estúdio e havia um parque do outro lado da rua e eu via as outras crianças brincando e fazendo barulhos e eu iria chorar porque eu teria que trabalhar.

Oprah: Susan disse que isso foi um preço caro. Quero saber o quanto caro isso foi, perdendo sua infância ou tendo esse tipo de vida.

Michael: Bem, você não pode fazer o que as outras crianças fazem, sabe, ter amigos, ir à festas, sair... Eu não tinha nada disso. Eu não tinha nenhum amigo quando eu era pequeno, meus irmãos eram meus amigos.

Oprah: Houve algum lugar onde - você conhece crianças - porque eu lembro de mim falando comigo mesma, brincando com minhas bonecas - eu acho que uma criança precisa de um lugar para escapar para... um mundo de criança, uma imaginação de criança, houve algum tempo que você pôde fazer isso?

Michael: Não, e é por isso, agora, que eu compenso pelo que eu não tive. As pessoas querem saber por que eu sempre tenho crianças em
volta.Porque eu acho a coisa que nunca tive através delas, sabe, Disneylândia, parques de diversões, fliperamas. Eu adoro essa coisa toda, porque quando eu era pequeno era só trabalho, trabalho, trabalho, de um show para o próximo, se não era um show era o estúdio, se não fosse isso, era um show na TV ou uma entrevista ou sessões de fotos. Sempre havia alguma coisa para fazer.

Oprah: Você se sentiu... Smokey Robinson disse isso sobre você e outras pessoas também, que você era uma alma idosa num pequeno corpo.

Michael: Eu me lembro de ouvir isso o tempo todo quando eu era pequeno. Eles costumavam me chamar de quarentão... Em qualquer lugar que eu ia, eu sempre ouvia isso...

Oprah: Então ali estava você, Michael Jackson, vocês todos tiveram tantos hits, quatro hits seguidos, e você estava chorando porque você não podia ser como os outros garotos?

Michael: Bem, eu adorava show business e ainda adoro show business, mas aí existem horas que você quer se divertir e era essa parte que me deixava triste. Eu me lembro quando estávamos nos aprontando para ir para a América do Sul e tudo estava arrumado e o carro pronto para partir e eu me escondi e eu estava chorando enquanto estava escondido porque eu não queria ir. Eu queria brincar. Eu não queria ir.

Oprah: Seus irmãos ficaram com inveja de você quando você começou a chamar toda a atenção?

Michael: Não que eu saiba, não.

Oprah: Você nunca sentiu um cheiro de inveja?

Michael: Mmmm, deixe me pensar - não. Não, eu acho que eles estavam sempre felizes que eu podia fazer certas coisas, mas eu nunca senti cheiro de inveja entre eles, não.

Oprah: Você acha que eles estão com inveja de você agora?

Michael: Acho que não, não.

Oprah: Não. E a sua relação com a sua família? Vocês ainda estão próximos?

Michael: Eu amo muito a minha família, eu desejaria que eu pudesse vê-los um pouco mais do que os vejo. Mas entendemos isso porque somos uma família de show business e todos nós trabalhamos. Nós temos dias em nos reunimos, nós pegamos a casa de uma pessoa, pode ser a casa do Jermaine, a casa do Marlon, e nos juntamos e falamos sobre o que cada um está fazendo.

Oprah: Você não ficou decepcionado com La Toya e o livro de La Toya e as coisas que ela disse sobre a família?

Michael: Bem, eu não li o livro dela. Eu só sei que eu amo a minha irmã, eu amo La toya e sempre a amarei e sempre a verei como a feliz e amável La Toya com quem eu cresci. Então eu realmente não posso responder essa pergunta.

Oprah: Você acha que algumas das coisas que ela vem dizendo são verdadeiras?

Michael: Eu não poderia responder, Oprah, honestamente, eu não li o livro. Essa é a verdade.

Oprah: Bem, vamos voltar quando você era pequeno e estava sentido toda essa, eu acho que um tipo de angústia, eu acho. Então não havia ninguém com quem você pudesse brincar além de seus irmãos, você nunca foi à uma festa?

Michael: Não, não.

Oprah: Então eu quero saber de você, sendo esse garoto bonitinho que todo mundo adorava e todo mundo que vinha puxava as suas bochechas "e que bonitinho"... eu queria saber se foi um momento difícil quando você entrou na adolescência.

Michael: Muito, muito difícil. Sim. Porque... eu acho que todo o astro-mirim sofre nesse período, porque você não é a criança bonitinha e charmosa que você era e você começa a crescer. Mas eles querem mantê-lo pequeno para sempre.

Oprah: Quem são "eles"?

Michael: O público. E... a natureza toma o seu caminho.

Oprah: Pois é.

Michael: É, e eu tinha muitas espinhas, e isso me deixava muito tímido, eu não queria me olhar, eu lavava meu rosto no escuro, eu não iria me olhar no espelho...

Oprah: Sério?

Michael: ...e meu pai gozava de mim e eu odiava, eu chorava todo dia porque meu pai...

Oprah: Seu pai iria gozar de você por causa das suas espinhas?

Michael: É, e iria dizer que sou feio.

Oprah: Seu pai iria dizer isso?

Michael: Sim, ele iria. Sinto muito, Joseph.

Oprah: Como é a sua relação com ele?

Michael: Eu amo meu pai, mas não o conheço.

Oprah: Você está zangado com ele por fazer isso? Na verdade, acho que isso é muito cruel.

Michael: Se eu estou zangado com ele?

Oprah: Porque adolescência já é difícil o bastante sem um pai dizendo que você é feio.

Michael: É muito difícil, é muito difícil. Se eu estou zangado com ele...?
Algumas vezes fico zangado, sim. Eu não o conheço do jeito que gostaria de conhecê-lo. Minha mãe é maravilhosa. Pra mim ela é perfeição. Eu só gostaria que eu pudesse entender meu pai.

Oprah: Então vamos falar sobre sua adolescência. Foi quando você começou a entrar dentro de si mesmo? Porque, obviamente, você não falou com o mundo por 14 anos. Então você ficou recluso. Foi para se proteger?

Michael: Eu senti que... eu não tinha nada muito importante para falar e aqueles foram anos muito tristes para mim e...

Oprah: Por que tristes? Porque no palco você estava cantando, ganhando os seus prêmios. Por que tão triste?

Michael: Ah... existe muita tristeza no meu passado, sabe, na minha
adolescência... meu pai e todas aquelas coisas me deixavam muito, muito triste.

Oprah: Então ele iria te amolar, gozar de você.

Michael: É.

Oprah: Ele iria... ele já bateu em você?

Michael: Já.

Oprah: E por que ele iria bater em você?

Michael: Porque ele me via, ele me queria... eu acho que, eu não sei se eu era a criança de ouro dele ou qualquer coisa que fosse... alguns podem chamar isso de disciplina rigorosa, mas ele era muito rigoroso, muito duro e muito severo. Só um olhar dele te assustaria, sabe, e...

Oprah: E você ficava com medo dele?

Michael: Muito, amendrontado. Havia vezes que ele vinha me ver e eu iria me sentir até enjoado, eu até vomitaria.

Oprah: Como uma criança ou um adulto?

Michael: Ambos. Ele, ele nunca me ouviu falar isso. Sinto muito, por favor, não fique zangado comigo.

Oprah: Bem, eu suponho que todo mundo tem responsabilidade pelo que fizeram na sua vida e... seu pai é uma dessas pessoas que tem que ter responsabilidade.

Michael: Mas eu o amo.

Oprah: Sim, eu entendo isso.

Michael: E estou perdoando.

Oprah: Mas você pode mesmo perdoar?

Michael: Eu perdôo. Existe muito lixo que está escrito sobre mim e é tão falso, são completas mentiras, e essas são algumas das coisas que eu queria falar aqui. A imprensa inventou tantas histórias horríveis sobre mim e que me fizeram descobrir que o quanto mais você ouve uma mentira, você começa a acreditar nelas.

1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  Michaeljacksonoprahwinftq2

Oprah: Nós falamos sobre todos os boatos bem antes do comercial e existem tantos. Primeiro de tudo, eu estive nessa casa me preparando para essa entrevista, e eu estive pela casa toda, lá em cima quando você não estava aqui, e eu procurei por aquela câmara de oxigênio e não consigo achá-la em lugar nenhum da casa.

Michael: Essa, essa história é tão louca... quero dizer, é uma daquelas coisas de tablóide... é completamente inventado.

Oprah: Certo, mas você está dentro de alguma coisa ali, há uma foto, de onde isso veio?

Michael: Isso é... eu fiz um comercial para a Pepsi e fui queimado gravemente. Nós a compramos por um milhão de dólares e eu dei todo o dinheiro... a gente construiu esse lugar chamado "The Michael Jackson Burn Center" e existe uma tecnologia usada para o tratamento de pessoas queimadas, certo? Então eu decido usar essa tecnologia e decido entrar dentro dessa câmara e ficar por ali, alguém tira uma foto, essa pessoa processa a foto, e ela diz "Ah, Michael Jackson.", ele faz cópias e essas fotos são espalhadas pelo mundo todo com essa mentira. É uma completa mentira. Por que as pessoas compram esses jornais? Não é a verdade e estou aqui para falar, sabe, não julgue uma pessoa, não passe a julgar uma pessoa se você não a conhece pessoalmente, não importa a história que seja, não a julgue, porque é uma mentira.

Oprah: Você está certo, mas essa história parece que teve pernas.

Michael: É louco! Por que eu iria querer dormir numa câmara?

Oprah: Bem, o boato era que você estava dormindo na câmara porque você não queria envelhecer.

Michael: É estúpido, é estúpido. Isso é completamente inventado e eu estou envergonhado. Eu perdôo a imprensa, ou qualquer pessoa, eu aprendi a amar e perdoar, eu tenho isso no meu coração, mas por favor gente, parem de acreditar nessas histórias horríveis.

Oprah: Você comprou os ossos do Homen Elefante, você estava tentando comprá-los...

Michael: Não, essa é outra história estúpida. Eu adoro a história do Homen Elefante, ele me lembra muito de mim mesmo eu poderia até relacionar, isso me fez chorar porque eu me vi na história, mas, não, eu nunca pedi os... (rindo) aonde eu vou botar alguns ossos?

Oprah: Eu não sei.

Michael: E por que eu gostaria de ter alguns ossos? (ainda rindo)

Oprah: Heh, eu não sei. Então de onde isso veio?

Michael: Alguém inventa isso e todo mundo acredita. Se você ouve uma mentira frequentemente, você começa a acreditar.

Oprah: E as pessoa ganham dinheiro vendendo tablóides.

Michael: É.

Oprah: Tudo bem. Recentemente, surgiu uma história e eu sei que um dos seus advogados foi a conferência dessa notícia, surgiu uma história sobre você querendo uma criança branca para representá-lo quando você era pequeno num comercial da Pepsi.

Michael: Isso é muito estúpido. Essa é a história mais horrível e ridícula que eu já ouvi. É maluco. Por que, número um, é o meu rosto quando criança no comercial, eu, quando eu era pequeno! Por que eu iria querer uma criança branca para me representar? Sou um negro Americano, tenho orgulhoso da minha raça. Tenho orgulho de quem eu sou. Tenho muito orgulho e dignidade. Isso é como querer uma pessoa oriental para representar você quando pequena. Isso faz sentido?

Oprah: Não.

Michael: Então, por favor, gente, parem de acreditar nessas histórias
horríveis...

Oprah: OK, então vamos para o assunto que é mais discutido sobre você, eu acho, que é o fato de que a cor da sua a pele está obviamente diferente de quando você era mais jovem.

Michael: É.

Oprah: Então eu acho que isso causou muita especulação e controvérsia em relação ao que você fez ou está fazendo, você está branqueando a sua pele e sua pele está mais clara porque você não gosta de ser negro?

Michael: Número um, até onde eu sei, não existe "branqueamento de pele", eu nunca vi isso, eu não sei o que isso é...

Oprah: Bem, eles tinham esses produtos, eu me lembro que eu sempre ouvia sobre branqueamento, mas você tem que ter uns 300.000 galões deles.

Michael: OK, mas número um, essa é a situação. Eu tenho uma doença de pele que destrói a pigmentação da pele, é uma coisa que eu não consigo parar, certo? Mas quando as pessoas inventam histórias de que eu não quero ser quem eu sou, isso me magoa.

Oprah: Então, isso é......

Michael: É um problema pra mim, certo? Mas e aqueles milhões de pessoas - vamos converter - e aqueles milhões de pessoas que se expõem ao sol, para ficarem mais morenas, para virarem outra coisa que elas não são, ninguém fala nada sobre isso.

Oprah: Então quando a cor da sua pele começou a mudar?

Michael: Ah, cara, eu não.... algum tempo depois de Thriller. Por volta de Off The Wall, Thriller, por aí.

Oprah: Mas o que você pensou?

Michael: Está na minha família, meu pai disse que está no lado dele. Eu não consigo controlar isso, eu não entendo, quero dizer, isso me deixa muito triste. Eu não quero entrar no meu histórico médico porque é uma coisa privada, mas essa é a situação aqui, então, por favor, quando as pessoas vêem alguma coisa assim...

Oprah: Então, tudo bem, eu só quero saber se você não está tomando alguma coisa para mudar a cor da sua pele...

Michael: Ah, Deus, não, nós tentamos controlar essa doença usando maquiagem porque ela faz manchas na pele. Mas sabe o que é engraçado? Por que isso é tão importante? Isso não é importante para mim. Eu sou um grande fã de arte, eu adoro Michaelangelo. Se eu tivesse a chance de falar com ele ou ler sobre ele eu gostaria de saber o que o inspirou para ser o que ele era, a anatomia do seu artesanato, não sobre com que ele saiu ontem à noite... o que há de errado com ele... quero dizer, isso é o que importa para mim.

Oprah: Quantas cirurgias plásticas você teve?

Michael: Poucas. Quero dizer, você pode contar em dois dedos. Vamos dizer assim, se você quer saber sobre essas coisas, assim como todas a pessoas narigudas do mundo, leia o meu livro, Moonwalk, está no meu livro. Vamos fazer assim, pegue todas as pessoas de Hollywood que tiveram cirurgias plásticas. Se elas tivessem de férias, não haveria uma pessoa na cidade.

Oprah: Mmmm... eu acho que você pode estar certo.

Michael: Eu acho que eu estou certo. Estaria vazio.

Oprah: Então você começou a ter cirurgias plásticas por causa daqueles anos na adolescência, porque você não gostava de como você era?

Michael: Não, não... Foram só duas coisas. Sério, pega o meu livro, não é um grande negócio.

Oprah: Você não quer me contar o que foi? Você fez cirurgias no seu nariz, obviamente.

Michael: É, e mais um monte de gente que eu conheço.

Oprah: E então, quando você ouve todas essas coisas sobre você, e houve mais do que...

Michael: Eu nunca tive cirurgia plástica nas minhas bochechas, nos meus olhos, nos meus lábios e essa coisa toda. Eles vão longe demais. Mas isso é coisa que acontece todos os dias, com outras pessoas.

Oprah: Você está satisfeito com o que você parece...

Michael: Eu nunca estou satisfeito com algo, sou um perfeccionista, faz parte de quem eu sou.

Oprah: Então quando você se olha no espelho hoje, e a imagem que reflete de como você está atualmente, você diz "Ah, eu gosto assim, eu gosto do meu cabelo assim..."

Michael: Não, não...

Oprah: "Eu acho que estou muito bonitinho hoje"

Michael: Haha, "bonitinho"......... Não, não. Eu tento não me olhar no espelho.

Oprah: Eu tenho que lhe perguntar isso, tantas mães na minha audiência me pediram para lhe perguntar isso.

Michael: Sim.

Oprah: Por que você sempre agarra *aquele* lugar?

Michael: (rindo) Por que eu agarro aquele lugar...?

Oprah: Tem alguma coisa acontecendo lá embaixo!

Michael: Eu acho que isso acontece sem querer. Quando você está dançando, sabe, você está interpretando os sons da música e o ritmo da música. E há uma base que te guia, e você vira a base, de repente há um choque e você fica líquido, voce vira... a emoção que aquele som é, certo? Então se eu estou fazendo um movimento e vou lá e BAM!, me agarro... É a música que me compele a fazer isso, não é queeu estou morrendo para agarrar lá embaixo e não é um bom lugar, você não pensa nisso. Às vezes eu olho para o metragem e (faz uma expressão de susto)... e falo "Eu fiz isso?!", então eu sou um escravo do ritmo, certo?

1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  Michaeljacksonoprahwinfkk1

Oprah: Quando você quebrou todos aqueles recordes, quando você teve o álbum mais vendido do mundo, quando você quebrou todo os recordes que existem para quebrar, quando você virou um ícone da indústria, há sempre a pressão de fazer alguma coisa maior e melhor?

Michael: Caramba, existe sim. Fica cada vez mais difícil de seguir. Porque você tenta ser tão original quanto você pode ser sem pensar nas estatíticas, você faz com a alma e o coração.

Oprah: Então quando você pensa nisso o que você faz, você vai, você medita, você pensa, "Bem, agora vou fazer o Superbowl".

Michael: (ri) Nããão... isso vem do coração, sério.

Oprah: Elizabeth Taylor disse que você é o Rei do Pop, Rock e Soul. De onde veio essa história de que você se auto-proclamou Rei do Pop?

Michael: Bem, eu não me proclamei de nada. Estou feliz por estar vivo, estou feliz por ser quem eu sou. Rei do Pop foi primeiro dito por Elizabeth Taylor em um dos Awards.

Oprah: E foi aí que tudo começou?

Michael: É, e os fãs... em todos os estádios que tocávamos eles iriam trazer faixas enormes que diziam "Rei do Pop", e jaquetas que diziam "Rei do Pop", e camisas que diziam "Rei do Pop" e eles gritavam em frente ao meu hotel "Rei do Pop! Rei do Pop! Rei do Pop!", então isso virou uma coisa que aconteceu pelo mundo todo.

Oprah: Acontece.

Michael: É.

Oprah: Você sai? Você namora?

Michael: Sim.

Oprah: Quem você namora?

Michael: Bem, neste momento, Brooke Shields. Nós tentamos não estar em todos os lugares, é mais em casa, ela vem aqui e eu vou na casa dela, porque eu não gosto de sair em público.

Oprah: Você já se apaixonou?

Michael: Sim...

Oprah: Pela Brooke Shields?

Michael: É, e outra garota.

Oprah: Outra garota? Deixe me perguntar isso, é embarassoso para mim perguntar isso a você, mas vou perguntar de qualquer maneira. Você é virgem?

Michael: (longo suspiro) Como é que você pôde me perguntar isso?

Oprah: Eu só quero saber...

Michael: Eu sou um cavalheiro.

Oprah: Você é um cavalheiro?

Michael: Sou um cavalheiro. (sorrindo)

Oprah: Eu iria interpretar isso que..... você acredita que uma moça é uma moça e assim por diante...

Michael: É uma coisa privada, quero dizer, isso não deveria ser discutido abertamente......... Pode me chamar de "à moda antiga" se você quiser....... mas, sabe, isso é muito pessoal. (rindo)

Oprah: Então você não vai responder?

Michael: Eu tô embarassado! (rindo)

Oprah: Bem, gostaríamos de saber se há uma possibilidade de que você vai se casar um dia e ter filhos?

Michael: Eu iria sentir que minha vida é incompleta se eu não fizer isso, porque eu adoro a vida em família, eu adoro crianças e eu adoro aquela coisa toda. E eu adoraria, é um dos meus sonhos, mas eu não poderia agora, porque, estou casado, estou casado com o meu trabalho, estou casado com a minha música, e tenho que ter aquela intimidade para fazer o tipo de trabalho que eu quero fazer e...

Oprah: Então, que tipo de mulher faz você.... é.... faz você...

Michael: (rindo)

Oprah: No clip que vamos ver mais tarde, vamos fazer uma premier mundial do clip, existe um verso em que você diz que quer ser saciado, então que tipo de pessoa faz isso para você?

Michael: (cantando) "Quench my desire..."

Oprah: É essa mesma!

Michael: Bem, a Brooke, eu sempre gostei dela. E... quando eu era pequeno eu costumava ficar com a Diana Ross, eu e meus irmãos ficamos com ela por anos e eu nunca disse isso (mostram uma foto de Michael com Brooke), mas eu sempre tive uma queda por ela.

Oprah: É mesmo?

Michael: (sorrindo) É.

Oprah: Eu ouvi também, foi outro boato de que você tinha proposto a Elizabeth Taylor em algum ponto.

Michael: (ri) Elizabeth Taylor é deslumbrante, linda, e ainda é hoje. Eu sou louco por ela.

Oprah: É, mas você a propôs em alguma coisa?

Michael: Eu gostaria.

Oprah: Bem, Elizabeth Taylor está aqui. Liz? Podemos trazer Liz agora? Liz tinha falado que ela gostaria de estar aqui para segurar sua mão durante essa entrevista, mas parece que você não precisa da mão dela... Elizabeth Taylor!!!

Michael: (surpreso) Oi, Elizabeth.

Oprah: Oi.

Liz: Oi.

Oprah: Sente-se.

Liz: Obrigada.

Oprah: O Michael a propôs em algumas coisa?

Liz: Não! E eu nunca o propus.

Oprah: Nunca! E o que você acha que é mais desinterpretado sobre o Michael?

Liz: Todas as coisas que ele mencionou. Ele é o homem menos estranho que eu conheço. Ele é muito inteligente, verdadeiro, intuitivo, compreensível, simpático, generoso...

Oprah: Sim.

Liz: E se ele tem qualquer dessas excentricidades, é porque ele é... maior do que a vida e algumas pessoas não conseguem aceitar isso ou encarar isso ou entender isso. Seu talento no palco, por que eu o chamo de Rei do pop, rock, soul, música, entretenimento, qualquer coisa

Oprah: Sim.

Liz: não há ninguém que possa chegar perto dele! Ninguém que possa dançar daquele jeito, escrever as letras daquele jeito, compor... causar o tipo de empolgação que ele causa.

Oprah: E por que você acha que vocês são tão amigos? O que trouxe esse tipo de amizade? Porque as pessoas tentam fazer disso uma coisa estranha.

Liz: Bem, não, não é. Quero dizer... Nossas infâncias são muito parecidas e nós temos isso em comum desde o começo. Eu já era famosa aos nove anos, tinha um pai abusivo, e.... isso nos fez amigos bem íntimos.

Oprah: E o que, eu vou perguntar isso ao Michael mais tarde, e o que você quer que o mundo mais saiba sobre ele?

Liz: Que homem maravilhoso, dado, generoso que ele é e como ele é bom.
Oprah: E ele é engraçado também.

Liz: Ah, ele é muito engraçado!

Oprah: Ele consegue contar umas boas piadas, sabe.

Liz: Sim, mas ele é um bom homem.

Oprah: Quando voltarmos - obrigada por se juntar a nós-

Liz: Tudo bem.

Oprah: ...porque eu sei que você não queria ser filmada, mas obrigada. A seguir, Michael vai nos dar não só um incrível passeio pelo seu parque de diversões e o seu teatro, mas também uma performance muito especial. Para todos vocês que dizem que ele está falsificando o Moonwalk com espelhos, nós temos a prova daqui a um minuto.

1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  Michaeljacksonoprahwinfdl7

Oprah: O que está me chocando é que você até dirige. Nós estamos vindo da casa de Michael para esse incrível parque de diversões, que é... umas centenas de metros da casa. E isso é... incrível.

Michael: Obrigado.

Oprah: Gostaria de saber se você fez isso para você mesmo ou para as crianças que você diverte aqui?

Michael: Para mim e para as crianças. A cada três semanas, crianças doentes já em estado terminal vêm para...

Oprah: Para a casa?

Michael: Sim, Make a Wish Foundation, Dream Street, Starlight... E elas são crianças doentes, crianças com câncer e eu as divirto.

Oprah: Sei.

Michael: E elas vêm aqui e se divertem.

Oprah: Isso é inacreditável. O que eu tenho para dizer é que, esses são, como eu estava falando com algumas crianças que estiveram aqui, esses não são apenas brinquedos de vovó. Esses são brinquedos grandes.

Michael: (rindo)

Oprah: Quero dizer, o Mar do Dragão, a Roda Gigante, e há aquele Zipper ali.

Michael: O Trem-Fantasma.

Oprah: É, o Trem-Fantasma, e há os carros de batida ali. É realmente-

Michael: Obrigado. Bem, isso traz a criança que vive dentro de todos nós. Eu adoro esses brinquedos e essas coisas assim, eu os divido com as crianças.

Oprah: Voce pôde fazer isso quando você era pequeno?

Michael: Não... algumas vezes, algumas vezes, mas não o suficiente.

Oprah: Mas agora você pode a qualquer hora.

Michael: Todos os dias eu venho aqui e andos nos brinquedos.

Oprah: Com que frequência você vem aqui?

Michael: Quando eu estou aqui eu vou nos brinquedos.

Oprah: Bem, isso faz parte de você, o que nós estávamos falando antes, a dor de crescer sem poder experimentar todas as coisas que as crianças
normalmente experimentam e agora você está satisfazendo essas fantasias.

Michael: Para compensar, é.

Oprah: Sério?

Michael: É, isso é verdade.

Oprah: Você acha mesmo que pode recapturar isso? Você sente o mesmo? Quero dizer, eu não sei...

Michael: (ri) É mais divertido.

Oprah: É mesmo?

Michael: Eu não iria mudar o passado se eu pudesse, estou me divertindo.
Oprah: E aqui estamos dentro do teatro. Eu comi muitos docinhos ali.

Michael: (ri)

Oprah: Mas os docinhos estão ali para todas as crianças. Pinóquio está aqui, E.T. está aqui. O que é mais fascinante em você para mim é que você obviamente tem essa aura de criança e eu vejo crianças brincando com você como se você fosse uma delas. Mas uma criança não fez isso (aponta para o teatro).

Michael: (ri)

Oprah: Isso é realmente magnífico.

Michael: Obrigado. Eu adoro fazer coisas por crianças e eu tento imitar Jesus - e eu não estou dizendo que sou Jesus, eu não estou dizendo isso.

Oprah: Sim, isso está claro.

Michael: Certo, estou tentando imitar Jesus no fato de que ele disse para ser como crianças, amar crianças, ser puro como crianças, e fazer de você mesmo inocente e admirar o mundo de um jeito mágico e eu adoro isso. E nós temos, tipo, cem crianças carequinhas e elas todas têm câncer e elas estão correndo, se divertindo e isso me faz chorar lágrimas de felicidade por eu ter conseguido fazer isso por elas, fico muito satisfeito por dentro.

Oprah: Bem, quando eu vim aqui para gravar o comercial para o evento de hoje, uma das coisas que mais me impressionou, eu espero que vocês estejam filmando isso. Eu não sei como os cameras estão, ah, temos outros câmeras. É que existem construídas dentro da parede, camas. Camas para algumas daquelas crianças doentes que vêm aqui. E o que eu descobri quando eu vi isso, é que você deve ser uma pessoa que realmente se preocupa com crianças para construir isso dentro da sua arquitetura.

Michael: É. Temos crianças que vêm que são... intravenenosas... elas são muito doentes, acamadas -

Oprah: Elas não podem se sentar.

Michael: Certo. Elas não podem se sentar e essas camas são camas de hospitais, você aperta um botão, você vai para cima, para baixo... e elas podem assistir... nós temos um show de mágica, mostramos os filmes atuais, desenhos, qualquer coisa, sabe, assim elas podem escapar para aquele mundo mágico que elas não têm a chance de experimentar, o mundo que eu me privei de ter quando eu era pequeno.

Oprah: Deixe me lhe perguntar isso. Sabe, eu acredito que tudo acontece na vida das pessoas por uma razão. Você acha que se você não tivesse sentido muita falta da vida, da diversão, da infância, você estaria tão próximo de crianças atualmente?

Michael: Eu provavelmente estaria, mas não muito. É por isso que eu não iria mudar alguma coisa -

Oprah: Sério?

Michael: Porque eu estou feliz do jeito que as coisas estão, minha preocupação com crianças e tudo.

Oprah: Você está realmente feliz agora? Porque você parecia muito triste por um bom tempo.

Michael: (ri) Eu estava triste por muitos e muitos anos, mas estou feliz
agora, estou chegando lá. Estou muito feliz.

Oprah: E o que te fez mais feliz?

Michael: Ajudar as outras pessoas.

Oprah: Sei.

Michael: A Fundação Heal The World que eu criei que ajuda as crianças a curar o mundo. Estamos fazendo o Heal L.A., que é... nós temos três gols primários: imunização de crianças, programa de pequena irmã epequeno irmão, educação no abuso de drogas. E Jimmy Carter se uniu a gente para fazer Heal Atlanta e nós vamos de estado em estado ajudando- sabe, fomos em Sarajevo, fomos em muitos lugares.

Oprah: Eu sei, eu sei, temos fotos suas pelo mundo todo quando você estava com essas crianças doentes. Uma das coisas que eu estava dizendo antes do comercial, antes daquele alarme soar pela casa-

Michael: É.

Oprah: É que... nós estávamos falando dos boatos. Um dos mais estranhos que eu ouvi, foi que quando você está fazendo o Moonwalk você está falsificando, que você tem alguns espelhos na sua meia, em algum lugar.

Michael: Caramba!

Oprah: E que não é verdadeiro.

Michael: Não, isso não é verdade...

Oprah: Como você, primeiro de tudo, nós passamos tanto tempo tentando dissipar os boatos, tentando achar a verdade que eu não tive a oportunidade de falar com você sobre como você concebe sua música, como você concebe sua dança... De onde veio o Moonwalk?

Michael: Bem, o Moonwalk veio dessas crianças lindas, crianças negras que vivem nos guetos, sabe, cidades do interior, que são brilhantes, elas têm aquele talento natural para dançar qualquer dança. Elas vieram com essas danças e tudo que eu fiz foi realçar a dança.

Oprah: OK, eu quero ver você dançar.

Michael: Ah, não.......

Oprah: Eu quero ver você dançar ao vivo...

Michael: Não, não, eu posso mostrar a você um passo ou dois, estou meio enferrujado aqui.

Oprah: Enferrujado?

[Michael sobe no palco e dança ao som de Dangerous]

Michael: Esse é o Moonwalk - espere, você tem que pegar isso pelo lado.
Oprah: Pode mostrar mais devagar?

Michael: OK, espere... é como estar puxando e empurrando....

[Michael para de dançar e desce do palco]

Michael: Foi mal.

Oprah: (aplaudindo) Bem, eu vi ao vivo, eu vi ao vivo, eu vi ao vivo. Então você tirou das crianças que estavam fazendo isso?

Michael: É, porque eu acho que elas são ótimas dançarinas.

Oprah: E quando você estava, por exemplo, quando nós estávamos aqui antes, quando você estava aqui antes para gravar aquele comercial, você estava-

Michael: Você devia ter feito isso comigo! (rindo)

Oprah: Eu não sei como fazer isso!

Michael: (rindo)

Oprah: Você sabe que eu não sei fazer isso!

Michael: (ainda rindo)

Oprah: Sabe de uma coisa? De tudo que estava impresso nos tablóides, a única coisa que era verdade é que eu não sabia dançar. Isso é verdade!

Michael: (ri)

Oprah: Quando estávamos aqui pela última vez filmando o comercial, você estava, tipo, correndo entre as filmagens concebendo a dança, coreografando a dança, você ficou a acordado a noite toda, dançando.

Michael: No Superbowl?

Oprah: É, é.

Michael: Bem, eu nunca estou satisfeito. Mesmo quando eu vejo alguma coisa que eu fiz e as pessoas dizem "Nossa, isso foi fenomenal" - quando eu me apresentei na Motown 25 e fiz o Moonwalk pela primeira vez... eu estava no camarim chorando depois da apresentação.

Oprah: Por que?

Michael: Porque eu estava infeliz.

Oprah: Você chorou depois da Motown 25???

Michael: Depois da Motown 25, sim. Mas aí eu estava indo para o carro e um garotinho, tinha uns doze anos, ele era Judeu e ele disse "Noooossa, você foi demais. Quem te ensinou a dançar daquele jeito?" Pela primeira vez eu senti que eu fiz um bom trabalho, porque crianças não mentem, e aí eu me senti muito feliz.

Oprah: Você quis, você se sentiu tão bem que provavelmente você quis gritar- (imitando o Michael) HEE HEE!

Michael: (ri)

Oprah: Eu quero que você cante uma acappella para mim.

Michael: Ah, não! O que eu posso cantar?

Oprah: "Who Is It", sabe, aquela batidinha, desde que estamos aqui no teatro.

Michael: Caramba, o que eu posso cantar?

Oprah: De onde veio aquele "hee hee"? Hee hee.

Michael: Hee hee! Deixe me cantar. (Michael faz os barulhos instrumentais de Who Is It com a boca) (cantando) "I gave my money, I gave my time, I gave her everything in life one heart could find. It doesn't seem to matter and it doesn't seem right, but the will has brought no fortune, still I cry alone at night. Don't you judge of my composure cause I'm bothered every day, and she didn't leave a letter, she just up and ran away".

Oprah: AAAAAOOOWW!!! Fabuloso!

Michael: Foi você quem quis que eu fizesse! Eu fico envergonhado, desculpe, eu fico envergonhado.

Oprah: Eu gostei muito, muito obrigada por isso. Nós voltaremos com mais Michael Jackson ao vivo. Foi demais!!! (abraça o Michael) Eu amei!

1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  Michaeljacksonoprahwinfox4

Oprah: Uma das razões que queremos dar uma olhada nesses vídeos todos quando nós fomos para os comerciais, foi porque os vídeos musicais costumavam ser você, costumavam ser as pessoas cantando suas músicas até que você veio e mudou os clipes. Você sabia o que estava fazendo quando você concebeu o seu primeiro vídeo musical?

Michael: Sim. A idéia foi fazer alguma coisa que tivesse uma história que
tivesse um começo, um meio e um final, como um mini-filme, foi isso o que quis fazer. E é isso o que fizemos com Beat It, Thriller, Smooth Criminal, esse tipo de coisa.

Oprah: Então quando você começa a trabalhar na música, você já está pensando como você vai-

Michael: Algumas vezes, sim, isso é verdade.

Oprah: Eu quero saber como é que você se sente, eu nunca saberei desde que eu não sei cantar uma coisa, como é estar no palco com um mar de pessoas, um mar de pessoas. Uma das coisas que mais me impressionaram é que em todos os lugares do mundo, a resposta para você é tão incrível. Eu só queria saber, para o resto de vocês que ainda não viram como as pessoas respondem a Michael Jackson que dêem
uma olhada-

[Mostram clips dos shows de Michael pelo mundo mostrando o excitamento das pessoas]

Oprah: Então, quando você está lá em cima e há um mar de pessoas te respondendo, gritando o seu nome como eles estavam, o que você sente?

Michael: Amor. Você sente muito amor. E eu me sinto abençoado e honrado por ser um instrumento da natureza que foi escolhido para dar as pessoas o que eu dou. Fico muito honrado e feliz por isso.

Oprah: "Um instrumento da natureza", é uma maneira interessante de você se descrever.

Michael: Obrigado.

Oprah: Você é muito espiritual?

Michael: Em que sentido?

Oprah: Quero dizer, você medita? Você entende que existe uma coisa maior do que você mesmo que trabalha aqui?

Michael: Eu absolutamente acredito em Deus. Absolutamente, muito.

Oprah: Eu acredito que todos vêm ao mundo por uma razão. Eu acho que muitos de nós passa a vida tentando descobri qual é o seu propósito por estar aqui. O que você acha que é o seu?

Michael: Meu propósito?

Oprah: É.

Michael: Ah, cara... eu acho que é dar o melhor que eu posso pelas canções, pela dança, pela música. Quero dizer, estou comprometido com a minha arte. Eu acredito que toda a arte é o gol definitivo da união entre o material e o espiritual, o humano e o divino. Eu acredito que essa é a razão da existência da arte. E eu sinto que eu fui escolhido como um instrumento para dar música e amor e harmonia para o mundo. Para crianças de todas as idades, e adultos e adolescentes.

Oprah: Você acha que talvez falando aqui com você, as pessoas vão prestar mais atenção na sua música e não te julgar por nada além do tipo de música que você toca?

Michael: Eu espero. Eu adoraria.

Oprah: Eu espero isso, também. Eu também estou empolgada que o mundo está assistindo, e porque o mundo está assistindo, nós achamos que essa seria uma boa hora para o mundo ver pela primeira vez, Give In To Me.

[Eles mostram a premier de Give In To Me]

Oprah: Então, queremos saber como isso começa num papel - quench my desire (sacie meu desejo)- e vira isso.

Michael: Bem, Give In To Me, eu quis escrever outra música, sabe, que fosse excitante e divertida. Sabe, assim como eu fiz com Beat It e Black Or White. E Slash, que é muito amigo meu, nós adoramos animais e coisas assim, ele quis tocar guitarra e eu quis que ele tocasse guitarra. Nós nos reunimos e fomos para a Alemanha e filmamos esse clip em duas horas, não tínhamos muito tempo para filmar. Nós queríamos que fosse algo empolgante, fantástico e fãs, sabe, como um show de rock e esse é o resultado.

Oprah: Você mencionou animais. Eu sei que quando eu for embora daqui todo mundo vai me perguntar onde estão os animais? Eu disse na entrada que eu esperava macacos pulando pela sala, mas eu não vi um. Onde está Bubbles?

Michael: (ri) Bem, os animais estão em todos os lugares. Estão no seus
habitats. Eles estão pelo rancho todo. Eles saem de dia, eles brincam, pulam por aí, eles têm sua própria área.

Oprah: Por que você é tão fascinado por animais?

Michael: Porque eu encontro nos animais a mesma coisa que acho maravilhoso em crianças. Aquela pureza, aquela honestidade, eles não julgam você, eles não querem nada de você, apenas ser seu amigo. E eu acho isso muito doce.

Oprah: Eu também. Estaremos de volta com Michael Jackson, ao vivo.

1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  Michaeljacksonoprahwinfix7


Oprah: Estamos ao vivo na casa de Michael Jackson, no seu teatro, nós pedimos 90 minutos a NBC. Eu acho que não foi o tempo suficiente.

Michael: (ri)

Oprah: Mas deixamos claro todos boatos. Não há macacos correndo pela casa-

Michael: (rindo)

Oprah: Nenhuma câmara de oxigênio na casa. Eu não sei, você vai deixar aquele lugar um pouquinho?

Michael: (ri) Pergunte à música.

Oprah: Pergunte à música... Ah, não falamos sobre a inauguração. Você disse ao Presidente Clinton que você deveria ser a única pessoa cantando no palco?

Michael: Isso é horrível. Essa é a história mais estúpida e louca que eu já
ouvi. Quero dizer, por que eu iria querer apenas eu e mais ninguém poderia estar no palco? Isso não está no meu coração. Eu nunca iria dizer algo assim. Novamente, alguém inventou e todo mundo acreditou. É muito falso, é incrível.

Oprah: O que você quer que o mundo saiba sobre você? Eu perguntei isso à Liz, o que você quer que eles mais saibam sobre você?

Michael: Tipo, para ser lembrado?

Oprah: Não, para agora. Esqueça lembrado.

Michael: Ah, agora. Ser um artista, um grande artista. Eu, eu amo o que eu faço e eu adoraria que as pessoas gostassem do que eu faço e ser amado. Eu simplesmente quero ser amado aonde quer que eu vá. Pelo mundo todo, porque eu amo pessoas de todas as raças, com verdadeiro carinho.

Oprah: Hmmm... Sabe, Gene Siskel, que é um crítico de cinema me perguntou isso uma vez e eu adorei a pergunta. Vou perguntar a você.

Michael: Sim.

Oprah: Você tem 34 anos agora. Do que você tem certeza?

Michael: Hmmm.... Do que eu tenho certeza?

Oprah: Do que você tem certeza?

Michael: Caramba, ainda estou aprendendo. Quero dizer, a vida é uma educação para mim. Não posso dizer que eu estou certo de alguma coisa. Eu realmente acredito nisso.

Oprah: Nossos agradecimentos não são suficientes por ter nos deixado entrar e eu lhe desejo toda a felicidade do mundo. Eu adorei estar aqui porque isso me faz sentir como uma criança de novo. E uma das coisas que eu me prometi foi que quando essa entrevista estivesse acabada - ao vivo pelo mundo - eu iria naquela Roda Gigante!

Michael: (ri)

Oprah: É exatamente o que eu pretendo fazer. Eu vou tirar meus sapatos azuis e ir naquela Roda Gigante!

Michael: (continua rindo)

Oprah: Vou me divertir e comer uma pipoquinha e, talvez, quando tudo estiver acabado, você vai me ensinar a fazer o Moonwalk - quando ninguém estiver olhando!

Michael: OK! OK! Isso parece legal.

Oprah: É! Isso foi divertido!

Michael: É! Muito divertido!

[Os dois deixam o teatro e vão para o parque de diversões]

1993 - Entrevista a Oprah Winfrey  020ffcpiage1

10 de fevereiro de 1993 em Neverland
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1993 - Entrevista a Oprah Winfrey

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