Anoka Rosa Jackson Administrador
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| Assunto: Dangerous Na África: Entrevista à Ebony Magazine em Maio de 1992 Sex maio 11, 2012 5:21 pm | |
| EBONY: Você tem algum sentimento especial sobre este retorno ao continente Africano?
MICHAEL JACKSON: Para mim, é como o "amanhecer da civilização." É o primeiro lugar onde a sociedade existiu. Vejo com muito amor. Eu acho que tem esta conexão por ser a origem de todos os ritmos. Todos. É o lar.
EBONY: Você visitou a África em 1974. Você pode comparar o contraste entre as duas visitas?
MICHAEL JACKSON: Eu estou mais atento às coisas desta vez: as pessoas e como elas vivem e o seu governo. Mas para mim, eu estou mais atento aos ritmos à música e às pessoas. É o que eu tenho notado mais do que qualquer outra coisa. Os ritmos são incríveis. Você pode dizer exclusivamente pela maneira que as crianças se mexem. Até os pequenos bebê, quando eles ouvem a bateria, eles começam a se mexer. O ritmo, a maneira como ele afeta a alma deles e eles começam a se mexer. As mesmas coisas que os negros têm na América...
EBONY: Como é se sentir como um verdadeiro rei?
MICHAEL JACKSON: Eu nunca tento pensar sobre isso porque eu não quero que entre na minha cabeça. Mas é uma grande honra...
EBONY: Falando em música e ritmo, como você produziu as canções gospel no seu último álbum?
MICHAEL JACKSON: Eu escrevi "Will You Be There?" na minha casa, "Neverland" na Califórnia... Eu não pensei muito para escrevê-la. É por isso que é difícil levar os créditos para as músicas que eu escrevo, porque eu sempre sinto que elas são feitas por uma força superior. Eu me sinto afortunado por ser o instrumento pelo qual a música corre. Eu sou apenas a fonte da qual ela vem. Eu não posso tomar crédito por ela porque é trabalho de Deus. Ele está apenas me usando como mensageiro...
EBONY: Qual foi o conceito para o álbum "Dangerous"?
MICHAEL JACKSON: Eu queria fazer um álbum que fosse como "Nutcracker Suite" de Tchaikovsky. Para que em cem anos a partir de agora, as pessoas estivessem ainda o escutando. Algo que viveria para sempre. Eu gostaria de ver crianças e adolescentes e pais e todas as raças em todo o mundo, centenas e centenas de anos a frente, ainda ouvindo as canções deste álbum e dissecando-as. Eu quero que ele viva.
EBONY: Eu notei nesta viajem que você fez um esforço especial para visitar crianças.
MICHAEL JACKSON: Eu amo crianças, como você pode ver. E bebês.
EBONY: E animais.
MICHAEL JACKSON: Bem, há certo senso que animais e crianças têm que me dá certa corrente elétrica de criatividade, certa força que mais tarde na vida adulta é perdida por causa do condicionamento que acontece no mundo. Um grande poeta disse uma vez. "Quando eu vejo crianças, eu vejo que Deus ainda não desistiu do homem." Um poeta indiano da Índia disse isso, e seu nome é Tagore. A inocência das crianças representa para mim e fonte de criatividade infinita. Este é o potencial de todo ser humano. Mas quando você se torna um adulto, você está condicionado; você está tão condicionado pelas coisas que acontecem com você e isto vai embora. Amor! Crianças são amáveis, elas não fazem fofoca, elas não reclamam, elas têm apenas o coração aberto. Elas estão prontas para você. Elas não julgam. Elas não vêem as coisas pela cor. Elas são bem ingênuas. Este é o problema com os adultos, eles perdem sua ingenuidade. E este é o nível de inspiração tão necessário e é tão importante para criar e escrever canções e para um escultor, um poeta ou um escritor. É o mesmo tipo de inocência, aquele mesmo nível de consciência, que você cria. E as crianças o têm. Eu sinto isso facilmente em animais e crianças e na natureza. É claro, e quando eu estou no palco. Eu não posso me apresentar se eu não tenho esse tipo de sentimento com a platéia. Você sabe o tipo de ação causa e efeito, reação. Eles estão me alimentando e eu estou apenas agindo a partir de sua energia.
EBONY: E para onde está tudo isso indo?
MICHAEL JACKSON: Eu realmente acredito que Deus escolhe pessoas para fazerem certas coisas, da maneira como Michelangelo ou Leonardo da Vinci ou Mozart ou Muhammad Ali ou Martin Luther King foram escolhidos. E esta é sua missão. E eu acho que ainda não penetrei na superfície da qual está meu propósito real de estar aqui. Eu estou compromissado com a minha arte. Eu acredito que toda arte tem seu objetivo de união entre o material e o espiritual, o humano e o divino. E eu acredito que esta é a verdadeira razão para a existência da arte e do que eu faço. E eu me sinto afortunado por ser aquele instrumento do qual a música jorra... Bem dentro de mim eu sinto que este mundo do qual vivemos é uma grande, enorme e monumental orquestra sinfônica. Eu acredito que em sua forma primordial de criação é som e não apenas som, é música. Você já ouviu a expressão, "música das esferas"? Bem, esta é uma frase literal. Nos Evangelhos, nós lemos, "E o Senhor Deus criou o homem da areia da terra e respirou dentro de suas narinas a respiração da vida e o homem se tornou uma alma viva." Esta respiração da vida para mim é a música da vida e ela penetra cada fibra da criação. Em uma das canções do álbum "Dangerous", eu digo: "Life songs of ages, throbbing in my blood, have danced the rhythm of the tide and flood." (A canção de vidas longínquas, corre no meu sangue, tenho dançado ao ritmo das marés e cheias) Esta é uma declaração literal, porque a mesma música que governa o ritmo das estações, o pulsar dos nossos corações, a migração dos pássaros, o andamento dos oceanos, os ciclos de crescimento, evolução e dissolução. É a música, o ritmo. E minha meta na vida é dar ao mundo o que fui sortudo em receber: o êxtase da união divina pela minha música e dança. É o meu propósito, é o porquê eu estou aqui.
EBONY: E sobre política?
MICHAEL JACKSON: Eu nunca entro em política. Mas eu acho que a música acalma a besta da floresta. Se visualizar células num microscópio e colocar música, você verá que elas irão se mexer e dançar. Afeta a alma... Eu ouço música em tudo. [Pausa] Sabe, isso foi o máximo que eu disse em oito anos. Você sabe que eu não dou entrevistas. Mas porque eu conheço você, eu confio em você. Você é a única pessoa em quem eu confio para dar entrevistas.
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África, 1992.COPYRIGHT © MICHAEL JACKSON EXTRAORDINARY 2003-2004 Todos os direitos reservados |
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